Motorista que sofreu acidente na serra de São Luiz do Purunã recebe alta

Gelço Antônio Freitas da Silva, de 57 anos, sobreviveu à colisão entre o carro da…

30 de agosto de 2022 às 19h06m

Gelço Antônio Freitas da Silva, de 57 anos, sobreviveu à colisão entre o carro da Secretaria de Saúde de Teixeira Soares e dois caminhões, que terminou com três mortes no dia 17 de agosto. Motorista foi recebido com alegria, carinho e emoção por amigos e familiares/Paulo Henrique Sava

Gelço Antônio Freitas da Silva, de 57 anos, foi recebido por amigos e familiares no Hospital de Teixeira Soares. Foto: Divulgação WhatsApp

Emoção, carinho e alegria tomaram conta dos amigos e familiares do motorista Gelço Antônio Freitas da Silva, de 57 anos, na última sexta-feira, 26. Ele recebeu alta do Hospital do Rocio, em Campo Largo, onde esteve internado por nove dias após o grave acidente envolvendo um automóvel Renault Sandero, da Secretaria Municipal de Saúde de Teixeira Soares, que ele dirigia, e dois caminhões na serra de São Luiz do Purunã, em Balsa Nova, no dia 17 de agosto, que resultou na morte de três pessoas. Gelço foi recepcionado com festa em frente à Secretaria de Saúde, onde foi colocada uma faixa com a frase “Gelço, gratidão a Deus pela tua vida”.
Em contato com nossa reportagem, Gelço descreveu suas lembranças sobre os fatos anteriores e o que viu no momento do acidente. “Eu só lembro que eu saí do Hospital Angelina Caron e fui para o Erasto Gaertner para pegar mais dois pacientes. Cheguei lá, mas eles não estavam prontos. Depois do almoço voltei e esperei. Ali pelas 3 e meia da tarde eles me ligaram e disseram que estavam prontos, eu peguei eles e viemos embora. Atravessei o centro de Curitiba e seguimos viagem, subi a serra, mas quando fomos passar pelo pedágio, vi os carros todos devagar no tumulto e pensei que tinha dado acidente”, comentou.

Gelço, que atua há 32 anos como motorista, relatou que continuou seguindo devagar, passou por uma curva perigosa e viu que, mais adiante, todos os veículos estavam parados. “Eu parei atrás de um caminhão, a uma distância de mais ou menos 5 metros, e fiquei conversando com o pessoal que estava no carro, pois mais à frente tinha dado um acidente com uma van. De repente, baixou uma neblina que não enxergávamos nada. Eu dei uma olhada no retrovisor e vi que vinha vindo uma luz atrás. Quando eu percebi, escutei o barulho da batida. Ele (caminhão) bateu atrás do nosso carro, me jogou na traseira do outro caminhão e veio junto, empurrando e moendo o outro caminhão e nos imprensou entre eles, ficamos presos lá, e depois apagamos, não vimos mais nada”, frisou.

Quem presenciou o acidente chegou a acreditar que os cinco ocupantes do carro estavam mortos. Porém, Gelço e a enfermeira Joelma Geovana dos Santos Neves, de 34 anos, sobreviveram. “Isto é um milagre, foi só por Deus”, pontuou o motorista.

O motorista acordou já na UTI do Hospital com a presença do secretário de Saúde, Amauri Klossowski, e do marido da enfermeira Joelma. “Ele (Amauri) foi lá, conversou comigo, me abraçou e chorou. Eu agradeço ao Amauri de coração. Foi aí que eu me acordei e perguntei onde eu estava e o que havia ocorrido, mas ele me tranquilizou dizendo que eu não era culpado de nada”, comentou.

Depois disso, Gelço foi informado pela equipe médica de que havia fraturado 4 costelas. Ele sentiu muita dor e passou por muitas coletas de sangue. Além disso, ele teve ferimentos e levou pontos em um dos dedos, no braço e logo abaixo do queixo. O motorista acredita que o fato dele e da enfermeira Joelma terem sobrevivido é um verdadeiro milagre. Porém, lamentou a perda dos demais pacientes que acabaram morrendo.

“O pior que devia ter acontecido comigo e com ela não foi nada, basta a gente se cuidar que depois está bem. O pior foram os nossos companheiros que se foram, pois sabemos que não voltam mais. A vida é assim, temos que erguer a cabeça e seguir, porque quem está na estrada está sujeito a isto. Estrada é complicado, não é fácil”, comentou.

Gelço acredita que renasceu depois do acidente. “Como disse o médico para mim, eu tenho que fazer dois aniversários por ano, porque eu nasci de novo, foi um milagre de Deus. Com a situação em que ficou o carro, que virou uma bola, e sair assim como eu e a moça que saiu comigo, isso não é nada, eu acho que nós nascemos novamente”, declarou.

Em entrevista recente à Najuá, a enfermeira Joelma também disse acreditar que renasceu após o acidente. “Acredito sim que eu tive uma nova chance de vida, com certeza. Agradeço a Deus todos os dias por estar aqui, pois sem ele eu acho que não teria saído disso com vida”, comentou.

O médico solicitou um retorno de Gelço ao Hospital do Rocio para fazer novos exames de Raio X nos dias 12 e 14 de setembro para uma nova avaliação sobre seu estado de saúde. Ele precisará ficar afastado do trabalho por, no mínimo, 90 dias. Neste período, ele permanecerá em repouso domiciliar e tomará remédios anti-inflamatórios até sua plena recuperação.

Fotos: Divulgação WhatsApp
  

Faixa colocada na entrada do Hospital de Teixeira Soares

Gelço sendo recepcionado pelo secretário de saúde, Amauri Klossowski

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