Irati Vôlei perde em casa para Curitiba e é rebaixado para a Superliga C

Time iratiense perdeu por 3 sets a zero neste sábado, 16, e caiu para a…

18 de março de 2024 às 21h38m

Time iratiense perdeu por 3 sets a zero neste sábado, 16, e caiu para a 3ª divisão do vôlei nacional ao ficar na 9ª colocação, com 12 pontos/Paulo Sava

Na foto, o técnico Fernando Bonato e a líbero Anna Beatriz. Foto: Foco Esportivo

O Irati Vôlei se despediu neste sábado, 15, da Superliga B de Vôlei Feminino ao perder em casa para o Curitiba por 3 sets a zero. Jogando no Ginásio Agostinho Zarpellon Júnior (Batatão), as parciais foram de 27×25, 25×13 e 25×20.

Com a derrota, o Irati Vôlei ficou na 9ª colocação no campeonato com 12 pontos e foi rebaixado para a Superliga C, que deve ser disputada no final do ano. O Vôlei Natal Desportivo ficou na 8ª posição, com os mesmos 12 pontos das iratienses, porém com uma vitória a mais, cinco a quatro. O Curitiba garantiu a classificação para a próxima fase, ficando na 4ª colocação com 24 pontos e enfrenta o Mackenzie, líder da competição com 30 pontos. Já o Recife, segundo colocado com 26 pontos, encara o Brusque, que ficou na 3ª posição com 25 pontos.

Despedida – Em entrevista à Najuá, o técnico Fernando Bonato, que está deixando a equipe, se despediu e desejou boa sorte à equipe na continuidade do projeto. “Encerramos hoje o ciclo da Superliga B e o meu ciclo com Irati. Desejo boa sorte ao projeto, que é fantástico e de pessoas extremamente comprometidas. Acho que conseguimos jogar de igual para igual com todo mundo. Sabíamos das nossas limitações, mas o importante foi sermos aguerridos e jogarmos um bom voleibol, o que conseguimos. Agradeço à cidade e ao projeto, o Curitiba veio embaladíssimo, um baita adversário. Quero deixar o meu agradecimento à diretoria e a toda a torcida, que nos apoiou o tempo todo e desejar boa sorte a este projeto, que é maravilhoso”, frisou.

O técnico volta para a equipe do Pinhalzinho, de Santa Catarina. Ele deve assumir o time a partir do dia 1º de abril, em preparação para o Campeonato Catarinense.

Fernando em entrevista à Rádio Najuá após a partida do último sábado, 16. Foto: Foco Esportivo

Dificuldades – Para Fernando, faltou a equipe iratiense trabalhar um pouco mais o jogo coletivo durante a competição. “A lição que temos que ter é a seguinte: quando vamos para uma competição deste nível, é o talento coletivo que tem que prevalecer, e não conseguimos trabalhar isto. Ficamos dependendo sempre de uma peça ou outra, tivemos muitos problemas durante a competição e não nos fortalecemos como equipe. Pagamos o preço, para jogar uma competição tão difícil como esta, o talento que precisa prevalecer é o coletivo”, comentou.

Fernando destacou as dificuldades dos jogos em casa para o Irati Vôlei. “Nós só pegamos pedreira em casa, fora o Brasília, foram Brusque, Sorocaba, Curitiba e Tijuca. O jogo que eu diria que fez a diferença para nós foi Natal, no qual estávamos nos recuperando em função de diversas situações. No jogo contra Chapecó, também jogamos abaixo. Nos demais, em todos conseguimos jogar um bom nível de futebol”, relatou.

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A campeã olímpica Valeskinha atua como atleta e na comissão técnica do Curitiba Vôlei. Foto: Paulo Sava

Campeã olímpica em quadra – A campeã olímpica Valeskinha também entrou em quadra pela equipe curitibana. Ela conquistou a medalha de ouro pela Seleção Brasileira nas Olimpíadas de Pequim em 2008 e já passou por várias equipes brasileiras. A jogadora atua na Comissão Técnica e entra em quadra sempre que necessário. No jogo de sábado, Valeskinha substituiu a líbero Vitória, que passou mal durante a partida.

“A nossa líbero passou mal hoje desde cedo, aí sabia que todo mundo teria que dar um pouco a mais. Quando ela viu que não dava mais, eu falei “deixa comigo que eu entro lá e tento corresponder à altura sua”. Eu estou mais na gestão, já indo para a parte tática e técnica do que realmente dentro de quadra”, comentou.

Valeskinha analisa que a vitória foi importante para a classificação das curitibanas. “Foi importante, sabíamos da qualidade da equipe adversária e que não seria fácil, que teríamos que entrar ligadas o tempo inteiro, pois elas precisavam da vitória como nós. Os sets foram todos equilibrados, para mostrar a qualidade das duas equipes. Agora, vamos descansar um pouco, recuperar quem está lesionada e não está 100%, para que, na próxima fase, possamos contar com todas as atletas inteiras”, comentou.

Equipe iratiense reunida durante tempo técnico. Foto: Paulo Sava

Atletas iratienses – A jogadora Isteissy, que deve deixar o Irati, afirmou que toda a equipe precisa assimilar o rebaixamento e seguir em frente com o projeto do voleibol. “Vamos colocar a cabeça no lugar, fizemos um bom jogo, mas acho que erramos nos detalhes no final do 1º e do 3º set. No 2º demos uma caída. Agora é treinar e manter o projeto”, comentou.

Ana Carolina Sequinel Demczuk, a Carol, atleta que atua também na diretoria do Irati Vôlei, afirmou que uma das características do time é nunca desistir. “Quem me conhece, sabe o quanto eu sempre lutei pelo vôlei da cidade e vou continuar lutando, não vou deixar a peteca cair. Foi um tropeço que tivemos pelo caminho, mas que serve de aprendizado para nós, que temos ainda o Paranaense e o ano todo de projeto. Se Deus quiser, vamos de novo para a Superliga C, conseguir o acesso para a Superliga B e quem sabe na A. Sabemos que leva tempo para conseguirmos estruturar bem e fazer tudo o que almejamos nele. O nosso projeto é novo, apesar de já termos colhido grandes frutos. Eu tenho certeza absoluta de que, com a equipe e os apoiadores que temos, as pessoas que torcem e nos ajudam, vamos crescer mais ainda”, pontuou.

Carol agradeceu a toda a torcida que apoiou o projeto ao longo de toda a competição, mesmo com as dificuldades enfrentadas. “Quero agradecer de coração, pois é por estas atitudes que permanecemos firmes. Eu só tenho que agradecer, não era o resultado que esperávamos, longe disso, mas é tudo aprendizado. Vamos juntas os caquinhos, por um mês o pessoal vai para casa, descansar e virar a chave porque temos um paranaense pela frente”, comentou.


Emocionado, o secretário de Esportes e Lazer, André Demczuk, destacou a dificuldade da disputa da Superliga B. “A Superliga é uma competição nacional de nível muito alto, vimos isto pelos jogos que tivemos aqui. Eu acho que a torcida, ao aplaudir no final, reconhece que a competição é difícil, que fizemos o nosso possível. A cidade é menor que as outras que disputam. Três atletas do Tijuca pagavam nossa folha salarial. Talvez dava para termos beliscado uma permanência, mas Deus sabe o que faz, e de repente, vamos ter que segurar este passo maior e lutar para que possamos estar, no ano que vem, na B de novo, e fazer com que o projeto siga caminhando para coisas maiores”, frisou.

Dedé e o técnico Fernando se abraçam na despedida do treinador após o jogo contra Curitiba nos corredores do Ginásio Batatão. Foto: Paulo Sava

Paranaense e readequação da equipe – Antes da disputa da Superliga C ainda neste ano, a equipe vai participar do Paranaense a partir de junho, porém tendo que reduzir a folha salarial e enfrentar outros problemas, segundo Dedé.

“A disputa da Superliga C será no final do ano, e, se vencermos, poderemos estar na Superliga B novamente. Existem as possibilidades de convite da CBV (Confederação Brasileira de Voleibol), pois às vezes alguma equipe desiste no andar da carruagem. Sabemos que é um ano eleitoral e muitas coisas podem mudar em vários municípios, os apoios e tudo o mais. Ficamos nesta expectativa para o Estadual, vamos ter que baixar a nossa folha, readequar valores para conseguirmos manter o projeto ativo com uma equipe adulta pelo menos, para que trilhemos um caminho legal no paranaense, já que chegamos a semifinalista por três anos seguidos. Esperamos conseguir manter um padrão de atuações, de jogo, para que estejamos sempre brigando, no campeonato estadual, na ponta de cima da tabela”, pontuou.

Algumas atletas devem deixar a equipe. Outras, como Marcela, Renata Calandrini e Júlia, que não disputou a Superliga por questão documental, além das jogadoras da cidade, como Aninha, Jana, Carol e Maria Ediuarda Pechy, já confirmaram que permanecem no Irati, faltando apenas a confirmação de algumas jogadoras. “Esta base deve nos dar sustentação para aguardarmos mais algumas jogadoras que ainda não nos deram retorno sobre ficar ou não e podermos definir as últimas atletas para compor o grupo do estadual”, afirmou.

Comissão Técnica – Na comissão técnica, Ricardo e Mateus, que eram auxiliares de Fernando Bonato, devem iniciar os treinamentos entre o final de abril e o começo de maio, já que todo o time terá férias até lá. Eles devem iniciar também o Paranaense em junho. A partir de julho, a diretoria irá analisar a necessidade da contratação de um novo treinador.

Ficha técnica

Irati Vôlei 0x3 Curitiba Vôlei

Parciais: 25×27, 13×25 e 20×25

Irati Vôlei: Renata Calandrine, Bia, Taniely, Isteissy, Marcela e Manu. Entraram durante a partida Aninha, Anna Beatriz, Carol e Camila. Técnico: Fernando Bonato.

Curitiba Vôlei: Victória, Traiane, Dominga, Maria Laura, Jéssica e Lorena. Entraram durante a partida Petra e Valeskinha. Técnico: Pedro Casteli

Curitiba Vôlei. Foto: Paulo Sava
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