Moradores próximos ao aterro de Irati sofrem com falta de água encanada

Da Redação © Arquivo Najuá Os Ribeiros – Marilda e Leôndes Ribeiro reclamam de falta…

29 de agosto de 2011 às 09h57m

Da Redação

© Arquivo Najuá

Os Ribeiros – Marilda e Leôndes Ribeiro reclamam de falta de água encanada há 10 anos

A família Ribeiro mora ao lado do aterro sanitário, na comunidade de Pinho de Cima. Conversamos com Leôndes e Marilda Ribeiro que vivem de plantação e trato de animal. Eles nos relataram que o maior problema que os afligem depois que o aterro foi instalado na região, e que também afeta os demais moradores da redondeza – cerda de 10 famílias -, é a falta de água encanada.

Marilda conta que eles tiveram que fechar o poço ao lado da residência para evitar a contaminação da água utilizada dentro de casa. Outro poço, distante 1 km da casa foi construído, e desde esta época – cerca de 10 anos – foi-lhes prometido água encanada (vereadores e a vice-prefeita Mariza), mas até agora não foi instalada. Os moradores sugerem que a água seja trazida de um poço artesiano que existe na comunidade ao lado – Pinho de Baixo -, através de tubulações.

|Qualidade da água

A qualidade da água que eles usam atualmente é desconhecida. Leôndes disse que foi feita a coleta da água cerca de 5 anos atrás para análise, mas o resultado não lhes foi informado. Quando chove, Marilda tem que comprar água para beber na cidade, pois a chuva leva muita sujeira para o poço.

Distâncias Mínimas

• Núcleos residenciais – 500 m.
• Corpos Hídricos – 200 m.
• Aeroportos – 20 km.
• Lençol Freático – 3 m.

Os aterros sanitários de superfície são aqueles construídos em áreas planas, mais comum para pequenos municípios onde os resíduos são confinados em trincheiras executadas a partir da cota natural do terreno.

Esta técnica não é recomendada quando o lençol freático estiver próximo da superfície, pois com a escavação da trincheira, o lençol poderá entrar em contato com os resíduos efetivando sua contaminação.
Equipes de auditoria iniciam visitas aos escritórios regionais do IAP

No dia 22 último, teve início a fase de visita das equipes da Auditoria Operacional (AOP) do Meio Ambiente aos 21 escritórios regionais do Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Nas próximas duas semanas e meia, uma força-tarefa composta por 14 servidores, de várias unidades técnicas do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR), buscará dados e informações que permitirão fazer uma radiografia das atividades de fiscalização e licenciamento das áreas destinadas a receber o lixo urbano, em todo o estado. Também estão previstas inspeções nos aterros e lixões. Em Irati, a inspeção estava marcada para a semana passada. No entanto, ela teve que ser cancelada pelo TCE-PR devido às condições climáticas desfavoráveis. A nova data da visita ainda não definida oficialmente pelo TCE.
* Fonte: TC/PR

Para o chefe regional do IAP, Edmilson Quadros, o principal problema enfrentando pelo instituto atualmente é que nenhum dos nove aterros sanitários da região da Amcespar (Associação dos Municípios do Centro-Sul do Paraná) possui licenciamento ambiental, já que todos têm alguma pendência na questão do aterramento, ou da gel membrana, espécie de liga plástica, utilizada para a cobertura dos aterros sanitários. De acordo com Edmilson, este processo vem se arrastando desde 2001, quando os municípios foram alertados a realizarem investimentos para evitar casos de contaminações do solo, do lençol freático e do meio ambiente de maneira geral. |“Como nenhuma atitude foi tomada será discutido de forma individual com cada município, para que seja firmado um termo de compromisso com o objetivo de resolver estas pendências, porque este processo se estende há dez anos”, relata Edmilson.

Fiscalização

Segundo Edmilson, as prefeituras fazem projetos e apresentam estes planos, mas o acompanhamento técnico do aterro não é eficaz e fica apenas no papel. Para o secretário regional do IAP, esta situação muitas vezes ocorre porque os aterros estão localizados em lugares distantes, principalmente em áreas rurais, longe dos olhos da população, que poderiam denunciar as irregularidades aos órgãos de fiscalização, para que medidas devidas sejam tomadas.

Com relação à  fiscalização do aterro, Edmilson explicou que a quantidade de lixo que vai para os aterros é vistoriada pela prefeitura e que cabe ao IAP, a fiscalização da prefeitura para saber se o trabalho está sendo executado de forma adequada.

© Arquivo Najuá

A presença de catadores, no aterro sanitário, na vala, é proibido por lei, diz Edemilson Quadros, chefe regional do IAP
De acordo com Edmilson, este serviço de controle e vistoria técnica realizado pelo IAP se repete a cada três meses. Verifica-se se não há pessoas coletando lixo, principlamente crianças e também para conferir se a cobertura do lixo está sendo feita com máquinas.
“A presença de catadores, no aterro sanitário, na vala, é proibido por lei e ainda mais quando se trata de crianças. Então, a gente agora vai fiscalizar trimestralmente estes aterros, para tentar convencer o Município pe regularizar a situação”, confirma.

Reveja as fotos do aterro sanitário de Irati, tiradas pela reportagem da Najuá no início de julho.

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