Nova Trilha da Vida da Unicentro faz visitantes encararem seu papel na crise ambiental

Com o slogan “Preservação ou degradação: você é o responsável”, trilha montada no Museu de…

22 de abril de 2025 às 19h05m

Com o slogan “Preservação ou degradação: você é o responsável”, trilha montada no Museu de Geociências proporciona experiência sensorial aos visitantes/Paulo Sava

Museu de Geociências da Unicentro está recebendo a exposição “Trilha da Vida”. Foto: Edson Golinski/Unicentro

Preservação ou degradação: você é o responsável”. Com esta reflexão, a Unicentro lançou em abril a “Trilha da Vida” no Museu de Geociências do campus Irati da universidade. A exposição proporciona aos visitantes momentos de imersão e sensibilização a respeito dos cuidados com o meio ambiente. Para isto, os participantes fazem a trilha com os olhos vendados, com fones de ouvido e com os pés descalços.

Em entrevista durante o programa Espaço Cidadão da Super Najuá na última terça-feira, 15, a coordenadora do museu, Ana Maria Charnei, contou que as pessoas que forem visitar a trilha terão uma experiência diferenciada, levada mais para o lado sensorial, uma vez que elas entrarão descalças, com os olhos vendados e com fones de ouvido.

“É uma trilha sensorial: as pessoas vão entrar descalças, com os olhos vendados e utilizando fones de ouvido. A ideia é de que as pessoas explorem os outros sentidos. Estamos muito acostumados a ver e ouvir, e de repente você não está vendo nem ouvindo nada e só vai ter as suas mãos para perceber o que tem neste caminho. A ideia é uma surpresa para quem vir participar: o interessante é ver as sensações depois, no final da trilha”, pontuou.

A ideia principal da trilha é de fazer com que os visitantes utilizem os outros sentidos, que não a visão e a audição, para identificar os objetos expostos. O interessante é que as pessoas tenham consciência do seu papel no cuidado com o meio ambiente, conforme Ana. “No final, a ideia é de que cada um veja qual é o seu papel no cuidado com a natureza, a conservação e o meio ambiente. Esta é a única dica que eu posso dar”, frisou.

A “Trilha da Vida” traz uma sensação de que a pessoa está passando pelo meio ambiente sem perceber, assim como acontece na vida do ser humano, segundo Ana Maria. “Geralmente é o que fazemos no dia a dia, estamos tão acostumados a termos todos os recursos naturais à nossa disposição e não nos atentamos a isso. Você já está tão acostumado a ver isso todo dia e não percebe. A ideia é essa: você não ter a visão, mas sentir com o tato e pisar no chão para ter estas sensações”, comentou.

Homenagem

Ana Maria ressalta que a Trilha da Vida foi feita em homenagem à professora Mitiko Araújo, idealizadora do evento há vários anos e que atualmente reside nos Estados Unidos com a família. “A primeira Trilha da Vida aqui na universidade foi ela quem fez há pelo menos 20 anos. Retomamos a ideia da trilha, claro que fizemos algumas adaptações para o período que estamos vivendo hoje, mas seguindo aquela ideia inicial. Não deixa de ser uma homenagem também para ela”, comentou.

O professor Rafael, do curso de Engenharia Ambiental, levou alguns alunos para fazerem a trilha. Para ele, a trilha é uma experiência sensorial única sobre a sustentabilidade. “Vale a pena esta experiência sensorial sobre a sustentabilidade. Conseguimos também ter uma noção de responsabilidade, percebemos as mudanças que ocorrem em nosso entorno e sobre o que o papel de cada pessoa está relacionado com estas mudanças. Qual é a sua postura diante delas, ao mesmo tempo? Vale muito a pena esta experiência”, comemorou.

Relatos dos estudantes

O estudante Rayan, do curso de Engenharia Ambiental, passou pela trilha durante o programa Espaço Cidadão, da Super Najuá. Ao final, ele leu a frase tema da atividade. “Preservação ou degradação: o responsável é você”, leu o estudante.

Rayan contou como foi a experiência de fazer a trilha. “Eu saí muito confuso, parecendo que eu estava em uma floresta, em um sonho, porque não tem muito sentido, uma hora eu estava numa parte e depois em outra. Senti um pouco de calmaria, e na parte inicial eu tive um pouco de medo porque, na parte inicial, eu não sabia se era um animal ou outra coisa que poderia machucar. Houve bastante paz, principalmente no final que fica aparecendo o laguinho”, comentou.

Já para a estudante Ana Paula, a experiência não foi tão positiva quanto para outras pessoas. “Para mim, na verdade, foi um pouco ruim, porque eu tive uma experiência de sensação do toque, de não estar vendo e nem escutando. Então, eu tive um pouco de crise de ansiedade e não consegui completar a trilha. Eu desisti, porém depois eu tirei a venda e finalizei ela. Eu acredito que fui a única a não conseguir e que o pessoal conseguiu tranquilamente. A insegurança foi por não conseguir olhar o que estava acontecendo, mas, depois que eu tirei a venda, eu descobri que era bem tranquilo e concluí”, pontuou.

A estudante Luara Moraes, caloura do 1º ano de Engenharia Ambiental, relatou que a experiência na Trilha da Vida foi gratificante. “Para mim, foi gratificante, agradeço muito a professora Ana por estabelecer e fazer com que a gente tenha esta experiência. Teve pessoas que estavam um pouco inseguras, mas para mim foi algo que consegui me reconectar mais um pouco com a natureza. Eu sempre fui muito conectada, uma menina do mato, e estar ali vendo desde o começo a questão da sustentabilidade e indo até a Revolução Industrial, eu achei a experiência sensacional. Eu indico que venham, pois ali você consegue identificar quais são suas inseguranças, seus medos, o seu contato com a natureza. De fato, é gratificante e incrível e eu agradeço demais”, afirmou.

Já a estudante Brenda ainda vai fazer a trilha, mas, depois de ouvir os relatos dos colegas, está com uma expectativa boa. “Eu vou ficar para a próxima leva que vai fazer, mas pelo que estou escutando dos meus colegas, parece ser uma experiência muito boa. O sensorial é muito diferente, que não somos acostumados. Não é para ver, porque estaremos vendados, mas é para “ver” com outros olhos”, comentou.

Para a acadêmica Beatriz, a experiência da trilha foi libertadora. “Para mim, a experiência foi bem libertadora, assim, eu gostei bastante. É um pouquinho desesperador porque eu morro de medo de aranha. Não tem, mas, no começo, eu achava que tinha, e aí, por não conseguir ver o que estava na minha frente, foi bem desesperador, mas é muito legal. Eu recomendo muito que venham ver porque é uma experiência bem gostosa. Depois você vê o que tem, é bem legal”, frisou.

As visitas acontecem às sextas-feiras à tarde, a partir das 13h30 e podem ser agendadas nos telefones 42 3421-3085 e 3421-3210 ou pelo WhatsApp 42 99904-8535.

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