Orçamento de Irati para 2026 pode chegar a quase R$ 350 milhões

26 de agosto de 2025 às 11h39m

Projeção de receita do município foi apresentada durante audiência pública sobre a LOA para 2026 e o PPA para o quadriênio 2026-2029, realizada na última quinta-feira, 21/Paulo Sava

Joby Ayub, secretária de Fazenda de Irati. Foto: Diego Gauron

Resumo: – Pastas que mais devem receber recursos são as da Saúde, Educação e de Arquitetura, Engenharia e Urbanismo

  • Agricultura deve receber cerca de R$ 2 milhões; orçamento para habitação deve ser de R$800 mil
  • Orçamento prevê recursos para continuidade do Programa Tarifa Zero.

A Prefeitura de Irati terá um orçamento de quase R$ 350 milhões para 2026. A projeção foi apresentada durante audiência pública sobre a Lei Orçamentária Anual (LOA) e o Plano Plurianual (PPA) para o quadriênio de 2026 a 2029, realizada na tarde desta quinta-feira, 21, na Câmara de Irati.

No total, o orçamento do município poderá ser de R$ 349.679.712,33, sendo R$ 301.531.706,90 de receita em impostos e taxas da Prefeitura (neste valor não entram recursos estaduais e federais), e R$ 48.148.005,43 do Caixa de Aposentadoria e Previdência dos Servidores Públicos de Irati (CAPSIRATI), que deve ter o mesmo valor estimado em despesas. Já a previsão de gastos do Executivo é de R$ 296.770.696,90. Já a previsão de gastos da Câmara de Irati é de R$ 4.761.01,00.

Entre as secretarias, as que mais devem receber recursos são as pastas da Educação, com pouco mais de R$ 84 milhões, Saúde, com R$ 50 milhões, e de Arquitetura, Engenharia e Urbanismo, com pouco mais de R$ 26 milhões.
Já a pasta da agricultura deve receber pouco mais de R$ 2 milhões. O professor João Luiz Dreminski, do Instituto Federal do Paraná (IFPR), reclamou do baixo orçamento para a pasta. Ele ressaltou que a agricultura responde por 52% da arrecadação do município.

“Aí batemos o olho no orçamento e a agricultura tem R$ 2 milhões no geral. Como é que a gente interpreta isto? R$ 2 milhões para a agricultura, que responde por uma grande parte da receita. Queira ou não, acabamos comparando com as outras áreas, como esporte, com R$ 10 milhões. Como é que a gente faz a discussão sobre a agricultura com R$ 2 milhões. Eu sei que tem recursos carimbados, na saúde e na educação são obrigatórios estes investimentos. Mas aí, a Educação tem R$ 80 milhões, agricultura tem R$ 2 milhões e Indústria e Comércio tem R$ 3 milhões. Somando mais R$ 3 milhões, que vem da SEAB (Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento), sobe para R$ 5 milhões. Ainda assim, podemos ser orientados por vocês sobre como fazer uma emenda no orçamento que não precise passar pelos vereadores. Pode ser uma ação coletiva, um outro instrumento, e também é legal esta cidadania, para ter grupos que possam fazer uma emenda no orçamento e discutir outras questões”, comentou.

Habitação terá pouco mais de R$ 800 mil no orçamento

Outra pasta que está com um orçamento considerado baixo é a da Habitação, com R$ 800 mil, o que, segundo João, dá para construir apenas 5 casas de R$ 150 mil cada. “Acaba que a gente vai levando a estas proporções e vai, para não perder o debate, fazer discussões sobre a importância do agrícola, do campo e do rural”, destacou.

Saúde

O presidente do Observatório Social de Irati e do Conselho Municipal da Saúde, Gerson Musial, questionou se, com o orçamento previsto, a Secretaria de Saúde conseguiria pagar suas contas com o orçamento disponibilizado pelo Executivo. “São muitas atividades que vão ser implantadas, e ficou a dúvida se, com o orçamento que está previsto, vão conseguir chegar nestes próximos quatro anos a todo este plano de governo. O Conselho de Saúde ficou com muita dúvida se eles vão conseguir executar todo o planejamento”, frisou.

Gerson Musial, presidente do Observatório Social e do Conselho Municipal da Saúde de Irati. Foto: Paulo Sava

Tarifa zero

Segundo o prefeito Emiliano Gomes, o orçamento prevê também recursos para a continuidade do programa Tarifa Zero, que oferece transporte público gratuito todos os dias para a população iratiense.

“Sim, veja, este é um orçamento que a gente pensou, planejou, ele cabe dentro do orçamento, até porque agora nós estamos com o Fundo Municipal de Transporte, com o qual nós vamos conseguir equilibrar esta conta. Tudo isto está dentro da previsão do planejamento, do orçamento, porque é uma nova política pública e vamos conseguir efetivar. Tudo isto está dentro deste documento, que é o Plano Plurianual, fica dentro deste arcabouço orçamentário que foi planejado. São projetos novos, como o teatro, a política da Tarifa Zero e investimentos na saúde, que daqui a pouco vai ter o novo Pronto Atendimento. Tudo isto vai se organizando à medida que os novos projetos vão vindo”, destacou.

Orçamento não é suficiente

Segundo a secretária de Tecnologia, Inovação e Planejamento, Bruna Nadal, o orçamento de quase R$ 350 milhões não é o ideal para o município. “Não seria o ideal, mas nós sempre trabalhamos em busca de recursos, na inovação junto a parcerias, principalmente a instituições de ensino e a Itaipu, que nos presenteia sempre com muitos recursos, para que possamos sair um pouco do que temos de recursos próprios do município, para que possamos estar sempre expandindo e contemplando as nossas metas”, frisou.

Secretária de Tecnologia, Inovação e Planejamento, Bruna Nadal. Foto: Diego Gauron

Plano Plurianual

Ainda na sessão de terça-feira, foi apresentado o Plano Plurianual para o período entre 2026 e 2029. O plano contém as diretrizes que vão direcionar as ações e prioridades do município para os próximos quatro anos, segundo o prefeito Emiliano Gomes. “O planejamento 2026-2029 está muito bem fundamentado, além da participação popular, teve muitos estudos complementares dentro da Secretaria da Fazenda, várias reuniões foram feitas, e hoje está sendo colocado para as pessoas e a comunidade, com muita transparência, aquilo que se projeta. É claro que é uma estimativa, na administração pública, existem inúmeras variáveis que vão se acomodando de acordo com aquilo que projetamos para o futuro. Planejamento e organização, este foi e é o nosso compromisso com a gestão, sempre mostrando a realidade da nossa situação, como estamos. Há sim uma grande dificuldade financeira, mas precisamos superar estas barreiras, e isto se dá com um bom planejamento que está se apresentando aqui no dia de hoje”, frisou.

Prefeito de Irati, Emiliano Gomes. Foto: Paulo Sava

A secretária de Fazenda, Joby Ayub, detalhou como é elaborado o orçamento do município. “Hoje trouxemos um estudo que fizemos durante uns dois meses planejando e estruturando isto. Então, nos baseamos na receita arrecadada ao longo da história. Pegamos a receita de 2024, que arrecadou até 2025, e fizemos esta composição para que acontecesse a receita orçamentária projetada para 2026. Da prefeitura mesmo, temos R$ 301 milhões, mais o caixa de previdência, que somados, fecham mais ou menos R$ 350 milhões. Planejamos e projetamos esta receita para depois conseguirmos ver o que vai ser planejado em relação à despesa”, comentou.

Recursos federais e estaduais não entram imediatamente no orçamento

Recursos oriundos dos governos Federal e Estadual não fazem parte do orçamento do Executivo, segundo Joby. “Esses convênios e emendas dos governos federal e estadual deixamos para que realmente possam ser efetivados para depois colocarmos e alocarmos no orçamento. Existe um grande trabalho, que é feito através da Secretaria de Planejamento e pelas demais secretarias, que fazem a busca destes recursos e somente quando temos a efetivação em conta bancária, contabilizamos e colocamos no orçamento”, destacou.

O orçamento do município começa a ser construído a partir daquilo que o Executivo tem a obrigatoriedade de pagar, de acordo com Joby. “Começamos a construir uma despeça orçamentária falando da folha de pagamento e encargos, depois vamos para as obrigações de impostos e financiamentos, daí vamos ver o resultado do que poderemos realmente gastar, que a gestão vai poder gerir este recurso. Muito pouco destes R$ 350 milhões é que vai para investimentos, porque o investimento é depois de fazermos todas as obrigações de casa, de mantermos a máquina pública, daí vamos pensar no investimento. É como na nossa casa, o investimento fica depois que tivermos o recurso. Estes investimentos giram em torno de 7% do orçamento, o que acaba sendo muito pouco. A gestão acaba tendo que ser criativa para buscar de outras formas o recurso, e estes valores ela consegue dar de contrapartida para conseguir trazer à população um valor maior, uma gestão melhor e atender todas as demandas da comunidade”, comentou.

A vereadora Terezinha Miranda Veres, integrante da Comissão de Finanças da Câmara, acredita que é importante todos os vereadores saberem em que o município está investindo os recursos oriundos do pagamento de tributos e taxas.

“Sempre que tem as audiências, as apresentações, procuramos estar presentes porque é muito importante para nós, vereadores, termos este conhecimento destas ações e investimentos que serão feitos para o nosso município nos próximos quatro anos. Então, eu acredito que damos nossa contribuição, a Câmara sempre é parceira da gestão, procurando contribuir com estes investimentos para que sejam feitos sempre atendendo as necessidades da nossa população”, finalizou.

Vereadora Teresinha Miranda Veres, integrante da Comissão de Finanças da Câmara de Irati. Foto: Diego Gauron
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