Em entrevista à Najuá, ex-prefeito de Irati disse que não deve concorrer ao Executivo, mas não descartou possibilidade de ser candidato/Texto de Karin Franco, com entrevista realizada por Rodrigo Zub e Juarez Oliveira
O Partido dos Trabalhadores (PT) anunciou o nome do advogado e comunicador André Nogueira como pré-candidato a prefeito de Irati na eleição deste ano.
A informação foi confirmada pelo vice-presidente do diretório do PT de Irati, o ex-prefeito Odilon Burgath, que foi entrevistado no programa “Meio Dia em Notícias” de sexta-feira, dia 5. Clique aqui e assista a entrevista completa. “Nesta situação de projetos, neste momento, estou indicando o André. É uma situação que vai ser referendada ainda pelo diretório e vai ter minha participação nessa discussão. Vou conversar com o presidente do PT Estadual, Arilson Chiorato [deputado estadual]. Nós temos essa conversa agendada, então é aguardar nos próximos dias”, disse.
Odilon destaca que André é um nome de sua confiança, tem residência no município e tem sido seu parceiro dentro da política local. Ele também citou que o pré-candidato a prefeito tem escritórios de advocacia em Irati e Curitiba. “O André é meu irmão de caminhada na política. Quando em 2012, eu era um candidato ainda pouco conhecido, nós conquistamos uma virada histórica. A eleição pela primeira vez do PT em Irati. O André sempre coordenou, até pela sua habilidade em comunicação, a nossa campanha de mídia. Esteve comigo na caminhada, inclusive física, dentro da disponibilidade dele, na rua. Em 2016, quando eu fui novamente candidato a prefeito, auxiliou o PDT com a nossa candidata Rafaela [em 2020]. Não existe pessoa melhor indicada”, conta.
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Prefeito entre 2013 e 2016, Odilon disse que não deve concorrer ao Executivo Municipal neste ano, mas não descarta possibilidade de ser candidato. Um dos motivos alegados pelo ex-prefeito é a perda de seu pai Jorge Burgath, que faleceu no início deste ano. “Neste momento, eu não sou [pré-candidato]. Não significa que no futuro, eu não possa ser. Nas reuniões partidárias, o que eu tenho explicado para as nossas companheiras e companheiros de federação, Brasil Esperança, que eu tenho projetos pessoais, profissionais, inclusive de estudo. Pessoais, reforço que aconteceu uma situação familiar que nós estamos dando sustentação (eu e meu irmão, Fábio) para minha mãe, em relação aos três meses que meu pai faleceu”, relatou.
Na última eleição municipal, em 2020, Odilon também não participou da disputa majoritária. Na época, o ex-prefeito estava no Partido Democrático Trabalhista (PDT) e apoiou a candidatura de Rafaela Ferencz, pelo mesmo partido. Servidor da Justiça do Trabalho, Odilon, explicou o motivo pelo qual não disputou. “Em 2020, nós indicamos a Rafaela Ferencz porque eu tinha tido uma mudança de lotação para assessorar o desembargador Carlos Henrique, no Tribunal Regional do Trabalho. Era um compromisso meu. Eu trabalhei com o juiz Carlos Henrique [de Oliveira Mendonça] aqui em Irati por muito tempo”, disse.
Odilon também comentou sobre as mudanças de partido nos últimos anos. Após ter sido eleito pelo PT em 2012, ele se filiou ao PDT, quando concorreu à reeleição em 2016, e depois voltou ao PT. “Na época, quando eu deixei o PT, havia ainda situações judiciais que era a questão da Lava Jato e eu havia cobrado do presidente nacional do partido, Rui Falcão, quando eu era prefeito, que alguns nomes que, agora o Supremo Tribunal Federal declarou nulas as sentenças porque não havia provas contra essas pessoas, mas naquela época, eu me preocupava que essas pessoas tinham que se desfiliar do PT para responder. Eu tive a alegria de ir para o PDT, que é um partido de esquerda. Tenho no meu currículo a participação no partido do Lula e do partido do Brizola, históricos progressistas e que se preocupam com as causas sociais. Por que eu retornei ao PT? Porque eu sempre fui lulista. Eu trabalhei sempre para o presidente Lula”, disse.
O ex-prefeito de Irati contou que a volta ao PT também aconteceu por não concordar com críticas do candidato a presidente Ciro Gomes na última eleição. “Também porque não compactuei com as posições de uma pessoa, que eu tenho ainda respeito, que é o ex-governador [do Ceará] e ex-ministro [da Fazenda] Ciro Gomes, de ataques que ele fez injustos ao presidente Lula. Naquele momento, eu regressei para minha antiga casa”, explica.
Na Executiva do diretório municipal do PT, Odilon conta que o partido está formando uma base de candidatos para a Câmara Municipal. Contudo, a definição da chapa acontecerá apenas na metade do ano. “Nós temos bons nomes para uma chapa de vereadores e agora essas definições que vão se aproximar, tem esse período de pré-candidaturas, mas tudo se define na questão das convenções, pelo calendário eleitoral, a partir de julho”, disse.
Sobre um possível diálogo com outros partidos, Odilon conta que a Executiva do diretório municipal do PT está aberta para dialogar com todos os grupos da cidade. Porém, o vice-presidente do partido em Irati disse que há escolhas nesse diálogo. “Tem alguns que, realmente, é muito difícil o diálogo. É muito difícil por conta de que são pessoas que têm projetos próprios de poder. São pessoas que não tem compromisso com projetos sociais”, conta.