Plantio da soja e do milho e novas tecnologias são temas do Agroshow Lavoro Pitangueiras

Centenas de agricultores de Irati e região participam do evento, que está sendo realizado em…

10 de março de 2023 às 08h20m

Centenas de agricultores de Irati e região participam do evento, que está sendo realizado em uma propriedade rural às margens da BR 277, em Fernandes Pinheiro. Evento começou ontem, 09, e segue nesta sexta-feira, 10/Paulo Henrique Sava

Agricultores participam do Agroshow Lavoro Pitangueiras nesta quinta, 09, e sexta-feira, 10, em Fernandes Pinheiro. Foto: Paulo Henrique Sava

O plantio da soja e do milho e a apresentação de novas tecnologias para a agricultura são temas do Agroshow Lavoro Pitangueiras, que está sendo realizado desde ontem, 09, e termina nesta sexta-feira, 10, em uma propriedade rural às margens da BR 277, em frente ao Hotel e Restaurante Anila, em Fernandes Pinheiro. No total, 18 empresas participam do evento.

A programação começou com um giro técnico com apresentações das empresas participantes do evento, que fizeram demonstrações de novas variedades de soja e milho, fertilizantes, defensivos e equipamentos que podem ser utilizados na lavoura, como drones para a pulverização.

A empresa Harpya Drones, de Curitiba, uma das poucas empresas homologadas para atuar nesta área, trabalha com diversos modelos de drones para pulverização e monitoramento das lavouras, com autonomia de voo de até 3 horas, no caso de aparelhos utilizados para mapeamento, georreferenciamento e análise do solo. Durante o evento, foram feitas demonstrações do uso do aparelho. Em entrevista à Najuá, o empresário Gabriel Fortes, proprietário da empresa, explicou como funciona o trabalho com os drones.

“Normalmente a operação para pulverização se inicia com a parte do mapeamento, que pode ser feito a pé ou com um drone de mapeamento, que pode ser comercial ou de asa fixa. Depois, jogamos as imagens em um software que processa estas imagens e conseguimos traçar as linhas de voo do drone pulverizador. Ali, conseguimos acertar todos os parâmetros, desde a velocidade, faixa de voo e vazão que quer jogar de produto. Depois, fazemos a pulverização totalmente automatizada para o cliente”, frisou.

O controle do aparelho é feito manualmente. A legislação brasileira libera a utilização de drones que transportem, no máximo, 10 litros de defensivos ou 25 kg de peso. Em média, o custo de aluguel de um drone para pulverização, incluindo toda a equipe, carro equipado com 4 a 6 baterias e pessoal para operar, gira em torno de R$ 350 mil a R$ 400 mil. “Podemos fazer um monitoramento depois da pulverização para acompanhar a lavoura do cliente, desde o mapeamento, pulverização e o monitoramento”, comentou.

Demonstração de uso do drone de pulverização da Harpya. Vídeo: Paulo Henrique Sava

Antônio Fernando Voltarelli, proprietário da empresa Geo Palm, de Palmeira, apresentou drones e outras tecnologias para agricultura de precisão, como quadriciclo com coletor de solo para análise e compactação e outros equipamentos. Ele destacou que o evento agrega muita tecnologia e informações para o produtor.

“O nosso produtor, hoje, depende desta informação. De nada adianta a soja estar em um valor alto e a gente não saber produzir. Hoje, temos tecnologia e muitas informações, e temos que saber transformar estas informações dadas através de sites, centros de pesquisa e dados que conseguimos em laboratórios de solo, em produtividade para que possamos ter um ganho real na produção. A melhor maneira de baixar o custo dela é a aumentando, uma vez que, aumentando a produção, o custo dela é menor”, comentou.

Para o empresário, os equipamentos auxiliam o produtor a fazer um trabalho diferenciado. “Hoje o nosso trabalho com o produtor rural define quantidades, e em cima disso, nós definimos alternativas para chegarmos aos nossos objetivos. Para isto, temos que ter conhecimento do nosso solo, da capacidade da nossa produção que vai ser implantada, seja soja, milho, o quanto esta variedade pode produzir. Em cima disto, buscar esta produtividade. Não vamos conseguir chegar em uma produtividade máxima, mas temos que tentar chegar o mais próximo possível da capacidade máxima desta variedade”, frisou.

Antônio Fernando Voltarelli, proprietário da empresa GeoPalm. Foto: Paulo Henrique Sava

Fertilizantes – Algumas empresas estão apresentando novidades em relação aos fertilizantes. É o caso da Mim Defensivos, que está no mercado há quase 50 anos. Manoel de Souza, técnico da empresa, contou que, na linha nutricional da planta, estão sendo oferecidos produtos como tour de resistência, fossito, bioestimulantes e nutrientes, além da linha clash, com várias tecnologias em um único produto.

“É um adjuvante multifuncional, antiespumante, anti-deriva, a base dele é de óleo de laranja, é um produto bem completo que vem se destacando durante o evento, nas demonstrações que estamos fazendo. O diferencial é que ele leva vários benefícios em um único produto. Normalmente tem adjuvante que objetiva só espalhar, tirar espuma, reduzir PH, e ele tem todas estas funções em um único produto”, contou.

Ao participar do evento, Manoel conta que a empresa tem como objetivo demonstrar as tecnologias aos produtores e gerar bons negócios para o produtor. “Nosso objetivo aqui é gerar negócios, trazer para o produtor alta tecnologia em um custo acessível, gear vendas e durante o evento estamos com condições diferenciadas juntamente com o grupo Lavoro”, comentou.

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Tecnologia de monitoramento e carbono – A Bayer também participa do evento demonstrando novas tecnologias, inclusive de monitoramento do solo via aplicativo de celular e tablet FieldView, conforme explica o representante técnico de vendas da empresa, Rafael Oliveira.

“A nível de monitoramento agronômico, é a principal plataforma que temos hoje à disposição. O produtor tem acesso a ela em um plano de entrada e um plano plus, e isto se divide através do serviço que é ofertado. No plano de entrada, o produtor tem, através deste modelo, imagem de DVI e acesso à plataforma para desenhar os talhões. No plano plus, ele consegue adquirir o drive e o Ipad para fazer o monitoramento das operações em si e tem isto na palma da mão em tempo real 24 horas por dia”, destacou.

Com esta plataforma, o agricultor pode observar toda a operação via celular, porém o Ipad precisa estar ligado dentro da máquina para transmitir as informações, que são posteriormente enviadas para um banco de dados, onde ficam armazenadas para que o produtor possa consultá-las antes de tomar decisões sobre o que fazer com sua lavoura.

O aplicativo pode ser utilizado em qualquer lavoura, segundo Rafael. “Pode ser utilizado em qualquer lavoura, para fazer área lado a lado, comercial, tem uma utilidade e uma gama de serviços muito grande dentro do aplicativo, que é totalmente interativo e muito fácil de utilizar, é uma inovação”, comentou.

A Bayer também iniciou um projeto relacionado ao carbono, juntamente com outras empresas e instituições de pesquisa, para começar a tentar medir, através da plataforma FieldView, de maneira precisa, quanto de carbono é possível capturar durante a safra e quanto é possível colocar no solo, segundo Rafael.

“Mensurando isso, conseguindo medir, conseguiremos ter uma noção de possivelmente vender isto para o futuro. O projeto em si tem uma premissa de auxiliar no aumento de produtividade e rentabilidade da lavoura. Então, tem toda uma parte técnica por trás disso para suportar todo o projeto do carbono, que está ligado ao FieldView”, comentou. Atualmente, cerca de 1000 produtores participam do projeto do carbono, que já está na sua 3ª safra.

Rafael Oliveira, representante técnico de vendas da Bayer. Foto: Paulo Henrique Sava

Agricultores – O agricultor e empresário Nei Renê Schuck, que começou a produzir 70 hectares de soja, afirmou que o produtor precisa dominar todas as tecnologias e variedades de sementes, uma vez que, para ele, a agricultura se tornou uma “brincadeira muito séria”.

“A lavoura em si está cada vez mais com um preço muito alto, é uma brincadeira muito séria e não podemos correr o risco de aventuras. Cada vez, temos que nos fazer presentes nestes dias de campo para vermos as variedades mais produtivas e mais resistentes a pragas. A cada ano, temos novidades positivas como as novas variedades, e temos o lado negativo de doenças a mais que vêm através das grandes tecnologias e da grande produtividade. Por isto, eu acho importante o produtor fazer parte (deste evento) e dos demais dias de campo de outras empresas. A roda já foi inventada, então temos que ver para onde ela está indo para evitar grandes prejuízos. O custo é elevado e não temos tempo nem margem para aventuras”, comentou.

O agricultor Júnior Neves, da comunidade da Colônia Rio Bonito, que cultiva 150 hectares de soja, milho e feijão, comentou que o evento trouxe muitas novidades que podem ser aplicadas nas lavouras. Entretanto, ele afirmou que o custo das produções está muito elevado.

“O problema é que estamos com um custo muito elevado. No ano passado, foi comprado adubo e fungicida a preços bem elevados. O mercado da soja também teve uma queda, então o produtor vai ter que sentar e fazer as contas dos custos dele para ver se vai sobrar alguma rentabilidade”, comentou.

Organização – Josenei Royer gerente da loja de Irati da Lavoro Pitangueiras, destacou que, durante os dois dias do evento, os agricultores terão condições especiais nas negociações com os fornecedores presentes. “Temos condições bem atrativas para o evento, para os agricultores presentes, buscamos condições junto aos fornecedores. Nós, da Pitangueiras, estamos disponibilizando as condições durante os dois dias do evento”, frisou.

O principal objetivo do Agroshow é promover uma troca de experiências entre fornecedores, palestrantes, consultores e agricultores, e também diminuir a dependência de municípios maiores, como Ponta Grossa e Guarapuava, para a realização de um evento deste porte. “A nossa intenção foi diminuir a dependência dos municípios de Ponta Grossa e Guarapuava, buscando criar um evento de grande porte aqui para a nossa região. São 16 municípios abrangidos pela Pitangueiras de Irati e não temos nenhum evento de grande porte realizado por empresas aqui nesta região”, destacou.

Programação – Hoje, a programação teve início às 08 horas com o giro técnico nos stands e segue com almoço no Restaurante Anila para os participantes. Depois, a partir das 14 horas, haverá uma palestra com o pesquisador Juarez Ruppel, especialista em plantas daninhas, que falará sobre o cenário e os desafios no controle destas pragas para os produtores. Em seguida, haverá o giro livre pelos stands e a reabertura do balcão de negócios, para conversas e trocas de experiências entre consultores e agricultores.

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