Estrada rural entre Cadeado Santana e Pinheiro Machado possui pontos de encalhamento que trazem risco aos motoristas que passam pela região, segundo o morador Geraldo Nunes/Texto de Karin Franco, com reportagem de Rodrigo Zub
O município de Irati tem até janeiro para começar a realizar obras nas estradas entre Cadeado Santana e Pinheiro Machado. A decisão foi tomada pelo Ministério Público após o pedreiro Geraldo Nunes procurar o órgão solicitando providências após solicitar os serviços de manutenção das estradas e não ser atendido.
Geraldo, que procurou a Rádio Najuá para relatar a situação, mora em frente ao trecho que precisa de manutenção. Ele conta que o trecho não é em uma estrada principal, mas é usada com frequência por moradores da localidade. “Essa já não é uma linha escolar. Mas é uma estrada de grande importância para os moradores daquela região, que atende o pessoal que planta fumo, soja. Ali tem, mais ou menos, umas 45, 50 famílias que usam essa estrada. É uma estrada de grande importância e é um trecho muito pequeno, aproximadamente 300 metros”, disse Geraldo.
Sem a manutenção, a estrada rural possui pontos de encalhamento, que dificultam a passagem de carros e caminhões. O morador repassou vídeos para a nossa reportagem mostrando veículos quase perdendo o controle em locais mais íngremes e de carros sendo tirados por trator após encalhar. “Pessoas que chegam lá, não conseguem cruzar a estrada. Chega um carregado com um caminhão, tem que aguardar. Ou deixa o caminhão em um vizinho para esperar a estrada secar, para poder continuar o caminho ou senão arrastar com o trator”, explica.
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Os moradores pedem que o trecho receba manutenção. “O pedido que foi feito são dois mata-burros, o cascalhamento de aproximadamente 300 metros e mais um bueiro. Tem o trecho dessa mesma estrada que precisa patrolar alguns trechos, não inteira a estrada, que são trechos que ficaram bom”, conta o pedreiro.
Há anos os moradores reivindicam melhorias. Geraldo disse que alguns pedidos foram atendidos na administração do ex-prefeito Odilon Burgath. “Ele abriu a estrada, fez uma ponte em concreto, que quase todo mundo duvidava, que saía, e a ponte saiu. Está lá, a ponta gigante de concreto. Foi se rolando o tempo, não conseguiram cascalhar até a ponte. Mas, a ponte saiu e o cascalho, nós viemos na gestão agora do Derbli, até a gestão passada dele ainda, pedindo, pedindo e pedindo, pelo amor de Deus e por favor, e ninguém resolve essa situação. Até que foi levado para o Ministério Público”, disse Geraldo.
O morador ainda conta que o ex-secretário de Serviços Rurais, Anselmo Stadykoski, chegou a atender os moradores enquanto estava na pasta, mas o trabalho não foi finalizado. “Para nós, foi um dos melhores secretários que já teve. Um excelente secretário, nos atendeu muito bem, foi uma pessoa magnífica. Fez a cascalho até na ponte, quando chegou na ponte, para gente dar continuidade, para terminar o trecho de 300 metros, ninguém sabe o motivo, misteriosamente, mandaram ele embora”, disse.
Geraldo conta que os moradores seguiram pedindo soluções para a estrada. “A gente já vem pedindo para vereadores, para secretários, para prefeito, para vice, enviando foto, vídeo, áudio e sempre aquela resposta: aguarde 15 dias. Até que chegou em um ponto que fizemos abaixo-assinado. Por sinal, houve muitas assinaturas, bastante, com poucos dias. Bastante pessoas assinaram, que o povo usa aquela estrada e encaminhamos para o Ministério Público”, conta.
Os moradores entraram com o pedido de melhorias na estrada em 2019 na 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Irati, com a promotora Gabriela Cunha Melo Prados. Após comunicada pelo Ministério Público, a Prefeitura de Irati informou que as melhorias haviam sido incluídas no cronograma de trabalho da prefeitura e que seriam feitas em um prazo de 45 dias.
O tempo expirou e nenhuma obra foi realizada. O morador disse que voltou com o pedido no Ministério Público informando que não houve solução do problema. “Eu voltei no Ministério Público mais uma vez. Eles reencaminharam o pedido para prefeitura”, disse Geraldo.
Dessa vez, a Prefeitura de Irati informou que devido às chuvas de setembro e outubro houve um atraso no cronograma de trabalho da Secretaria de Viação e Serviços Rurais, mas que as obras seguiam no cronograma de trabalho. A Prefeitura de Irati pediu um prazo de 60 dias para atender o pedido.
Após a resposta da Prefeitura de Irati, o Ministério Público negou os 60 dias, mas estipulou uma suspensão de 30 dias do processo, ficando suspenso até o dia 8 de janeiro. Em janeiro, o Ministério Público enviará um novo ofício pedindo quais foram as providências realizadas. O município terá 20 dias para responder sobre o que realizou sobre o pedido. Se o oficio for mandado no dia 8 de janeiro, a resposta deverá ser enviada até o dia 27 de janeiro. A Prefeitura de Irati corre o risco de sofrer penalidades caso descumpra a decisão.
O morador conta que espera que a situação seja resolvida. “Se a gente chegou no Ministério Público e chegou a vir na rádio é porque a situação já está no extremo, que já não existe mais o que fazer. Não sei o que acontece, mas que não venham de conversa fiada, que é chuva, que o tempo não deixa, porque tivemos a maior seca esse ano. A gente pedindo e não fomos atendidos, então, se nós chegamos até aqui é porque a situação é crítica mesmo”, disse.
Em resposta ao pedido do morador Geraldo, o secretário municipal de Viação e Serviços Rurais, Amarildo José Polo (Becão), encaminhou um áudio para a Rádio Najuá, onde relata que o serviço solicitado na comunidade de Cadeado Santana está programado e será realizado pelo município. “Nós temos um prazo e dentro disso realizaremos a melhoria solicitada pela comunidade ressaltando que a área rural de nosso município é extensa e estamos executando também outros serviços que já foram programados, mas esse trabalho lá no Cadeado, colocação de mais dois bueiros já está em nossa programação. Na sequência será realizado. Só espero calma e que Deus nos ajude. É muita chuva na nossa região. Semana passada só na terça perdemos cinco pontes e 12 bueiros na estrada geral que passa bastante gente estamos trabalhando no local”, disse Becão.