Município de Irati anuncia medidas para tentar conter alagamentos

Vários locais da cidade voltaram a ser atingidos por alagamentos nesta terça (27) Edilson Kernicki,…

28 de janeiro de 2015 às 15h17m

Vários locais da cidade voltaram a ser atingidos por alagamentos nesta terça (27)

Edilson Kernicki, com reportagem de Rodrigo Zub e Paulo Henrique Sava

Após a série de transtornos ocasionados pela chuva forte de terça-feira (27), o chefe de Gabinete da Prefeitura de Irati, Peterson Salamão, e o secretário municipal de Obras, Luciano Menon, participaram do Meio Dia em Notícias desta quarta (28) e informaram quais medidas o município deve adotar para conter os riscos de novos alagamentos.

Já na manhã de quarta (28), o secretário de Obras colocou operários da Prefeitura para realizar vistorias na galeria pluvial no trecho da rua Munhoz da Rocha atingido por alagamentos, para observar se há algo entupido e, se for confirmado, desobstruí-la. Se for por excesso de água e incapacidade da galeria em receber todo esse volume de água, outras medidas devem ser adotadas.


De outro trecho, na mesma região, Menon observa que há poucos dias as galerias foram limpas e delas foram retirados galhos de árvores e até pneus. Segundo ele, é a terceira vez que as galerias dessa área são limpas recentemente. De acordo com o secretário, também foi executado um trabalho com maquinário num terreno onde se iniciam as galerias da Munhoz da Rocha (próximo ao cruzamento com a Carlos Thoms, um dos pontos mais críticos de alagamento, próximo de onde passa o Arroio dos Pereiras). O mesmo foi feito atrás do estacionamento do G- Center (na Rua da Liberdade). Menon comenta que, pelo observado, as galerias não estão suportando o volume de água das chuvas.


O chefe de Gabinete, Peterson Salamão, comentou que o prefeito Odilon Burgath convocou na manhã desta quarta (28), uma reunião com os secretários de Obras, Luciano Menon, e de Arquitetura, Engenharia e Urbanismo, Sandro Podgurski, para debater os problemas de alagamentos no centro comercial de Irati. Conforme ele, ficou determinado uma verificação mais a sério das galerias que passam por baixo das construções dos prédios comerciais.

Peterson informou que o secretário Sandro deve se reunir nos próximos dias com profissionais do CREA e da Associação Regional dos Engenheiros Civis (ARECI ) para discutir a questão das galerias e levantar os apontamentos feitos pelas equipes técnicas, que deverão ser seguidos à risca. O chefe de Gabinete destaca que os alagamentos são um problema que persiste há vários anos em Irati, entre outros fatores, pelo crescimento do município sem planejamento que leva em consideração alguns fatores, em especial as galerias pluviais do entorno de residências, edificações e empresas.

Menon afirma que logo deve sair um decreto determinando adequações, por parte dos proprietários de imóveis, às caixas de contenção de águas pluviais. Para que esse decreto seja aprovado, falta ainda concluir alguns estudos e algumas observações no que se refere à legislação. Inclusive, terão que ser revistas as autorizações para edificações. Especialmente no centro, onde algumas delas passam sobre galerias que canalizaram córregos.

Ruas da área central

Em relação aos empreendimentos imobiliários, como loteamentos e condomínios, que vêm sendo alvo de questionamentos da população e apontados como agravantes dos problemas de alagamento, em função de supostamente reduzirem as áreas de solo permeável, Peterson afirma que vão precisar se adequar. Os responsáveis pelos empreendimentos serão notificados para regularizar a situação e, caso se recusem, podem ser judicialmente acionados.

Sobre problemas de alagamentos na Rua da Liberdade, que já estão forçando moradores a alugarem outros imóveis, por terem de abandonar suas residências, o chefe de gabinete  aponta um dado importante: em toda a extensão da Coronel Grácia é contabilizado apenas um bueiro. Portanto, toda água das chuvas desce pela extensão da via e acaba se acumulando na região que cruza com a Rua da Liberdade.

Uma ouvinte questionou o fato de haver alagamentos recentes na região da rotatória da XV de Julho, após obras executadas no local. Até então, o problema era evitado em função do manilhamento existente, segundo ela. Menon descartou a possibilidade de relação entre as obras das rotatórias com os alagamentos, pois elas não interfeririam de modo algum sobre as galerias pluviais. O secretário de Obras apontou que que tais alagamentos são consequência também da grande densidade pluviométrica (quantidade de chuvas) num curto intervalo de tempo.

“A impermeabilização do solo em regiões mais altas, o grande volume de casas construídas no município, a quantia de água de calhas das casas que são jogadas diretamente na rede de águas pluviais, tudo isso contribui [para intensificar os alagamentos]”, observa o secretário de Obras.
 
Segundo Menon, o crescimento desordenado e a existência de galerias antigas, que não foram planejadas para conter a demanda a longo prazo, agravam a situação.

Na avaliação do chefe de Gabinete, o fator preponderante para a ocorrência de alagamentos na Rua Munhoz da Rocha é o grande volume de água pluvial que desce do bairro Alto da Glória – também pela escassez de bueiros às margens das ruas.

Conforme Menon, o prefeito já sinalizou que os recursos devolvidos pela Câmara no final do ano passado podem ser aproveitados para intervenções que forem necessárias para minimizar os efeitos dos alagamentos.

Dragagem do Rio das Antas

A liberação do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) para a dragagem do Rio das Antas venceu na metade do mês de novembro, conforme Salamão. O município encaminhou um ofício ao IAP solicitando uma nova licença e o órgão ainda não emitiu uma resposta ao pedido. A dragagem deve ser retomada tão logo seja liberada pelo IAP.

Obras previstas, segundo secretário

Quanto às casas alagadas próximo à Avenida Perimetral, onde haveria o compromisso da Prefeitura em consertar o manilhamento do Rio das Antas, que passa por ali, até o dia 5 de dezembro, o secretário de Obras comentou que visitou o local e que esses reparos devem iniciar na próxima semana. Além desse, estão previstos outros quatro serviços de manilhamento pela cidade, para o qual o material já foi adquirido, mas aguarda entrega. Outro local que deve passar por melhorias é a Rua Miguel Bay, na Vila Nova. Na Vila São João, na Avenida Paraná, próximo ao Colégio Florestal, as manilhas serão trocadas por outras de 1,5m. Também estão programadas obras no bairro Canisianas. Esse cronograma de obras deve se estender por pelo menos três meses, conforme Menon.

Ouvinte cobra execução de trabalho prometido

A ouvinte Wellen Renata Chuproski questionou o fato de que o manilhamento no entorno da Perimetral já estava previsto e que as chuvas teriam ocorrido antes da obra efetivamente se iniciar. Segundo ela, que teve a casa alagada pela primeira vez na terça (27), o secretário já estaria avisado da necessidade de intervenções na região onde ela mora para prevenir inundações e que, desde o primeiro aviso, já ocorreram pelo menos cinco chuvas torrenciais. Ela reclama que os moradores da vizinhança aguardam uma providência desde o mês de julho e que até agora nada foi feito. A mãe dela, Ana Rita, que foi entrevistada um dia antes pela reportagem da Najuá, mora há 30 anos no mesmo local e relatou que nunca havia acontecido nada semelhante.

Segundo o chefe de Gabinete, a demora no início da execução dos reparos nesse manilhamento se deve ao fato de que a solução para o problema deve ser global e definitiva, e não apenas pontual e executada de modo emergencial e que precise logo ser refeita.

O secretário complementou dizendo que, na primeira vez que visitou o local, se comprometeu a trabalhar para conseguir os materiais necessários para resolver a situação. Ele reforçou que o material já foi adquirido e que o município apenas aguarda a entrega para iniciar a obra.
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