Projeto faz parte do programa “Itaipu Mais que Energia”. Região da Amcespar recebeu R$ 20 milhões do projeto, que prevê investimentos na área socioambiental dos municípios/Paulo Sava
A Itaipu Binacional implantou na última terça-feira, 17, o Núcleo de Cooperação Socioambiental em Irati. O evento que marcou a implantação foi realizado no auditório da Faculdade São Vicente e contou com a participação de 36 entidades, que farão parte do núcleo.
O projeto tem como objetivo fortalecer a sociedade para buscar soluções para os desafios socioambientais. Os municípios da região da Amcespar receberam R$ 20 milhões, o que dá cerca de R$ 2 milhões para cada prefeitura investir nas áreas social e ambiental.
Zuleide Maccari, assessora do presidente da Itaipu, Ênio Verri, destacou que a empresa visa construir junto com os municípios envolvidos nos núcleos uma vida e uma questão de organização socioambiental. “Juntos somos muito mais fortes. Quando cada um trabalha em uma perspectiva individual, pode estar enfraquecido. Agora, se estivermos unidos, juntos, somos mais fortes e conseguimos resolver inúmeros problemas ambientais e sociais, se trabalharmos juntos”, comentou.
Entidades envolvidas – O projeto tem início com o engajamento de 36 entidades no núcleo. Porém, o desejo da organização é de ampliar o número de envolvidos neste núcleo, de acordo com Zuleide. “Nós queremos ampliar isto, trazendo todas as entidades organizadas que estão nesta região. O início hoje foi com 36, mas queremos chegar a 100 entidades, todas juntas com a Itaipu e o nosso governo”, frisou.
Durante o encontro, os participantes puderam fazer um levantamento dos principais problemas encontrados na região e que serão alvo de projetos que podem ser financiados pela Itaipu. O programa deve ter continuidade a partir de outubro ou novembro. “Lá na frente, a partir de outubro ou novembro, daremos continuidade neste trabalho, que não para aqui e nem hoje, ele é só o primeiro passo, e nós vamos sempre estar por perto de vocês, para não nos esquecerem, a cada 15, 20 ou 30 dias estaremos por aqui”, frisou Zuleide.
Agenda comum – O engenheiro agrônomo Luiz Ferraro foi o palestrante do dia. Ele conta que a principal proposta dos núcleos é de formular uma agenda comum com todos os problemas enfrentados pelos municípios da região. No total, foram implantados 19 núcleos no Paraná e um no Mato Grosso do Sul, cada um com um coordenador. Ele ressaltou que todos os 399 municípios paranaenses e 35 do estado vizinho receberam recursos na ordem de R$ 2 milhões a R$ 3 milhões da Itaipu.
“Além deste nosso primeiro investimento, haverá outros. O nosso interesse é de que este projeto não disperse recursos, mas que haja uma articulação e a devida aplicação dos valores, focada nos problemas que a sociedade organizada da região perceba. Na primeira fase, estamos nos reunindo, identificando quais são os problemas socioambientais e econômicos da região. Vamos priorizar, vamos fazer uma análise de causas, para focar em projetos que lidem com estas causas dos problemas. As fases que vêm dos núcleos consistem em produzir ações conjuntas, e desejamos que perdure por décadas trabalhando e melhorando a vida da população da região centro-sul paranaense”, pontuou.
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A fase dos levantamentos deve ser concluída até o início de 2025. A expectativa do palestrante é que a sociedade se mantenha articulada e motivada. Luiz avalia que a participação de todas as entidades neste processo é importante. “O nosso interesse é que este grupo se amplie, mas ele já tem uma potência enorme, capacidades enormes, pessoas muito competentes e instituições muito capazes de melhorar a vida aqui na região. Com a nossa colaboração e articulação, isto só pode melhorar”, comentou.
O projeto dos núcleos vem sendo construído desde que a atual gestão assumiu a Itaipu Binacional, decidiu trabalhar por territórios, em parceria com os municípios. Em vídeo exibido durante o evento, o presidente da Itaipu, Ênio Verri, destacou que o principal legado a ser deixado pela empresa é a participação direta da sociedade na governança para a solução de problemas nas mais diversas áreas.
“Por isto, convidamos vocês a construírem juntos este legado. Vamos juntos pela sustentabilidade, integrar e atuar ativamente nos Núcleos de Cooperação Socioambiental. Neles, vamos compartilhar informações qualificadas, apoiar o desenvolvimento das organizações, oferecer processos formativos e implantar outras estratégias de cooperação para o desenvolvimento sustentável. Ao final deste período, tendo mais organizações fortes na sociedade civil, prefeituras comprometidas com a agenda socioambiental e uma sociedade mais cooperativa e consciente, poderemos dizer que aproveitamos a nossa chance”, frisou.
Irati – O prefeito de Irati, Jorge Derbli, conta que o município recebeu cerca de R$ 2 milhões e aplicou na pavimentação da estrada do Monjolo e na construção de uma usina fotovoltaica para produção de energia elétrica, entre outros pequenos projetos. Derbli avalia que a criação dos núcleos para discutir as necessidades de cada região é importante para que os projetos enviados para a Itaipu sejam devidamente analisados por cada órgão envolvido em sua criação.
“Não adianta pegar o dinheiro por pegar e aproveitar uma verba para utilizar em qualquer projeto, mas sim em um projeto pré-analisado, estudado e conversado com as entidades, vendo a necessidade e a vocação de cada região, pensando sempre em melhorar o ambiente em que vivemos”, pontuou.
Unicentro – Ronaldo Maganhoto, diretor do campus Irati da Unicentro, uma das instituições que integra o núcleo, entende a relevância do tema e afirma que a Itaipu tem linhas de ações que combinam com a vocação rural e turística da região e as medidas de conservação do meio ambiente. Ele considera fundamental o apoio da empresa com recursos para os municípios promoverem ações nestas áreas.
“É fundamental, a Itaipu Binacional é uma instituição que propicia, alavanca e potencializa os nossos projetos porque tem a condição de financiamento de ações, projetos, compra de equipamentos para a execução das pesquisas, bolsas para alunos e professores, e nos dá condições de um bom trabalho junto à rede da nossa região”, afirmou.
Centro Cultural Denise Stoklos – Derbli esteve recentemente na Itaipu para conversar a respeito da continuidade da obra do Centro Cultural Denise Stoklos. Em conversa com o presidente Ênio Verri, o prefeito obteve a informação de que a estatal tem recursos para serem investidos, porém havia necessidade de uma autorização do Ministério da Cultura para a liberação de um valor de R$ 30 milhões para a conclusão da obra.
“Estivemos no Ministério da Cultura falando com a ministra (Margareth Menezes) na época, e ficamos, junto com o conselheiro Maurício Requião, que nos acompanhou, de conversar na Casa Civil. Estamos esperando esta agenda, onde vamos solicitar liberação de mais ou menos R$ 30 milhões para a conclusão do Teatro. É um recurso que a Itaipu diz que tem disponível, mas depende de um estudo, uma análise maior a nível federal. Conversamos com alguns deputados federais, inclusive do PT, com a Gleisi (Hoffmann) e o Tadeu Veneri, para nos ajudarem. Se não conseguir recurso de fora, dificilmente com verba federal e estadual e mesmo com emendas dos deputados, pelo valor nós vamos conseguir. Acredito que isto está caminhando”, finalizou.