PC evita tentativa de fuga da Delegacia de Rebouças

Pelo sistema de monitoramento e com averiguação feita pela PM, presos foram flagrados tentando escavar…

26 de janeiro de 2016 às 11h10m

Pelo sistema de monitoramento e com averiguação feita pela PM, presos foram flagrados tentando escavar um túnel no fim de semana

Da Redação, com informações da Rádio Alvorada

A Polícia Civil frustrou uma tentativa de fuga da Delegacia de Rebouças no final de semana. O delegado Eduardo Mady Barbosa relatou à reportagem da Rádio Alvorada, de Rebouças, que os detentos tentaram escavar um túnel sob a carceragem. O sistema de monitoramento captou imagens da ação dos presos. Com presença e apoio da Polícia Militar, foi confirmada a suspeita.

O policial civil de plantão observou a movimentação através das câmeras e ouviu o barulho quando jogaram uma espécie de picareta para dentro da Delegacia. Na noite de domingo, 24, com auxílio da PM, os detentos foram isolados no solário para verificação da carceragem. “Numa das celas, já estavam cavando na parede. Já tinham cavado, mas a segunda parte é do concreto. A primeira parte é de tijolo. É um problema que acompanhamos, o estresse dos funcionários, e a população não entende o andamento dos processos. Nós temos que ter o investigador aqui, no desvio de função, cuidando de preso”, protesta o delegado, sobre a defasagem do quadro efetivo da Polícia Civil.

Estrutura fragilizada


Hoje, a Delegacia de Rebouças abriga 21 presos, sendo que dois deles estão em prisão temporária e podem ser liberados a qualquer momento, mediante fiança: um por embriaguez ao volante e por dirigir sem habilitação e outro por furtar um tablet de dentro de um carro. Entre os demais 19, 13 já foram condenados e aguardam transferência para penitenciárias. “Nosso efetivo é o mínimo para não fechar a delegacia. É por isso que a Delegacia de Rio Azul está fechada [por falta de policiais]”, reforça Barbosa.

Os objetos foram atirados para dentro da delegacia no final da tarde de domingo, 24, e o policial de plantão acompanhou a situação até o momento em que foi realizada a vistoria nas celas. 

Segundo o delegado, são frequentes as ocorrências de objetos serem atirados de fora para dentro da delegacia para tentar auxiliar na fuga de presos. No entanto, através de uma verba obtida junto à 13ª Subdivisão Policial (SDP – Ponta Grossa), à qual a Delegacia de Rebouças está circunscrita, o arame farpado que datava da época da inauguração do prédio, na década de 1940, foi recentemente trocado por concertina.

“Posteriormente, vamos eletrificar [a cerca] acima da concertina. Esse jogo que vai acontecendo: eles vão tentando fugir, nós vamos tentando evitar e realmente há uma dificuldade, porque aqui não é uma penitenciária; nós não temos uniformes, nem como mandar cortar o cabelo do preso. São feitas ‘gambiarras’, remendos, para tentar evitar fugas. Nesse final de ano, estive acompanhando, foram várias delegacias que tiveram fuga”, salienta.

A Polícia Civil trabalha com a expectativa de que o governador Beto Richa (PSDB) honre as promessas de campanha para o segundo mandato, como a construção de novas penitenciárias e a contratação de mais policiais. Eduardo cita o exemplo do presídio Hildebrando de Souza – o “Cadeião” do Santa Maria, em Ponta Grossa – que hoje abriga mais do que o dobro de sua capacidade: onde cabem cerca de 300 detentos, há em torno de 600, diz.

Recomendações aos moradores

O delegado recomendou que, por motivos de segurança, a população evite circular pela rua lateral ao solário, por onde há constantes lançamentos de objetos, como ferramentas e entorpecentes, para presos. Na maior parte, os encarregados de transportar esses materiais ilícitos aos presos são adolescentes. Um deles já foi flagrado e apreendido pelo menos três vezes e posteriormente liberado, por falta de vagas nos CENSEs (Centros de Socioeducação, destinados à ressocialização de adolescentes em conflito com a lei). Uma das medidas de segurança para precaver novas ocorrências desse tipo na delegacia é a instalação de telas sobre o solário.

Conforme Eduardo, há dificuldade na transferência de presos para uma penitenciária, quando é identificado qual deles iniciou a tentativa de fuga. O procedimento adotado, diante da falta de vagas nas penitenciárias, é a troca por presos de outras delegacias próximas. “Em geral, o preso que mandam é pior do que o aquele que foi”, compara.

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