Problemas pontuais na estrutura de salas e de um corredor foram detectados e estão sendo resolvidos aos poucos pelos proprietários do prédio
Há alguns dias, pais de alunos do Colégio Estadual São Vicente de Paulo, de Irati, entraram em contato com a Rádio Najuá, dizendo que o segundo andar do prédio e o corredor que dá acesso aos banheiros teriam sido interditados por conta de problemas na estrutura. Em suas mensagens, os responsáveis pelos estudantes diziam estar preocupados com a segurança dos freqüentadores e com uma possível mudança de local do estabelecimento de ensino.
A reportagem da Najuá procurou os proprietários do prédio onde funciona o colégio, a Sociedade Educacional Iratiense, para falar sobre os problemas. O assessor do grupo, Edélcio José Stroparo, que foi aluno e professor da instituição, esclarece, primeiramente, que a escola não deixará o local.
“Ninguém tem a intenção de retirar a escola do prédio, muito pelo contrário. A idéia é que a escola aqui permaneça da forma como ela é, e que, num futuro muito próximo, a escola e o prédio recebam tombamento histórico, que é uma figura jurídica do Ministério da Cultura, que é a garantia de permanência do prédio com as características com as quais ele foi construído e instalado desde o seu princípio”, explicou.
Fotos: Paulo Henrique Sava
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De acordo com Stroparo, o prédio foi construído em 1928, e funcionou como escola particular vinculada à Província Brasileira da Congregação da Missão, da Congregação Vicentina, cuja sede fica em Curitiba. O Colégio São Vicente de Paulo foi estadualizado em 1975. Edélcio explicou que, para que haja o tombamento histórico, existe uma série de providências a serem tomadas, o que, segundo ele, já vem sendo feito. “Fizemos uma vistoria aqui, com acompanhamento do Núcleo de Educação, e identificamos vários pontos no prédio que precisam de reparos. Este é um prédio bastante antigo, como todos sabem, e não vem recebendo a manutenção adequada ao longo do tempo”, frisou.
Conforme Stroparo foram detectados problemas em dois corredores, sendo um externo, que dá acesso aos banheiros do colégio, e o outro interno, em uma área privativa da instituição. Também foram detectados problemas no telhado e no forro do colégio e em uma sala de aula, que apresenta problemas no assoalho. Stroparo confirma que todos estes locais já foram isolados. “Isolamos as áreas para que não exista nenhum risco para a integridade dos alunos, professores e funcionários desta instituição, e já iniciamos o trabalho. Já tem atividades, tapumes em algumas áreas externas e alguns locais internos que precisam de reparos estão isolados para que nenhum risco se estabeleça em relação aos usuários do prédio”, destacou.
O assessor comenta que o processo de reforma do colégio é complexo e demorado porque, para o tombamento histórico, existe a necessidade da manutenção das características originais do prédio, o que, segundo Stroparo, fica ainda mais difícil porque alguns materiais necessários já não estão mais disponíveis no mercado. “Aí nós teremos que encontrar maneiras de fazer a reposição destes materiais para não descaracterizar o prédio, e isto é uma grande dificuldade e inclusive encarece o processo”, destacou.
Outro problema apontado por Stroparo é a presença dos alunos no colégio e a impossibilidade de deslocá-los para outro local ou de suspender as aulas durante a reforma. “Tem todo um cuidado para que isso não prejudique as atividades da escola e para que os próprios trabalhos de reforma não tragam risco aos usuários. É uma coisa muito complexa e difícil”, destacou.
O assessor destaca que a equipe que está trabalhando nas obras foi devidamente instruída para respeitar as regras que foram previamente determinadas. Stroparo comenta que as reformas no prédio do Colégio devem ser contínuas e vão se tornar cada vez mais freqüentes. “Um prédio grande e antigo como este merece reparos contínuos e permanentes, e é o que estamos fazendo”, frisou.
Stroparo agradeceu a comunidade pela preocupação, dizendo que ‘isto é sinal de que as pessoas têm consideração em relação ao prédio’. “Nós estamos muito mais preocupados do que os pais de alunos e professores. Estamos fazendo este trabalho, tomando todas as precauções possíveis e queremos chegar ao ponto de termos, lá na frente, o tombamento do prédio”, comentou.
Responsabilidade da SEED
A reportagem da Najuá procurou a chefe do Núcleo Regional de Educação de Irati, Marisa Massa Lucas, para saber qual a responsabilidade da Secretaria de Estado da Educação quanto às reformas que estão sendo feitas no Colégio Estadual São Vicente de Paulo. Ela comenta que, desde que assumiu o cargo no NRE, procurou conversar com a Sociedade Educacional Irati, proprietária do imóvel, sobre a segurança dos alunos. “O NRE é responsável pelo colégio, pelos alunos e por todos aqueles que compõem a sua comunidade escolar, mas a gente nunca deixou de acompanhar e de vistoriar de perto esta situação”, frisou.
De acordo com Marisa, a Sociedade Educacional Iratiense, é a responsável pela realização de grandes intervenções, ou seja, novas construções e reformas no prédio. “Eles [sócios] têm funcionários e têm trabalhado no Colégio São Vicente, fazendo os reparos necessários. Até este momento, nós temos acompanhado de perto e temos também um comprometimento da sociedade quanto à segurança destes alunos”, destacou.
Marisa explica que a única responsabilidade do estado é a realização de pequenas manutenções, como a troca de torneiras, limpeza e troca de lâmpadas, por exemplo.
De acordo com Marisa, uma engenheira, vinculada à SEED, deve se deslocar para Irati até o início da próxima semana. Ela fará uma nova avaliação sobre a situação do prédio, para que possa haver segurança para os operários da obra e para os alunos, professores e funcionários do Colégio São Vicente. “Nós temos acompanhamento da SEED, neste ponto, e que a gente tenha tranquilidade para deixar os alunos dentro deste prédio”, destacou.
Marisa tranqüiliza os pais, dizendo que eles podem mandar os seus filhos para o Colégio São Vicente. Ela garantiu que, se mais algum ambiente da instituição apresentar necessidade de intervenção, este será imediatamente isolado. No entanto, a chefe do NRE ressalta que não haverá necessidade de interdição total do prédio. “O colégio oferece, até o momento, condições de funcionamento”, frisou.