Iratiense cai no golpe do falso sequestro

Mulher depositou R$ 1 mil em dinheiro e ainda fez recargas que somaram R$ 600…

20 de março de 2015 às 11h30m

Mulher depositou R$ 1 mil em dinheiro e ainda fez recargas que somaram R$ 600 em créditos para celulares de estelionatários

Da Redação

Orientações da Polícia Militar para evitar o golpe do falso sequestro

– É importante que, aquele que receber uma ligação de um suposto sequestro de familiar fique calmo e entre em contato com a polícia militar imediatamente;

– Mantenha contato com a pessoa que diz ser o sequestrador, até que algum familiar seu ou a polícia consiga falar com a pessoa que supostamente foi sequestrada. Na maioria dos casos, é mentira e não houve o sequestro;

– Em hipótese alguma, diga o nome de seu familiar aos sequestradores. Normalmente eles colocam na linha uma pessoa chorando, pedindo por socorro e isso confunde o familiar que já está nervoso. Eles se utilizam do nome para apavorar a família e obter mais informações;

– Em circunstância nenhuma, realize depósitos bancários ou coloque créditos telefônicos, pois isso colabora para que mais golpes sejam aplicados;

– Desconfie de ligações recebidas a cobrar, bem como de ligações de códigos interurbanos. As ligações geralmente são realizadas do interior de estabelecimentos prisionais e feitas para números aleatórios;

– Combine previamente com seu familiar, um número telefônico para contato de emergência.

– Oriente seus familiares idosos. Os golpistas se aproveitam da fragilidade destes para aplicar o golpe.

{/block} Ainda que se considere um golpe conhecido, estelionatários insistem nas tentativas de extorsão mediante o “falso sequestro”, em que o bandido liga para a casa ou celular de uma pessoa e, muitas vezes em posse de informações pessoais que a própria vítima passa, sem se dar conta, o golpista pede resgate de um parente.

Um caso desses foi registrado pela Polícia Militar de Irati na tarde de quarta-feira (18), quando um funcionário da agência central da Caixa Econômica Federal acionou a PM relatando que uma cliente havia feito um depósito de uma quantia suspeita. Ao entrar em contato com a correntista, ela informou ao banco que recebeu ligações anônimas, de um número desconhecido, informando que a filha dela, que mora em Lages (SC), teria sido sequestrada. Os golpistas exigiam o depósito de determinada quantidade de dinheiro para liberar a vítima do suposto sequestro.

A vítima do golpe teria efetuado um depósito no valor de R$ 1 mil na conta indicada pelos supostos sequestradores da filha e várias recargas que somaram R$ 600 em créditos para celulares com DDD 21 (Rio de Janeiro e Região Metropolitana).

A Polícia Militar telefonou para uma amiga da filha da vítima do golpe, em Lages, que afirmou que a moça estava trabalhando normalmente, descartando a hipótese de sequestro. A mulher precisou ser removida até a Secretaria de Saúde Municipal para atendimento pré-hospitalar, devido ao nervosismo que a situação ocasionou.

Na sexta passada (13), houve um registro similar, em que uma família recebeu um telefonema informando que o filho de sete anos teria sido sequestrado. Imediatamente, os pais foram até a sede da 8ª CIPM para relatar o fato. As equipes policiais foram até a escola onde a criança está matriculada e, ao entrar em contato com funcionários, se certificaram de que o menino estava assistindo às aulas. A família não chegou a realizar nenhum depósito em favor dos golpistas.

Ouvintes revelam a forma de atuação dos bandidos

A ouvinte Eva, do bairro Marcelo, participou do quadro “Voz do Povão”, dentro do Meio Dia em Notícias, e relatou caso similar. Segundo ela, o filho que mora em Curitiba ligou para ela alegando que o tio, que mora em Guarapuava, teria sofrido um acidente e que estariam exigindo o depósito de determinada quantia para o serviço de guincho. Ela desconfiou, pelo fato de ser um parente que não teria tanta proximidade com o filho para pedir auxílio, e ligou para a polícia para averiguar se o acidente, de fato, tinha sido registrado. Não havia acidente algum. “Se passaram pelo meu tio e quando viram que meu filho começou a fazer mais perguntas para eles, não retornaram mais a ligação”, relatou Eva. O golpe acabou frustrado, pois eles notaram que não havia nenhum acidente. O caso foi registrado há cerca de um mês. Os bandidos queriam o depósito de R$ 1,4 mil.

Mara, que mora em Teixeira Soares e trabalha em Irati, telefonou para o programa e relatou que a mãe dela foi vítima do golpe. Os bandidos ligaram para ela dizendo que Mara tinha sido sequestrada. O telefone tinha DDD 22 e os bandidos se comportaram como é de praxe nesses casos: uma pessoa começou a chorar durante a ligação. “A princípio, quando ligaram, puseram essa moça no telefone chorando, pedindo socorro. Minha mãe é uma senhora, e acabou ficando nervosa”, contou.

Segundo Mara, a mãe não chegou a fazer nenhum depósito na conta indicada pelos bandidos, pois estava sozinha em casa. No entanto, ela já estava prestes a sair de casa, com o dinheiro em mãos, quando chegou um conhecido. “Ela já estava de saída, porque do jeito que eles falaram, iam me matar”, disse a ouvinte. O conhecido que chegou à casa da mãe de Mara a auxiliou, ligando na casa do irmão dela, que foi até lá para acalmá-la. Logo depois, ligaram no número da própria Mara.

“Eles pressionam tanto, que ela [a mãe]não podia desligar o telefone, pois eles diziam que iam atirar na minha cabeça e a moça gritava. Então, ela jamais pensou em desligar o telefone. Ela até chegou a pensar que podia ser um trote, mas temia que pudesse ser verdade. De repente, se é uma pessoa idosa, que às vezes está sozinha em casa, pode acontecer de cair (no golpe)”, disse a ouvinte. A própria Mara recomendou aos demais ouvintes que, eventualmente, forem contatados em casos semelhantes, que verifiquem o número da chamada, que geralmente possui DDD de região distante.

De acordo com ela, os bandidos tinham orientado a mãe dela a se deslocar com o dinheiro até o banco, sem contar nada a ninguém e sem demonstrar nervosismo. Quando ela chegasse ao banco, eles retornariam a ligação para informar o número da conta onde deveria ser feito o depósito.

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