Olinda Ferreira, 76, e Josiane Pauluk, 38, se reuniram com toda a família neste domingo, 09
Paulo Henrique Sava
Irati mais uma vez foi palco de um reencontro familiar. Neste domingo, 09, Josiane Pauluk, de 38 anos, se reencontrou com sua mãe biológica, Olinda Ferreira, 76 anos, e com seus sete irmãos. A reunião da família aconteceu na casa do irmão de Josiane, Olevir, no Jardim Planalto. A reportagem da Najuá esteve no local para registrar o encontro e a união entre as duas famílias.
Josiane veio de Guarapuava junto com seu esposo João, com a mãe adotiva, Totália, de 76 anos, e com seus dois filhos. Em entrevista a Najuá, Josiane contou que ficou sabendo que era filha adotiva apenas aos 15 anos de idade, e desde então vinha procurando informações sobre sua mãe biológica. Ela falou sobre a emoção do reencontro após 23 anos de buscas.
“Estou muito feliz, muito contente, pois ganhei duas mães agora. Estou muito feliz em reencontrar minha mãe com saúde, graças a Deus, que era o meu maior sonho e o que eu mais pedia”, afirmou Josiane.
Sobre o reencontro com os irmãos, Josiane afirma que foi muito bom, e disse ainda que “é gratificante ter duas mães”.
A mãe adotiva de Josiane, Totália, 76, explicou à Najuá como foi o processo de adoção e a criação da menina.
“A mãe dela apareceu lá em casa e disse que estava doando ela. Nós fomos ao cartório, fizemos o registro dela, e tudo que ela tivesse de direito, eu faria por ela. Graças a Deus a Josiane está bem, porque eu dei a educação e o estudo que pude para ela, que se formou modelo, mas teve que deixar o curso depois que se casou e teve filhos. Agora, com o reencontro, eu ganhei mais uma família, porque a família dela é minha também”, afirmou.
Dona Olinda, a mãe biológica de Josiane, disse que ficou muito contente por poder reencontrar sua filha após 38 anos. “Há muito tempo eu esperava encontrar ela, mas era mais difícil de a gente procurar”, afirmou. Ela disse também que seu coração ficou aliviado após o reencontro.
“Eu fiquei tão emocionada que ontem (sábado, 08) a noite eu não passei bem por ficar pensando nisso, mas hoje (domingo, 09), amanheci bem de saúde e graças a Deus encontrei ela e a família com saúde e fiquei muito feliz de encontrar eles”, disse Olinda.
Ela afirmou a reportagem da Najuá que tinha vontade de encontrar a filha para matar saudades, uma vez que ela foi adotada quando ainda era bebê. Para Dona Olinda, a felicidade ficou completa quando soube que Josiane já tinha formado a sua própria família. “Fiquei feliz por saber que ela casou e teve filhos”, afirmou.
O esposo de Josiane, João Pauluk, disse que há muito tempo queria conhecer a nova família. Ele afirmou ainda que ficou muito feliz por ganhar mais uma sogra. “Agora tenho duas sogras e mais as cunhadas e cunhados, que são muitos”, afirmou.
Uma das irmãs de Josiane, Dolores conversou com a reportagem da Najuá. Ela afirmou que os irmãos já sabiam da existência de Josiane porque Dona Olinda falava diariamente sobre ela. “Nós tínhamos vontade de conhecê-la, mas não tinha como a gente entrar em contato, e deu certo de hoje nós estarmos reunidos aqui com muita alegria”, pontuou.
Uma das cunhadas de Josiane, Cleide Ferreira, esposa de Olevir Ferreira, pediu que Josiane visite a família com mais freqüência. “Eu agradeço por eles estarem aqui. A minha sogra ficou muito emocionada, ela e a família ficaram a semana inteira esperando por eles, por isso nós estamos muito felizes”, ressaltou.
Josiane disse que já trocou telefones e endereços com os irmãos e a mãe, para manter contato mais constantemente com a sua família, que agora ganhou carinho e amor em dobro dos irmãos e das mães, que também ganharam cada uma mais uma família.
Relembre o caso
O reencontro entre Josiane e Dona Olinda ocorreu de maneira rápida. Josiane enviou e-mail para a Najuá na segunda (3). No texto, ela contava que procurava pela mãe biológica, chamada Olinda Ferreira, filha de Sebastião Justino e Josefa.
Tão logo a mensagem e o nome da mãe biológica de Josiane foram divulgados no Meio Dia em Notícias da última terça (4), vários ouvintes começaram a telefonar para a rádio contando que ela morava no Jardim Planalto. Nossa reportagem conversou com dona Olinda logo depois que ela telefonou para Josiane.
Ela descreveu a emoção em saber do paradeiro da filha, que disse que sonhava encontrar, mas que não tinha condições de procurar. Olinda afirmou ter ficado muito feliz ao ouvir que a filha a procurava também.
Há 38 anos, Olinda entregou Josiane aos cuidados de uma família de Guarapuava. Mãe solteira e desempregada, se viu obrigada ao gesto para garantir que a filha tivesse uma criação digna.
Hoje Olinda vive do que ganha com sua aposentadoria e mora numa casa no Jardim Planalto. “Tenho uma vida mais sossegada, mais feliz”, compara.