Além de Irati, a competição que começa nesta quarta, dia 9, terá participação de Londrina, Foz do Iguaçu, São José dos Pinhais, Itajaí/SC e Chapecó/SC. Campeão garante vaga na Superliga B em 2023/Texto de Karin Franco, com reportagem de Ademar Bettes
A partir de quarta-feira (9), o município de Irati sediará uma das etapas da terceira divisão da Superliga Feminina de Vôlei, a Superliga C. Os jogos acontecerão no ginásio Agostinho Zarpellon Junior, o Batatão. Serão três partidas por dia até o domingo (13). O jogo de estreia da equipe de Irati será transmitido pela Super Najuá, na quarta-feira (9), às 19h, contra São José dos Pinhais.
A competição trará para Irati equipes que disputam uma vaga na Superliga B, a segunda divisão do campeonato. Além de Irati, a competição terá participação de Londrina, Foz do Iguaçu, São José dos Pinhais, Itajaí/SC e Chapecó/SC.
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Uma das atrações da competição é a participação de Sassá, ex-jogadora da seleção brasileira e que foi campeã olímpica, que joga na equipe de Londrina. Elizangela, que também atuou na seleção e foi campeã olímpica, é dirigente da equipe de Itajaí.
Os jogos em casa serão um desafio para a equipe feminina de Irati que já iniciou a preparação visando a competição há cerca de 40 dias. “Já estamos estudando [as equipes], nesses últimos 40 dias estamos exaustivamente trabalhando 100% focado na Superliga C. Um trabalho diferenciado justamente para a Superliga C. Avaliando, nós temos alguns contatos fora que estão nos ajudando a levantar todos os dados estatísticos, monitorando todas as equipes que como obviamente também estão fazendo com a nossa equipe”, conta o treinador Fábio Sampaio.
A equipe iratiense contará com o reforço de duas jogadores da equipe de Maringá para a disputa da Superliga C. Para Fábio, as atletas farão diferença na questão tática. “O principal reforço é realmente a nossa equipe aqui que está focada, tem trabalhado muito. As meninas estão se abdicando, algumas situações nós redobramos a carga horária de treinamento, já pela exigência do campeonato. Esse eu vejo como o nosso maior reforço: a entrega das meninas e a evolução da equipe do Campeonato Paranaense para cá. Algumas peças, nós trouxemos para fazer um reforço mais tático. Não são peças que vão vir para resolver. ‘O Fábio está trazendo duas meninas e essas vão resolver nossa vida’. Não. Não vão. Mas, são para nos dar um suporte tático. Uma possível troca a mais. Uma atleta que talvez não comece bem ou não esteja com a inspiração no dia, que possamos fazer a troca. É a nossa equipe que está trabalhando e está trabalhando muito. Eu acho que esse é o nosso maior reforço”, disse.
O período de treinamento tem trazido confiança às jogadoras. “Está chegando cada dia mais perto. Estamos ansiosas, mas acho que é uma ansiedade boa. Temos treinado muito e acho que todo mundo confiante, todo mundo cada dia mais preparado para enfrentar os adversários e conseguir o título inédito”, conta a líbero Poliana Gasparello.
Os campeões de cada sede da Superliga C sobem para a Superliga B, que vai acontecer em fevereiro de 2023. A Superliga C terá quatro sedes: Irati (PR), Tijuca (RJ), Sorocaba (SP) e Brasília (DF). “Isso já é um motivo de comemorarmos o esporte em Irati, a Secretaria de Esportes, nossos patrocinadores comemorarem ser uma das quatro sedes no Brasil inteiro. É sinal de um bom trabalho, é sinal de um projeto que já vem se consolidando”, explica o treinador.
As partidas em casa consolidarão um projeto que passou por dificuldades no início, já que muitas jogadoras precisavam dividir os horários de treinos com trabalho. Mas a preparação para as partidas em Irati tem trazido mais foco ao campeonato. “Nós iniciamos o ano treinando menos até por conta de trabalho, que nem todo mundo vive profissionalmente do vôlei. Agora aumentou o número de treinos e estamos treinando mais pesado, mais focados realmente na Superliga C. Ainda temos os compromissos com o Campeonato Paranaense, mas isso ficou um pouco mais para frente. Agora o nosso foco é totalmente na Superliga C”, conta Poliana.
Para a jogadora Fernanda Krupeizaki, que também joga como líbero, o campeonato será um momento de superação. A jogadora participou pouco dos primeiros campeonatos por causa de algumas lesões, mas agora volta a disputar depois da recuperação. “A ansiedade sempre existe. Sempre tem aquele friozinho na barriga. Infelizmente algumas contusões. Mas já tá tudo ok. Já estamos treinando a mil por cento, mil por hora e vamos para cima delas”, disse.
A líbero Júlia Buzzo é do estado de São Paulo e tem auxiliado nas partidas da equipe neste ano. Ela comentou que sente feliz de contribuir para evolução do projeto. “Estou feliz de estar fazendo parte desse projeto, que é um projeto que está para crescer cada dia mais, ainda mais agora com essa Superliga C, que é um campeonato nacional bem importante para o voleibol. E que agora vai ser sede aqui em Irati. Acho que tem tudo para dar muito certo”, avalia a atleta.
Fernanda destaca a importância de trazer o campeonato para o município. “Graças a Deus, conseguimos trazer para cá. É uma coisa inédita para o nosso município. O município que é 100% futebol, futsal. E hoje estamos colocando o nome do município no vôlei nacionalmente falando. É muito importante que as pessoas vão até o ginásio, como todos os apoiadores que temos até hoje, todos os torcedores, todos os patrocinadores, com apoio da Secretaria da prefeitura, para torcer para nós e fazer parte dessa história”, explica.
A conquista de trazer o campeonato ao município também é destacada por quem está nos bastidores. A integrante da Associação de Voleibol Irati (AVI), Marilda Tucholski, comentou sobre a expectativa para o campeonato. “Como é inédito, estamos muito felizes. Estamos com muita expectativa. Estamos torcendo para que as coisas corram tudo bem porque está todo mundo trabalhando, todo mundo se entregando”, comentou Marilda.
O projeto de ter uma equipe iratiense de voleibol sofreu algumas perdas com a saída de jogadoras que optaram por outros projetos pessoais. Ana Carolina Sequinel Demczuk (Carol), que também é integrante da AVI, destaca que o projeto ainda possui atletas de Irati, mas que há a intenção de investir em novos talentos para fortalecer a equipe. “Temos ainda bastante meninas da cidade. O intuito do projeto é trazer essas meninas da base também, para ter uma continuidade do voleibol. Temos bastante meninas da base que também participam do projeto, que acredito que ano que vem já vão ter condições de também participar dessas competições de alto nível. É uma coisa progressiva, é uma coisa que aos poucos vai acontecendo, com bastante trabalho, com bastante treinamento”, disse Carol.
O desafio para o projeto está na busca de recursos. Marilda conta que as finanças estão no limite, mas que há apoio para a equipe iratiense. O apoio também aumentou com a Superliga C. “Estamos sempre no estique e puxa. Isso é uma coisa normal. No limite. Faz, às vezes, as coisas que não pode fazer para depois tentar remediar. Mas, graças a Deus, estamos tendo apoio. Não podemos reclamar. Claro, esperávamos mais. Sempre vamos esperar mais. Mas estamos tendo apoio. É bacana de ver agora com essa competição, o pessoal está todo empolgado, todos os patrocinadores. E tem gente que entrou agora também para o patrocínio da Superliga C, porque conseguimos trazer para cá”, conta.
Os ingressos para as partidas da Superliga C são limitados porque haverá diminuição da capacidade normal do ginásio Batatão. Os ingressos podem ser adquiridos antecipadamente na Secretaria de Esportes de Irati, que funciona anexo ao ginásio Batatão.
Os ingressos individuais custam R$ 20, que dá direito a assistir os três jogos do dia. Há também o combo de R$ 50 para assistir todas as partidas, todos os dias. Já o combo de R$ 75 dá direito a assistir todos os jogos, todos os dias, mais uma camiseta da Superliga. A camiseta também será vendida separadamente a R$ 40. Crianças até oito anos não pagam ingresso. Pessoas com idade entre oito e 16 anos e idosos a partir de 60 anos pagam meia-entrada. “Crianças que fazem parte dos projetos esportivos da secretaria de Esportes de qualquer modalidade, se for uniformizada, com as camisetas do seu projeto, também não pagam ingresso”, afirma Carol.