Pessuti diz que não vai transformar CPIs em “Big Brother” do Congresso Nacional

Ex-deputado, que também já foi governador e vice-governador do Paraná concorre a uma vaga no…

29 de setembro de 2022 às 11h47m

Ex-deputado, que também já foi governador e vice-governador do Paraná concorre a uma vaga no senado nas eleições deste domingo, 02/Paulo Henrique Sava, com informações da AERP


Orlando Pessuti, candidato ao senado pelo MDB, em entrevista à Rede AERP de Notícias. Foto: AERP

Em entrevista à Associação das Emissoras de Rádio do Paraná (AERP), o ex-governador do Paraná e candidato ao senado pelo MDB, Orlando Pessuti, destacou que não irá transformar as CPIs em “Big Brother” (em referência ao reality show apresentado pela TV Globo), caso seja eleito para o Congresso Nacional.
“Eleito senador, eu vou a Brasília para trabalhar, como sempre trabalhei. Vou para lá não para defender a ideologia de direita ou de esquerda, para ficar brigando com o presidente da república nem para transformar as CPIs em um Big Brother no Senado Federal. Eu vou para defender os projetos que interessam ao Paraná, para aqueles que moram nas cidades, que levantam de madrugada para trabalhar, eu quero ser um senador que olhe por estas pessoas”, comentou.

Pessuti contou que seu desejo de atuar na vida pública ficou mais forte quando ingressou nos grêmios estudantis, em centros acadêmicos e na Casa de Estudante Universitário (CEU) de Curitiba, onde residiu enquanto cursava medicina veterinária na UFPR.

“Tudo isto chega à minha eleição de 1982, depois de 1986, 1990, 94, 98, 2002 e 2006. Eu nunca deixei de ser um servidor público, de ser um agente político, sempre continuei fazendo minha militância partidária, me reunindo com as pessoas para debater os assuntos que interessavam à sua cidade, ao seu bairro, à sua comunidade, ao seu município”, frisou.

Pessuti acredita que, para trabalhar pelas pessoas, precisa estar em um mandato eletivo para ter mais força e vigor. “Eu quero ter sim este mandato de senador para trabalhar mais e melhor do que estou trabalhando hoje. As pessoas demandam algum assunto, têm algum projeto ou sugestão, mas eu não tenho mandato e aí tenho alguma dificuldade de corresponder à expectativa”, comentou.

Primeiro emprego – Outra preocupação de Pessuti está relacionada ao primeiro emprego para os jovens, que devem ter mais oportunidades de estágio e de se tornarem menores aprendizes. “Eu estou hoje muito vocacionado para este assunto do jovem porque hoje eu também sou conselheiro licenciado do Centro de Integração Empresa Escola (CIEE) do Paraná, e ali nós debatemos a importância da inserção do jovem no mercado de trabalho, para ele ter estas oportunidades. Por que ser candidato a senador? Para ter a oportunidade de continuar trabalhando com êxito, em Brasília, em favor do Paraná e da nossa gente”, comentou.

Agricultura e meio ambiente – Agroeconomia, municipalismo e infraestrutura viária são as três principais linhas do plano de trabalho de Pessuti, enquanto candidato ao senado. Ele falou sobre a importância da força municipalista e destacou que quer resgatar o protagonismo do agronegócio paranaense junto ao Congresso Nacional.

“É muito importante termos este comprometimento com a força municipalista. Como eu venho da agricultura, como parlamentar e governador, eu sempre atuei em projetos ligados ao agronegócio. Eu quero ir a Brasília para resgatar esta representação que o agronegócio, o cooperativismo, o sindicalismo rural e o associativismo deixaram de ter em 2011, quando Osmar Dias encerrou o mandato dele como senador”, comentou.

O Paraná precisa de uma agricultura sustentável, crescendo junto com a preservação do meio ambiente, na opinião de Pessuti. “Pode acontecer uma queimada, uma derrubada, um garimpo, desde que respeitando o meio ambiente e a sustentabilidade porque sem ar, água e comida de qualidade, nós, seres humanos, e os animais não sobreviveremos. Temos que atuar nisso”, comentou.

Infraestrutura – O candidato lamentou a falta de pavimentação e outras obras em trechos das rodovias federais que cortam o Paraná. “É uma vergonha que nós ainda tenhamos rodovias federais que não estão todas pavimentadas no seu traçado no Paraná. Algumas não têm duplicação, como a BR 376 (Rodovia do Café), que vem de Maringá para Curitiba, e a BR 277, que vem de Foz, Cascavel e Guarapuava até Curitiba e vai até Paranaguá, que tem 750 km e não está duplicada. Precisamos olhar para elas com carinho”, pontuou.

Saúde – Outra área que receberá atenção especial de Pessuti será a da saúde, caso ele seja eleito. O candidato relembrou algumas obras realizadas neste setor em seus mandatos anteriores. “Quando eu fui deputado, vice-governador e governador, trabalhamos em uma grande implantação de redes de postos de saúde, clínicas da mulher e da criança, implantamos hospitais regionais, apoiamos os que já existiam, principalmente as Santas Casas de Misericórdia, contratando serviços através do Governo do Estado e pagando um valor mensal para que eles tivessem condições de atender à população. Eu serei um senador da saúde”, comentou.

Educação – Pessuti também afirma que, se for eleito, será um senador da educação, e que irá dedicar seu trabalho com projetos que irão desde o Ensino Fundamental até o Ensino Superior. O candidato também afirma que dará atenção especial à atuação das APAEs no estado. “Eu tenho que estar atento a isto, e especialmente à questão do ensino especial, das APAEs. Eu sou um cidadão apaeano desde 1979, há 43 anos e estou inserido no movimento das APAES, então eu serei alguém que vai cuidar disso”, afirmou.

Reformas – O candidato também declarou que, caso assuma uma cadeira no Senado Federal, irá apoiar a realização de uma Reforma Tributária. “Nós não podemos viver com uma carga tributária que já está perto dos 40%, não dá. Nós temos mecanismos para reduzir alíquotas e a carga tributária, de melhorar a questão do Imposto de Renda. Não tem sentido um trabalhador que ganhe R$ 5 mil ou R$ 6 mil pagar Imposto de Renda, temos que ir para cima dos dividendos, dos grandes lucros que temos neste país. Não podemos ficar taxando o salário do trabalhador, mas temos que diminuir o máximo que pudermos o ICMS da cesta básica de alimentos e medicamentos. Eu vou ser alguém que vai lutar por isto”, afirmou.

Pessuti afirmou ser favorável à realização de uma reforma política e disse ser contrário ao fundo eleitoral para financiamento das candidaturas. “Isto é um absurdo, porque sabe o que acontece? Eu sou candidato a Senador e estão dizendo que vão me liberar R$ 1 milhão, mas tem (candidato a) deputado federal que está pegando 4, 5 ou 6 milhões de reais do fundo eleitoral. Não tem sentido isto, tem candidato a deputado estadual nosso que vai receber R$ 10 mil, é uma vergonha este fundo de financiamento público de campanha. Temos que voltar ao financiamento privado com fiscalização, vigilância para que não aconteçam coisas erradas. Do jeito que está, não dá”, comentou.

O candidato também afirmou seu posicionamento contrário a qualquer tipo de reeleição. “Eu defendo uma reforma política em que nós não precisemos ter reeleição de prefeito, governador ou presidente da República. Que se dê um mandato de 5 anos, mas acabe com a reeleição porque normalmente a pessoa se elege, toma posse, começa a trabalhar e já fica no viés de fazer isto ou aquilo pensando na reeleição e não no programa que ele apresentou para ser eleito”, pontuou.

Perfil – Orlando Pessuti tem 69 anos de idade e atua junto ao MDB há mais de 50 anos. Ele é formado em Medicina Veterinária pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e começou sua vida política como deputado estadual em 1982, cargo que exerceu por cinco mandatos, chegando a presidir a Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP). Foi eleito vice-governador do estado na chapa de Roberto Requião, ocupando o cargo por dois mandatos. Em 2010, assumiu interinamente o governo do estado. Pessuti também foi secretário de agricultura do estado e diretor do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).

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