Paixão de Cristo em Rio Azul não deve ser apresentada em 2015

22 de janeiro de 2015 às 09h02m

Com a saída do diretor da peça, montagem do espetáculo depende de voluntários para coordená-la
Edilson Kernicki, com reportagem de Rodrigo Zub

© Luciano Kruk

Espetáculo foi encenado durante os últimos três anos
Após três anos consecutivos de realização, a encenação da Paixão de Cristo em Rio Azul corre o risco de não ocorrer neste ano, pois o coordenador, roteirista e diretor das apresentações anteriores, Talbian Raoni Przybycz, deixou o posto.

Para tornar possível a realização da peça em 2014, foi montada uma Comissão de Encenação, com nove integrantes, cada um deles com uma função específica. Talbian ficou com a coordenação do grupo e elaboração de roteiro, dirigiu e protagonizou a peça. Entretanto, o até então diretor e coordenador da peça, por motivos pessoais, optou por não participar neste ano.

“Tudo tem um ciclo, foram três anos à frente disso. Hoje tenho outros projetos para realizar. E para estar à frente de uma encenação desse porte, infelizmente não dependemos apenas de boa vontade. É preciso tempo, disposição e ter um grupo forte”, comentou.

Entretanto, Talbian afirma que sua saída do grupo não impossibilita a realização da peça. “É uma iniciativa do povo, feita pelo povo e para o povo”, ressalta. A realização da peça nesse ano, portanto, depende que outra pessoa tome a iniciativa de coordenar o grupo e dirigir a encenação. Talbian informa que o grupo possui os figurinos e os roteiros disponíveis para quem resolver coordenar a Paixão de Cristo.

Em pouco tempo, a apresentação ganhou grandes proporções, por envolver uma peça de cunho religioso, o que atrai bastante público, ocorrer em local aberto e reunir um elenco numeroso, explica o ex-organizador e ex-diretor da peça. Em função disso, o grupo havia concluído que o evento necessitava ser ainda maior que nos anos anteriores, o que levou a mudanças de local das apresentações e de questões logísticas.

Falta de organizadores

© Fábio Souza

Por decisão pessoal, Talbian optou em não participar da encenação da Paixão de Cristo em 2015
Entre os oito membros restantes da Comissão de Encenação, já houve sinalização de debandada da parte de alguns, em função da saída de Talbian do grupo. Ele comenta que até o momento ninguém se dispôs a tomar esta frente. A onze semanas da Páscoa, o ex-diretor do grupo crê não haver tempo hábil para que seja feita uma nova montagem da peça. Talbian também conta que nenhum integrante da comissão foi procurado por pessoas da comunidade interessadas em coordenar a encenação em 2015. “A única coisa que têm manifestado é que, se houver a encenação, elas têm vontade de participar, de atuar”, complementa. Resumindo, elenco não seria dificuldade para a realização da peça; a falta de uma coordenação, sim”.

Ao longo dos três anos em que foi apresentada, a Paixão de Cristo em Rio Azul envolveu um elenco de cerca de 70 a 80 pessoas. A última apresentação teve patrocínio do comércio local e uma contrapartida da Prefeitura Municipal. “Precisamos de um respaldo financeiro, principalmente em relação à iluminação e sonorização”, explica. A Prefeitura também contribuiu, na ocasião, com a limpeza de pátio e a disposição de bancos para o público.

Apoio do comércio local

Segundo Talbian, foi esse patrocínio do comércio que permitiu ao grupo ter seu próprio figurino, que em anos anteriores era emprestado da igreja. Ainda de acordo com ele, o investimento em locação de luzes e som e de compra de materiais para figurino e cenários gira em torno de R$ 5 mil a R$ 6 mil. Pelo fato de esses materiais já existirem, o ex-diretor da peça acredita que o custo seria reduzido para realizá-la em 2015. Conforme explica, os gastos com iluminação e sonorização variam de acordo com a proposta da peça, em termos de quantidade de locações diferentes. Ele cita o exemplo do ano passado, que a peça se dividiu em três diferentes pontos, o que exigiu o uso de duas mesas de som e de mais equipamentos de iluminação.

Repercussão

O grupo teve sempre uma repercussão positiva entre o público, de modo que no ano passado, obteve uma Moção de Aplauso da Câmara Municipal de Rio Azul. A encenação da Paixão, lembra Talbian, começou modesta, em 2012, com a retomada, depois de muitos anos sem ser realizada, e foi ganhando proporções maiores a cada ano. O espetáculo já vinha sendo representado havia mais de 15 anos e parou durante algum período. Por último, já reunia três gerações de atores.

Talbian diz que essa parada é momentânea e deixa em aberto se pode voltar ao grupo ou não no futuro. “Para quem vê de fora a peça, é apenas um dia. Mas para quem organiza, tudo começa muito antes. No último ano, para mim foram três meses, desde a preparação do roteiro e correr atrás de elenco. Por isso temos que ter noção se dispomos de tanto tempo, porque é uma proporção grandiosa, ainda mais para um município pequeno”, avalia.

O ex-diretor do grupo se dispõe a orientar quem tiver interesse em conduzir a peça nesse ano e acertar detalhes de figurino e roteiro, que pode ser cedido. Basta procurá-lo no Lar dos Velhinhos, das 8h às 11h da manhã ou das 13h às 17h ou mesmo através das redes sociais. Interessados podem também procurar os demais integrantes da Comissão de Encenação.

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