Médica veterinária da ADAPAR conta quais exames são necessários para animais utilizados no Rodeio Nacional

Médica deu detalhes sobre os procedimentos necessários para entrada de bois e cavalos em eventos…

21 de julho de 2023 às 20h32m

Médica deu detalhes sobre os procedimentos necessários para entrada de bois e cavalos em eventos como o Rodeio Nacional/Paulo Sava

Animais no CT Willy Laars. Foto: Paulo Sava

Em contato com nossa reportagem, a médica veterinária da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná, Cristina Barra do Amaral Bittencourt, falou sobre os exames necessários para os animais utilizados no Rodeio Nacional, que está sendo realizado em Irati até domingo, 23.

A principal portaria, segundo Cristina, é a de nº 389/2013. Outra portaria, de nº 183/2018, exige a apresentação de exames contra mormo, anemia e a comprovação da vacinação contra a influenza equina. Estes exames são necessários para que o proprietário possa obter a Guia de Trânsito Animal (GTA), documento necessário à entrada dos animais no rodeio. “Esta guia autoriza o trânsito da propriedade onde os animais estão até o evento, onde nós vamos controlar”, frisou.

Mormo – O mormo é uma doença respiratória sem cura, que ataca equinos e outras espécies, podendo até ser transmitida para humanos. Até o momento, o Paraná não tem nenhum caso desta doença. Já a influenza equina é a gripe do cavalo, bem semelhante à gripe humana e altamente contagiosa. Para prevenir contra esta doença, é necessário que o animal seja vacinado. Não foi registrado nenhum caso no estado.

Anemia infecciosa equina – A principal preocupação da ADAPAR está relacionada à anemia infecciosa equina. A veterinária deu mais detalhes sobre esta doença. “É uma doença que atinge o sistema imunológico dos cavalos, jumentos e burros também. Ela não tem cura e nem vacina para a prevenção. Por isto, quando aparece algum animal positivado para anemia infecciosa equina, temos que sacrificá-lo e sanear o foco, ou seja, examinamos todos os outros animais da mesma propriedade que entraram em contato para ver se eles também não foram contaminados. Desta forma, elimina-se o transmissor, os exames são refeitos depois de um mês para garantir que não tenha ficado nenhum (animal) doente”, pontuou.

Esta doença é transmitida pela pecada de insetos, que picam um animal doente e podem atacar outro sadio e ele desenvolver a doença. “Por isto, nos rodeios, principalmente como o nosso de Irati, que é bem grande e com bastante movimentação de pessoas de vários municípios do Paraná, temos que ter um controle bem rígido para que não entre nenhum animal doente e acabe disseminando a doença”, frisou.

Na maioria das vezes, as doenças são descobertas no momento da realização do exame de sangue dos animais, mesmo sem os sinais visíveis. Além disso, eles ficam suscetíveis a pegar outras doenças, como garrotilho, pneumonia, verminoses e devagar vão definhando até a morte. A anemia também pode ser contraída pelo sangue do animal. “O uso de rinetas para limpar o casco, algum freio que machuque a boca e acabe sangrando, vira uma porta de entrada para o vírus”, pontuou.

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Para que seja feito um evento como o Rodeio Nacional, é necessário preencher um requerimento padrão de solicitação. Além disso, o promotor deverá contratar um médico veterinário, que ficará como responsável técnico. Ele estará presente no momento da chegada dos animais, fazendo a conferência da documentação sanitária. “O que estiver certo vai entrar e o que estiver errado vai ficar de fora e terá que voltar para a origem”, pontuou.

Estrutura – A estrutura do local do evento deve ser cercada e ter segurança, em muitos casos, para que o RT consiga fazer um trabalho de acordo, fazendo o controle da documentação e emitindo uma GTA de retorno para cada um que compareceu ao rodeio.

O 33º Rodeio de Integração Cidade de Irati contou com a participação de 449 animais bovinos, um muar e 667 equinos. Destes animais, alguns não puderam vir por problemas diversos. Mesmo assim, a quantidade quase atingiu à do ano passado. Animais de vários municípios participaram do evento.

“Tivemos Rebouças, Ivaí, Irati, Rio Azul, Mallet, Imbituva, União da Vitória, Guarapuava, Ponta Grossa, Prudentópolis, Antônio Olinto, Paulo Frontin, Reserva e Guamiranga. Tivemos também de outros estados, por exemplo: um grupo da cidade de Fartura-SP. Então, foi bem variado”, comentou. Não foi constatada nenhuma irregularidade em relação a animais doentes em Irati. “Felizmente correu tudo como a gente gostaria e dentro do nosso controle”, pontuou.

Cristina acredita que menos animais deverão participar do Rodeio Nacional neste fim de semana. Entretanto, ela ressalta que serão adotados os mesmos cuidados e exigências do Rodeio de Integração. “Nós vamos ter os mesmos cuidados e os mesmos tipos de exigências que tivemos para o Rodeio de Irati, mesmo sendo a metade dos animais, em torno de 400 equinos. A ADAPAR de Irati, em conjunto com o responsável técnico e a Secretaria Municipal de Defesa Animal, faz um trabalho de total apoio para que tudo ocorra dentro do que é esperado”, finalizou.

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