Equipe técnica esteve em Irati nesta quinta-feira para contar detalhes do projeto aos prefeitos da região e vistoriar terrenos que podem receber a unidade. A princípio, o posto avançado, que contará inicialmente com uma viatura para remoção de cadáveres /Paulo Sava
Irati e a região da AMCESPAR poderão contar com uma unidade plena da Polícia Científica do Paraná em breve. Uma equipe técnica esteve visitando Irati e participou da reunião da entidade para contar detalhes do projeto aos prefeitos da região.
Os profissionais também vistoriaram alguns terrenos no município, juntamente com o prefeito Jorge Derbli, o secretário-geral da AMCESPAR, Vanderlei Kava, e dos secretários de Tecnologia, Inovação e Planejamento, Newton Ribas, e de Segurança Pública e Cidadania, Lee Jefferson Souza.
Inicialmente, deve ser implantado um posto avançado da Polícia Científica de União da Vitória em Irati. Em entrevista à Najuá, o perito Leonel Letna, chefe da Divisão Operacional da Polícia Científica, contou como está o andamento das conversas para a instalação do posto avançado, que contará inicialmente com uma viatura para remoção de cadáveres.
“Isso, por si só, já agilizaria parte dos serviços oferecidos. Em paralelo, estamos prospectando um terreno para construir uma sede plena, aí sim com equipe de perícia e médicos legistas, para poder fazer toda a gama de serviços da Polícia Científica em Irati e nos municípios da Amcespar, que seriam atendidos na unidade plena”, frisou.
Posto avançado – A Prefeitura de Irati irá ceder um imóvel para receber o posto avançado da Polícia Científica, mas não informou a localização exata do prédio. Rodrigo Rocha, chefe da seção de infraestrutura da Polícia Científica, contou qual é a infraestrutura necessária tanto para instalação do posto avançado quanto para a unidade plena.
“Para esta unidade que estamos prospectando, seria uma construção que tivesse uma garagem basicamente, cerca de 100m² para uma sala administrativa, uma clínica médica onde eventualmente poderíamos fazer o agendamento de um exame clínico. Eu diria que não é algo difícil de implantar, seria uma construção como se fosse uma sala comercial. Já para a unidade plena, prevemos 3 mil metros quadrados de terreno, com área construída de cerca de 900m², e aí sim há outros requisitos, que estamos conversando com a Prefeitura para que isto aconteça ainda neste ano”, pontuou.
Equipamentos e profissionais – Para instalação do posto avançado, a Polícia Científica precisa de viaturas de remoção, que já estão disponíveis, e de uma equipe completa para uma escala de 24 horas de trabalho por 72 de descanso e atender toda a demanda de trabalho. Leonel destacou quais profissionais precisam ser contratados para compor a equipe.
“Atualmente trabalhamos com CMEIVs (Corpo de Militares Estaduais Inativos Voluntários) ou com técnicos de perícia. Também temos parcerias com outras prefeituras, onde o profissional que atua na condução desta viatura é cedido pela prefeitura. Estamos estudando o modelo a ser adotado em Irati, mas com certeza vai ser algum dos citados”, frisou Leonel.
Unidade plena – Já para a unidade plena, que irá atender os 10 municípios da AMCESPAR e mais Ivaí e Ipiranga, há necessidade de contratação de um número maior de profissionais, de acordo com Leonel. “Para a unidade plena, vamos precisar de uma equipe completa de peritos que atuam na parte de atendimento e exames médico-legais, e mais uma equipe de peritos de atendimento de local e exames diversos. Vamos precisar também de um número maior de técnicos de perícia, responsáveis pelo atendimento de protocolo, cadeia de custódia e atendimento ao público, fora os serviços terceirizados de limpeza, segurança e manutenção predial. Envolve uma gama bem maior de profissionais e que, por si só, acaba trazendo benefício e gerando empregos para a região”, pontuou.
Terreno vistoriado – Um dos terrenos vistoriados fica no Conjunto Molinari, em Engenheiro Gutierrez. Porém, anteriormente havia a possibilidade da instalação da unidade em um terreno dentro do campus Irati da Unicentro. No entanto, a proposta não foi aceita pela Polícia Científica por conta de questões de mobilidade e segurança. Por isso, foi solicitado que a Prefeitura viabilizasse outro terreno para a instalação da unidade.
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Custo e critérios – O custo para construção e aquisição de equipamentos da unidade plena varia entre R$ 5 milhões a R$ 7 milhões, que serão custeados pelo Estado. O município precisa apenas ceder o terreno. Um dos critérios principais para a escolha do local onde deve ser construída a unidade plena é a localização. Rodrigo contou quais outros tipos de análises são realizadas pela equipe técnica no terreno.
“Também tem uma análise topográfica e planialtimétrica, fazemos sondagem e estudo de impacto viário. Tem uma série de estudos, inclusive de atendimento das concessionárias, como Copel e Sanepar e das operadoras de telefonia móvel e internet. Fazemos toda esta análise antes de dizermos se o terreno é viável ou não. A nossa unidade funciona com atendimentos administrativos e médicos, por isso precisamos de toda a estrutura de atendimento das concessionárias e operadoras”, afirmou.
Atuação em conjunto – A Polícia Científica atua em conjunto com as demais forças de segurança em todo o Paraná. Com a criação da unidade técnico-científica em Irati, ganha-se celeridade nas investigações, conforme Leonel.
“A Polícia Civil de Irati, que hoje eventualmente tem que levar um vestígio até a nossa unidade mais próxima, entregaria na mesma cidade. Ganhamos agilidade e em termos de proximidade entre as equipes. O perito local acaba criando um vínculo maior com a equipe de investigações. Esta troca de informações acaba beneficiando a investigação como um todo”, afirmou.
Expectativa – O prefeito de Irati e presidente da AMCESPAR, Jorge Derbli, disse ter esperança que, desta vez, a obra saia do campo das ideias e do papel e se concretize. “O governo quer construir e tem o dinheiro e o projeto. Nós precisamos da Polícia Científica instalada em Irati, e eu acho que desta vez a coisa vai sair, não fica só na conversa e na promessa. É coisa bem objetiva, eles já estiveram aqui duas vezes, e agora vieram para acertar os detalhes finais”, frisou.
O prefeito de Rebouças e vice-presidente da AMCESPAR, Luiz Everaldo Zak (PSD) ressaltou que a instalação da Polícia Científica representa um avanço grande na área de segurança para toda a região, especialmente no que diz respeito a casos de exame de corpo delito, por exemplo.
“Nós temos, além de todos os transtornos para fazer as perícias nos corpos, que lembrar que, de cada 10 atendimentos do IML, nove são em pessoas vivas. Eu acho que isto vai ser um avanço muito grande para a nossa região, se vier a se concretizar. Estamos juntos com o prefeito de Irati, Jorge Derbli, presidente da AMCESPAR, e todos os prefeitos da região, unidos para que possamos conquistar mais este avanço”, declarou.
Em áudio enviado à nossa reportagem, o delegado de Teixeira Soares, Wesley Vinícius Gonçalves da Silva, também ressaltou o avanço que representa para a região a instalação da Polícia Científica em Irati.
“A investigação policial, apesar de lidar com diversos ramos, dentre o trabalho dos agentes de polícia judiciária e o do delegado de polícia, depende também da realização de uma perícia eficaz, principalmente nos crimes violentos, como homicídios, roubos, dentre outros. Desta feita, a instalação contribuirá para o trabalho da Polícia Civil de Irati e dos municípios circunvizinhos e com certeza será um considerável avanço para a elucidação dos crimes nesta região”, finalizou.