Rodadas de negócios e palestras marcaram o primeiro dia do encontro, que está acontecendo em uma propriedade em frente ao Restaurante Anila, às margens da BR 277/Paulo Sava
Cerca de 240 produtores participaram da primeira etapa do Dia de Campo Agro Show Lavoro Pitangueiras, que aconteceu nesta quinta-feira, 21, em uma propriedade em frente ao Restaurante Anila, às margens da BR 277, em Fernandes Pinheiro.
O evento está sendo organizado pela filial iratiense da Lavoro Pitangueiras. O gerente Álvaro Grocholski destacou que as rodadas de negócios, realizadas pela manhã, chamaram a atenção dos produtores.
“O pessoal pode conversar com nossos fornecedores, tirar dúvidas, conhecer tecnologias, entender de um jeito de negociação diferente que estamos trazendo. O pessoal ficou muito curioso em conhecer a análise de nitrogênio em tempo real. Podemos definir este 1º dia como um sucesso, tivemos a participação de mais de 240 produtores, então foi muito bom”, pontuou.
Quem participou do primeiro dia pode conferir as palestras dos gerentes de barter, ou seja, de trocas de insumos por sementes, André Morsele e Cristiano Graad. Eles falaram sobre as tendências para o mercado da soja e do milho nas próximas safras, num cenário que, segundo Álvaro, é muito difícil.
“Estamos vivendo um cenário difícil, com a soja pouco valorizada, os produtos ainda não tiveram a baixa que precisavam, e eles estão trazendo a solução para fazer um negócio mais sadio para os agricultores. Esperamos que o produtor nos procure para conhecer como funciona e nossas condições para o evento”, frisou.
O clima também pode afetar a produção, contou Álvaro. “Pode, com certeza. Estamos vivendo um momento de colheita e temos muita soja pronta para colher que está sofrendo. Esta chuva que dá acaba interferindo na qualidade do grão, então ele acaba perdendo um pouco de peso. Temos ainda uma janela para a colheita e esperamos que dê tudo certo”, pontuou.
Wille Holbertz, gerente geral do Grupo Pitangueiras, participou do Dia de Campo e avaliou a organização do evento de forma positiva. “Este evento foi cuidadosamente montado para que possamos trazer aqui os nossos clientes e mostrar tecnologias, para que eles possam conhecer os nossos fornecedores, além de oferecer a melhor tecnologia, além de palestras técnicas e de mercado de soja e milho. O dia de campo está muito bonito e organizado, a minha equipe de Irati está de parabéns”, pontuou.
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IFPR – Estudantes do curso de Agronomia do Instituto Federal do Paraná também participaram do evento. O Professor João Pedro Tavares Fernandes avalia que esta vem sendo uma oportunidade para sair com os alunos a campo e conferir as novas tecnologias e insumos, além de saber mais sobre a comercialização. Para ele, a participação dos alunos neste tipo de evento representa a prática fora da sala de aula.
“Representa, na verdade, a prática, conseguimos agregar com a prática e aplicar a teoria aqui no campo. Na sala de aula, vemos a teoria e a parte técnica, e chegando aqui, conseguimos ver o que foi passado em sala de aula. É a oportunidade de conhecermos profissionais e fazendo um networking conhecendo pessoas e profissionais da área, o que agrega bastante. Temos falado para os alunos que é importante este conhecimento dos profissionais da área”, frisou.
Microgel – Claudemar, representante da empresa Microgel, está apresentando no evento um produto voltado para a recuperação do solo. “É uma biotecnologia que trabalha três pilares: físico, químico e biológico. Dentro da fábrica da Microgel, tem vários microorganismos e cada um deles vai desempenhar um papel no solo, que é uma tendência do mercado para os biológicos de maneira geral. O produtor que tem problema com área compactada ou degradada, é mais uma ferramenta para o produtor usar a campo, para melhorar a produtividade, a descompactação e o equilíbrio do bioma do solo de maneira geral. Isto tudo vai se refletir em produtividade e, posteriormente, no bolso do produtor”, afirmou.
Agricultores – Agricultores que participaram do encontro também contaram à nossa reportagem sobre suas produções. Anderson Gonçalves conta que os produtores têm procurado mais formação sobre sementes e novas tecnologias. Entretanto, ele acredita que a rentabilidade da soja para o produtor ainda é uma questão complicada de ser abordada.
“É uma questão complicada que estamos vivendo no mercado. Aumentou a produtividade, mas tem menos procura de compra, e isto mexe no mercado, queira ou não queira. Temos que ter muita fé de que tudo vai melhorar, o agricultor procura isto, é bom para o comércio e todo mundo”, frisou.
Para o produtor Josafat, da localidade de Linha B de Gonçalves Júnior, o aprendizado servirá para melhorar a cultura da soja dentro da propriedade. Além desta cultivar, ele também produz milho e fumo, que, na opinião dele, é a cultura mais rentável para os pequenos agricultores.
“Hoje, na verdade, para o pequeno agricultor, está sendo o fumo, porque a soja está em decadência e o clima não ajudou muito. A produção caiu e o preço também, e isto influi muito para o agricultor”, frisou.
Pedro Renhuke, da localidade de Linha B de Gonçalves Júnior, cultiva soja, milho e feijão. Para ele, dá para viver bem da agricultura. Ele ainda não colheu a soja desta safra. “Está tudo para colher ainda, foi colhido pouca coisa. Temos que esperar endireitar o tempo”, comentou.
Gerson, da comunidade de Mato Queimado, acredita que o produtor precisa estar bem informado sobre as novas tecnologias. Apesar de a lavoura de feijão dar um pouco mais de renda para o agricultor, a soja tem garantia de venda. “Este ano, o feijão está com mais renda, mas a soja é um pouco mais garantida. Dá para ter uma boa renda, eu venho com isso a vida inteira, e está dando para viver”, pontuou.
Programação – Para esta sexta-feira, 22, a partir das 14 horas, o pesquisador Sênio Prestes vai apresentar novas tecnologias de combate a doenças da soja e do milho. “Temos um cenário muito favorável para doenças e temos em mente que, trazendo um pesquisador renomado como o Sênio Prestes, vamos conseguir agregar ainda mais ao manejo do produtor”, frisou.