Ouvinte Idalina do Carmo Cabral foi entregue para adoção aos cinco meses. Através do rádio e da PRF, ela localizou a mãe e a avó em Colombo
Edilson Kenicki, com reportagem de Marli Traple
Uma nova história de reencontro familiar, após décadas de separação, vai ter um desfecho neste final de semana. A ouvinte Idalina do Carmo Cabral, de 43 anos, moradora da Vila Nova, em Irati, entrou em contato com a Rádio Najuá, há algum tempo, a fim de tentar localizar a mãe biológica, Sirlei Aparecida Cabral Soares e os avós, Oneron Massimo Cabral e Maria Florentina Soares. Na semana passada, Idalina teve informações sobre o paradeiro dos parentes, que residem num sítio em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba.
Idalina foi entregue para adoção aos cinco meses de idade. Como ainda não teve a oportunidade de conhecer nenhum familiar, vive a expectativa desse encontro, que deve ocorrer neste final de semana, dias antes de ela passar por uma cirurgia, que está marcada para o dia 10, quarta que vem. Nos estúdios da Najuá, ela conversou com a repórter Marli Traple sobre a emoção que experimenta neste momento.
De acordo com ela, depois que a rádio divulgou que ela buscava informações sobre o paradeiro de sua família biológica, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) a procurou com um papel, que apontava algumas informações, mas ainda assim ela não tinha conseguido entrar em contato com os parentes. No domingo passado (23), ela conversava com uma comadre a respeito de sua procura pela família biológica. Naquele dia, pediu auxílio à comadre para que escrevesse um bilhete sobre o assunto e entregasse a um motorista de ambulância de Colombo que ela conhecia.
No documento trazido pela PRF, constava a localização de sua mãe, Sirlei Aparecida Cabral Soares e do irmão Luiz Carlos Cabral Soares. “Para começo de conversa, eu nem sabia que tinha irmão”, conta. A cunhada de Idalina levou o bilhete ao motorista de ambulância de Colombo no mesmo dia e entregou no restaurante de Luiz Carlos Cabral Soares, que é irmão adotivo de Idalina. Ele ligou tão logo recebeu o bilhete e a colocou em contato com a mãe, por telefone.
Um detalhe curioso revelado por Idalina é que, apesar de ela ter sido a única filha biológica e entregue para adoção, mais tarde a mãe adotou três crianças. O único irmão biológico que ela teve morreu ainda quando era recém-nascido. Ao entrar em contato com a mãe por telefone, Idalina descobriu que o pai, João, já é falecido. No entanto, a avó materna, Maria Florentina Soares, ainda é viva e mora perto da casa da mãe de Idalina, em Colombo.
Idalina diz que era o maior sonho de sua vida poder encontrar a mãe e não soube descrever a emoção. “Cada reencontro desses que eu assistia na televisão, eu chorava desesperadamente, porque gostaria que fosse eu ali. Naquela vez que aquela mulher do Jardim Planalto encontrou os familiares, eu escutei a entrevista, não sabia o que pensar, nem o que fazer. Estou em choque ainda”, revelou.
Segundo ela, “a ficha ainda não caiu que, depois de tanta luta, tanta batalha, eu consegui pelo menos entrar em contato com eles”, disse.
A ouvinte agradeceu à equipe da rádio, pelo apoio na divulgação de sua procura; também às comadres Zeza, Adélia e Arilda e à Polícia Rodoviária Federal. “Que Deus ajude a todos eles a terem forças para ajudar aqueles que procuram encontrar suas famílias”, finalizou.