Caso tratado como latrocínio (roubo seguido de morte) teve outro desfecho com a prisão de duas pessoas, que teriam planejado o crime
Em entrevista à Najuá, Delegado Paulo César Eugênio Ribeiro contou detalhes das investigações. Foto: Rádio Najuá/Arquivo |
Inicialmente, o crime era tratado como latrocínio (roubo seguido de morte). Porém, as investigações tiveram outro desfecho, conforme revelou o Delegado Paulo César Eugênio Ribeiro durante contato com nossa reportagem.
“A ocorrência nos foi apresentada inicialmente com um latrocínio em que a vítima e sua esposa estavam retornando para a sua residência quando foram abordados por uma terceira pessoa e essa terceira pessoa veio a subtrair alguns objetos da esposa da vítima e efetuou diversos disparos de arma de fogo contra a vítima, principalmente na região da cabeça. A partir deste momento, as investigações iniciaram e o setor de investigações conseguiu identificar que autor e a esposa da vítima tinham um relacionamento afetivo há algum tempo e nessa linha nós traçamos uma investigação. Após algumas diligências, o autor do disparo de arma de fogo acabou se apresentando na Delegacia espontaneamente ocasião que foi solicitada ao poder judiciário a prisão preventiva dele que foi concedida. Nessa ocasião, ele foi imediatamente preso”, afirma Ribeiro.
Segundo o Delegado, a segunda fase da investigação teve o objetivo de comprovar o vínculo entre a esposa da vítima e o autor dos disparos de arma de fogo. “A gente conseguiu a partir de investigações de campo comprovar que existia realmente esse vínculo e que esse homicídio ele teria sido arquitetado, planejado pelos dois já há algum tempo. Nisso, foi solicitado na data de ontem a prisão da esposa da vítima como coautora e foi cumprida imediatamente no período noturno”.
As duas pessoas que foram presas estão na Delegacia de Irati. A partir de agora, o inquérito policial será concluído em dez dias para que sejam realizados os indiciamentos. “Considerando a gravidade dos delitos importante frisar que a pena que eles podem pegar deve chegar no máximo a 30 anos de prisão”, salienta o Delegado.
No dia seguinte ao crime, a informação repassada para a PM foi que Silmonei, a esposa e o filho, de 9 anos, jantaram na residência dos pais de sua mulher na localidade de Guamirim. Depois disso, eles retornavam para a casa de carro, quando constataram que haviam alguns galhos pesados na estrada. Por isso, o motorista parou o carro e teria sido rendido um homem encapuzado. No boletim da PM constava que o homem roubou uma pequena quantia em dinheiro e um celular. Também foi divulgado que o suposto autor do roubo havia mandado a mulher e a criança deixarem o local. A mulher foi até a casa dos seus pais para pedir ajuda. Em seguida, os familiares se deslocaram até o local do roubo e socorreram o homem. Ele estava ferido e havia desmaiado.
Silmonei chegou a ser levado para a Santa Casa de Irati, mas faleceu em função das perfurações ocasionadas por disparos de arma de fogo. O veículo conduzido pela vítima foi encaminhado para a Delegacia de Irati. “Com as investigações, elucidou-se que toda a ação e participação da esposa da vítima foi teatral, visto que a intenção dela e seu amante seria matar a vítima, que foi atingida por diversos disparos de arma de fogo, principalmente na cabeça. Toda a emboscada que culminou para a morte da vítima foi arquitetada pela esposa da vítima e seu amante que, tentando encobrir a empreitada criminosa, planejaram a morte da vítima como latrocínio”, informou a Polícia Civil de Irati.
Ele também disse que não existia Boletim de Ocorrência por ameaça ou alguma outra situação envolvendo o casal. O crime teria sido motivado pela paixão entre o autor e a mulher de Silmonei, que eram amantes. Segundo Ribeiro, o autor do crime foi preso inicialmente por porte ilegal de arma de fogo e depois pelo homicídio. A arma usada para atingir a vítima foi encontrada com o homem que foi preso.