Gelço Antônio Freitas da Silva, de 57 anos, sobreviveu à colisão entre o carro da Secretaria de Saúde de Teixeira Soares e dois caminhões, que terminou com três mortes no dia 17 de agosto. Motorista foi recebido com alegria, carinho e emoção por amigos e familiares/Paulo Henrique Sava
Gelço Antônio Freitas da Silva, de 57 anos, foi recebido por amigos e familiares no Hospital de Teixeira Soares. Foto: Divulgação WhatsApp |
Gelço, que atua há 32 anos como motorista, relatou que continuou seguindo devagar, passou por uma curva perigosa e viu que, mais adiante, todos os veículos estavam parados. “Eu parei atrás de um caminhão, a uma distância de mais ou menos 5 metros, e fiquei conversando com o pessoal que estava no carro, pois mais à frente tinha dado um acidente com uma van. De repente, baixou uma neblina que não enxergávamos nada. Eu dei uma olhada no retrovisor e vi que vinha vindo uma luz atrás. Quando eu percebi, escutei o barulho da batida. Ele (caminhão) bateu atrás do nosso carro, me jogou na traseira do outro caminhão e veio junto, empurrando e moendo o outro caminhão e nos imprensou entre eles, ficamos presos lá, e depois apagamos, não vimos mais nada”, frisou.
Quem presenciou o acidente chegou a acreditar que os cinco ocupantes do carro estavam mortos. Porém, Gelço e a enfermeira Joelma Geovana dos Santos Neves, de 34 anos, sobreviveram. “Isto é um milagre, foi só por Deus”, pontuou o motorista.
O motorista acordou já na UTI do Hospital com a presença do secretário de Saúde, Amauri Klossowski, e do marido da enfermeira Joelma. “Ele (Amauri) foi lá, conversou comigo, me abraçou e chorou. Eu agradeço ao Amauri de coração. Foi aí que eu me acordei e perguntei onde eu estava e o que havia ocorrido, mas ele me tranquilizou dizendo que eu não era culpado de nada”, comentou.
Depois disso, Gelço foi informado pela equipe médica de que havia fraturado 4 costelas. Ele sentiu muita dor e passou por muitas coletas de sangue. Além disso, ele teve ferimentos e levou pontos em um dos dedos, no braço e logo abaixo do queixo. O motorista acredita que o fato dele e da enfermeira Joelma terem sobrevivido é um verdadeiro milagre. Porém, lamentou a perda dos demais pacientes que acabaram morrendo.
“O pior que devia ter acontecido comigo e com ela não foi nada, basta a gente se cuidar que depois está bem. O pior foram os nossos companheiros que se foram, pois sabemos que não voltam mais. A vida é assim, temos que erguer a cabeça e seguir, porque quem está na estrada está sujeito a isto. Estrada é complicado, não é fácil”, comentou.
Gelço acredita que renasceu depois do acidente. “Como disse o médico para mim, eu tenho que fazer dois aniversários por ano, porque eu nasci de novo, foi um milagre de Deus. Com a situação em que ficou o carro, que virou uma bola, e sair assim como eu e a moça que saiu comigo, isso não é nada, eu acho que nós nascemos novamente”, declarou.
Em entrevista recente à Najuá, a enfermeira Joelma também disse acreditar que renasceu após o acidente. “Acredito sim que eu tive uma nova chance de vida, com certeza. Agradeço a Deus todos os dias por estar aqui, pois sem ele eu acho que não teria saído disso com vida”, comentou.
O médico solicitou um retorno de Gelço ao Hospital do Rocio para fazer novos exames de Raio X nos dias 12 e 14 de setembro para uma nova avaliação sobre seu estado de saúde. Ele precisará ficar afastado do trabalho por, no mínimo, 90 dias. Neste período, ele permanecerá em repouso domiciliar e tomará remédios anti-inflamatórios até sua plena recuperação.