Ex-prefeito rebateu declarações de Jorge Derbli de que o déficit foi originado em administrações anterior do município
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Odilon Burgath foi prefeito de Irati entre 2013 e 2016. Foto: Facebook/Reprodução |
O ex-prefeito de Irati, Odilon Burgath, procurou nossa reportagem para responder as declarações dadas pelo atual gestor Jorge Derbli sobre o déficit orçamentário do município, que segundo ele, teria sido gerado em administrações anteriores. Confira o áudio completo da manifestação do ex-prefeito no fim do texto
“Quero lastimar que a atual gestão tente jogar a culpa em gestões anteriores, em especial na minha, a sua absoluta incapacidade de administrar as finanças do município de Irati. Eu deixei a prefeitura em dezembro de 2016. As contas do atual prefeito foram reprovadas em 2018 com julgamento recente, ou seja, dois anos depois de que eu tinha saído da prefeitura”, afirmou Odilon.
Na entrevista, Derbli também disse que a administração anterior não efetuou o pagamento das contas de água, luz e telefone dos últimos três meses do mandato. Em resposta, o ex-prefeito justificou que essa situação é normal na administração pública. “É uma grande inverdade falar que eu deixei três meses de água, luz e telefone sem pagamento. Na verdade, é absolutamente normal em uma administração, por exemplo, que as faturas que não podem ser pagas por conta do vencimento próximo do final do mandato serem liquidadas e empenhadas no início da nova gestão. Eu fiz assim em relação as contas de água, luz e telefone de dezembro de 2012 do ex-prefeito Sérgio Stoklos e que foram pagas em janeiro de 2013 pelo meu mandato. Absolutamente normal. Agora não se pode comparar o mês de dezembro de cerca de 100 mil de contas de água, luz e telefone com o rombo que a atual gestão deixou de mais de 11 milhões de reais em dezembro de 2018”, disse Odilon.
Derbli também relatou que algumas situações que ficaram pendentes da administração passada não tinham sido empenhadas e tiveram que ser resolvidas pela atual gestão. Por sua vez, o ex-prefeito justifica que deixou o município com capacidade financeira para contrair novos financiamentos.
“Se eu tivesse deixado a prefeitura endividada porque a atual gestão já no início pintou quase todos os prédios em azul e branco, a maioria das pinturas sem necessidade, mas porque queriam colocar uma nova marca da gestão se não tinha dinheiro em caixa. Porque a atual gestão construiu barracões novos no CTG, pavimentação nova no CTG, se não tinha dinheiro em caixa. Aliás, porque a prefeitura que está usando um projeto de pavimentação pensado na minha gestão de financiamento de R$ 10 milhões, porque agora ela conseguiu financiamento se eu tivesse deixado a prefeitura sem crédito. Se teve condição de aprovar esse financiamento é porque a nossa gestão foi competente para deixar a prefeitura com capacidade de contrair novos financiamentos”, justifica o ex-prefeito.
Odilon ainda se colocou à disposição para apresentar as despesas durante sua gestão. “Se há qualquer dúvida me proponho a fazer um debate em audiência pública com a atual gestão comparando as despesas, as planilhas do meu mandato, com as despesas da atual gestão e aí nós veremos qual foi a administração competente e que teve as contas aprovadas pelo Tribunal de Contas. Eu tive as quatro ao contrário da atual gestão que tenta justificar o injustificável”.
No mês passado, a Segunda Câmara do Tribunal de Contas do Estado aplicou uma multa para Derbli por causa do déficit de R$ 11 milhões relacionado à receita arrecadada de fontes livres pelo município em 2018, valor que corresponde a 9,7% deste índice superior ao limite de 5% tolerado pelo órgão. Por causa disso, a Corte também emitiu um Parecer Prévio pela desaprovação das contas do gestor em 2018. A defesa do prefeito recorreu do parecer. Confira o que disse Derbli e seu advogado sobre o assunto.