Patrimônio de Irati, Colégio São Vicente de Paulo passará por reformas

Problemas pontuais na estrutura de salas e de um corredor foram detectados e estão sendo…

23 de julho de 2015 às 12h55m

Problemas pontuais na estrutura de salas e de um corredor foram detectados e estão sendo resolvidos aos poucos pelos proprietários do prédio

Paulo Henrique Sava

Há alguns dias, pais de alunos do Colégio Estadual São Vicente de Paulo, de Irati, entraram em contato com a Rádio Najuá, dizendo que o segundo andar do prédio e o corredor que dá acesso aos banheiros teriam sido interditados por conta de problemas na estrutura.  Em suas mensagens, os responsáveis pelos estudantes diziam estar preocupados com a segurança dos freqüentadores e com uma possível mudança de local do estabelecimento de ensino.

A reportagem da Najuá procurou os proprietários do prédio onde funciona o colégio, a Sociedade Educacional Iratiense, para falar sobre os problemas. O assessor do grupo, Edélcio José Stroparo, que foi aluno e professor da instituição, esclarece, primeiramente, que a escola não deixará o local.

“Ninguém tem a intenção de retirar a escola do prédio, muito pelo contrário. A idéia é que a escola aqui permaneça da forma como ela é, e que, num futuro muito próximo, a escola e o prédio recebam tombamento histórico, que é uma figura jurídica do Ministério da Cultura, que é a garantia de permanência do prédio com as características com as quais ele foi construído e instalado desde o seu princípio”, explicou.

Fotos: Paulo Henrique Sava

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De acordo com Stroparo, o prédio foi construído em 1928, e funcionou como escola particular vinculada à Província Brasileira da Congregação da Missão, da Congregação Vicentina, cuja sede fica em Curitiba. O Colégio São Vicente de Paulo foi estadualizado em 1975. Edélcio explicou que, para que haja o tombamento histórico, existe uma série de providências a serem tomadas, o que, segundo ele, já vem sendo feito. “Fizemos uma vistoria aqui, com acompanhamento do Núcleo de Educação, e identificamos vários pontos no prédio que precisam de reparos. Este é um prédio bastante antigo, como todos sabem, e não vem recebendo a manutenção adequada ao longo do tempo”, frisou.

Conforme Stroparo foram detectados problemas em dois corredores, sendo um externo, que dá acesso aos banheiros do colégio, e o outro interno, em uma área privativa da instituição. Também foram detectados problemas no telhado e no forro do colégio e em uma sala de aula, que apresenta problemas no assoalho. Stroparo confirma que todos estes locais já foram isolados. “Isolamos as áreas para que não exista nenhum risco para a integridade dos alunos, professores e funcionários desta instituição, e já iniciamos o trabalho. Já tem atividades, tapumes em algumas áreas externas e alguns locais internos que precisam de reparos estão isolados para que nenhum risco se estabeleça em relação aos usuários do prédio”, destacou.

O assessor comenta que o processo de reforma do colégio é complexo e demorado porque, para o tombamento histórico, existe a necessidade da manutenção das características originais do prédio, o que, segundo Stroparo, fica ainda mais difícil porque alguns materiais necessários já não estão mais disponíveis no mercado. “Aí nós teremos que encontrar maneiras de fazer a reposição destes materiais para não descaracterizar o prédio, e isto é uma grande dificuldade e inclusive encarece o processo”, destacou.

Outro problema apontado por Stroparo é a presença dos alunos no colégio e a impossibilidade de deslocá-los para outro local ou de suspender as aulas durante a reforma. “Tem todo um cuidado para que isso não prejudique as atividades da escola e para que os próprios trabalhos de reforma não tragam risco aos usuários. É uma coisa muito complexa e difícil”, destacou.

O assessor destaca que a equipe que está trabalhando nas obras foi devidamente instruída para respeitar as regras que foram previamente determinadas. Stroparo comenta que as reformas no prédio do Colégio devem ser contínuas e vão se tornar cada vez mais freqüentes. “Um prédio grande e antigo como este merece reparos contínuos e permanentes, e é o que estamos fazendo”, frisou.

Stroparo agradeceu a comunidade pela preocupação, dizendo que ‘isto é sinal de que as pessoas têm consideração em relação ao prédio’. “Nós estamos muito mais preocupados do que os pais de alunos e professores. Estamos fazendo este trabalho, tomando todas as precauções possíveis e queremos chegar ao ponto de termos, lá na frente, o tombamento do prédio”, comentou.

Responsabilidade da SEED

A reportagem da Najuá procurou a chefe do Núcleo Regional de Educação de Irati, Marisa Massa Lucas, para saber qual a responsabilidade da Secretaria de Estado da Educação quanto às reformas que estão sendo feitas no Colégio Estadual São Vicente de Paulo. Ela comenta que, desde que assumiu o cargo no NRE, procurou conversar com a Sociedade Educacional Irati, proprietária do imóvel, sobre a segurança dos alunos. “O NRE é responsável pelo colégio, pelos alunos e por todos aqueles que compõem a sua comunidade escolar, mas a gente nunca deixou de acompanhar e de vistoriar de perto esta situação”, frisou.

De acordo com Marisa, a Sociedade Educacional Iratiense, é a responsável pela realização de grandes intervenções, ou seja, novas construções e reformas no prédio. “Eles [sócios] têm funcionários e têm trabalhado no Colégio São Vicente, fazendo os reparos necessários. Até este momento, nós temos acompanhado de perto e temos também um comprometimento da sociedade quanto à segurança destes alunos”, destacou.

Marisa explica que a única responsabilidade do estado é a realização de pequenas manutenções, como a troca de torneiras, limpeza e troca de lâmpadas, por exemplo.

De acordo com Marisa, uma engenheira, vinculada à SEED, deve se deslocar para Irati até o início da próxima semana. Ela fará uma nova avaliação sobre a situação do prédio, para que possa haver segurança para os operários da obra e para os alunos, professores e funcionários do Colégio São Vicente. “Nós temos acompanhamento da SEED, neste ponto, e que a gente tenha tranquilidade para deixar os alunos dentro deste prédio”, destacou.

Marisa tranqüiliza os pais, dizendo que eles podem mandar os seus filhos para o Colégio São Vicente. Ela garantiu que, se mais algum ambiente da instituição apresentar necessidade de intervenção, este será imediatamente isolado. No entanto, a chefe do NRE ressalta que não haverá necessidade de interdição total do prédio. “O colégio oferece, até o momento, condições de funcionamento”, frisou.

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