Obra de revitalização do Bosque São Francisco está concluída

26 de julho de 2016 às 10h08m

Foram pelo menos sete anos de espera desde a época em que o local vinha funcionando como depósito irregular de lixo até sua transformação em espaço de lazer ao ar livre

Da Redação, com reportagem de Jussara Harmuch  
Depois de sete anos, desde a época em que vinha sendo transformado em um depósito de lixo irregular, a obra de revitalização do Bosque São Francisco foi entregue à comunidade na semana passada. Numa parceria com o governo Federal, foram investidos R$ 245 mil em melhorias que incluem pista de caminhada, urbanização, iluminação, drenagem, parte elétrica e serviços complementares. 
No final de julho, durante a tradicional Festa de São Cristóvão, será fixada no local a imagem de São Francisco, confeccionada em cimento, pesando aproximadamente 400 Kg. A obra de arte foi confeccionada pelo artista Abel Anacleto Castro e será financiada pela prefeitura. “É uma nova estátua, pois aquela que existia perto da cachoeira, com o tempo, o pessoal depredou”, conta o representante da Comissão Permanente de Preservação e Manutenção do bosque, Herculano Batista Neto.
Ele destaca que a ideia de constituir um bosque remonta ao início dos anos 1980, na época em que o Frei Jaime Manfrim foi vigário da Paróquia Nossa Senhora da Luz. “Isso mais ou menos em 1982. Havia uma solicitação para que o prefeito da época, o Toti [Antonio Colaço Vaz], fizesse uma lei para a criação do bosque. Houve uma lei, de autoria do Toti e de mais um vereador à época, mas que apenas deu nome ao lugar”, relembra.
 Revitalização
Em 2009, chamava à atenção o volume de lixo doméstico encontrado no Bosque São Francisco, principalmente litros de bebidas alcoólicas, sacolas, embalagens de salgadinhos, entulhos e até um cobertor foram encontrados. 
As obras de revitalização do espaço, que previam uma pista de caminhada em paver, projeto de urbanização com ajardinamento e mobiliário urbano, rampa de acessibilidade, iluminação, sinalização e limpeza.  
As melhorias eram para ficar prontas em junho de 2013, mas em outubro de 2012, o serviço já estava parado, depois de terem sido executados apenas 50 metros de calçada. Em fevereiro de 2013, no início da atual legislatura, o vereador Hélio de Mello (PMDB) cobrava informações sobre a paralisação da obra. Um mês depois, a explicação recebida foi a de que o ex-prefeito Sergio Stoklos considerou inviável fazer o reforço na altura da ponte [construção de um muro de arrimo e um pontilhão], o que na época acrescentaria recursos próprios da prefeitura na ordem de R$ 50 mil. No mesmo documento indicava-se uma constatação feita durante uma reunião com membros da Caixa Econômica Federal que a continuidade da obra não estava condicionada a isso.  
Em agosto de 2014, chegou-se a anunciar que a obra estava praticamente concluída. Nesse intervalo o município enfrentou entraves burocráticos no repasse de verbas federais, além disso, o município precisou pagar R$ 12 mil à Copel para mudar alguns postes de lugar e permitir a acessibilidade. {/block}  
Anos mais tarde, em 1990, durante a gestão do ex-prefeito Alfredo Van Der Neut, foi solicitado ao Instituto de Terras, Cartografia e Florestas (ITCF), que hoje corresponde ao IAP, uma revisão da área para garantir sua preservação. “Todos os terrenos da área que hoje corresponde ao bosque receberam ou indenização, ou permuta ou troca de impostos”, conta Herculano, sobre o processo de desapropriação da área.
Já a Comissão Permanente de Preservação e Manutenção do Bosque foi oficializada somente em julho de 2012, pela lei 3551/2012. O grupo de jovens da paróquia Nossa Senhora da Luz, à época, visitou a todos os prefeitos que governaram Irati entre os anos 1980 e 1990 e cada um teve sua participação no processo de legalização da área. Esse diálogo com a gestão pública permanece até hoje. “Pedimos uma verba para que o entorno do Bosque fosse feito um embelezamento e agora, no dia 1º de julho, tivemos a conclusão da revitalização”, conta. A verba veio através de emenda do então deputado Sciarra.
Herculano atribui a demora à necessidade de ser reforçada a área margeada pela rua Coronel Pires, o que exigiu, também, a construção de construção de um muro e pontilhão para a continuidade da trilha que rodeia o Bosque. “Esse foi talvez o recurso próprio que a Prefeitura teve que investir, porque não estava previsto no valor do projeto ou no projeto em si. Na Rua Sebastião Mendes, que faltava um pedaço, num primeiro momento, era para ser asfalto, mas acabou sendo com pedras irregulares. Não fazia parte, também, do orçamento desse projeto”, acrescenta.
A Comissão de Preservação solicitou ao Município que destine uma verba para que, futuramente, se construa uma passarela alta para que haja visitação ao bosque, sem danos, por se tratar de uma Área de Preservação Permanente (APP). “Isso é lei e está tudo alicerçado na imunidade do corte de árvores nativas que ali tem. O embelezamento do entorno permite a visitação lateral”, comenta Herculano. As trilhas internas antes existentes se fecharam com o crescimento da vegetação desde que o local foi considerado área de preservação.

Limpeza do Bosque

No dia 30 de julho, a partir de 13h30, a Comissão convida a todos para um mutirão voluntário que irá o recolher o lixo que ainda resta na área. Segundo Herculano, infelizmente, ainda há pessoas que ocasionalmente despejam lixo nas imediações do bosque e os flagrantes não são raros. O mutirão ocorre em paralelo à Corrida de São Cristóvão.
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