Irati registra duas mortes por gripe em 2017

Ao todo, na região foram registrados seis casos, sendo que três pessoas acabaram morrendo. Chefe…

02 de agosto de 2017 às 13h59m

Ao todo, na região foram registrados seis casos, sendo que três pessoas acabaram morrendo. Chefe da 4ª Regional de Saúde, Jussara Kobilinski, fala sobre os cuidados que as pessoas devem tomar para não contrair o vírus da Influenza H1N3

Paulo Henrique Sava, com informações da ASCOM/Prefeitura de Irati
[publicidade id=”39″ align=”right” ]O inverno teve início há pouco mais de um mês e a gripe já fez duas vítimas fatais em Irati, sendo um idoso de 84 anos e um homem de 48 anos, de acordo com dados divulgados pela Secretaria de Saúde do município. Ainda segundo informações da 4ª Regional de Saúde, foram registrados seis casos de Influenza H1N3 na região, sendo que três pessoas acabaram morrendo em virtude de complicações da doença. A terceira vítima, de 51 anos, era moradora de Imbituva.
Diante deste quadro, nossa reportagem conversou com a chefe da 4ª RS, Jussara Kobilinski. Ela confirmou as mortes e falou sobre a importância dos cuidados a serem tomados para prevenção da doença, como lavar bem as mãos, evitar tocar os olhos, boca e nariz após o contato com superfícies contaminadas, não compartilhar objetos de uso pessoal, cobrir a boca e o nariz com o antebraço ou lenço descartável ao tossir ou espirrar, e manter ambientes arejados, com portas e janelas abertas.  
“Estas são medidas de precaução; a vacina ainda está disponível para grupos prioritários nas unidades de saúde”, frisou. 
Febre repentina, tosse, dor de garganta e de cabeça, dores musculares, nas articulações, nas costas, falta de ar, cansaço e calafrios são sintomas típicos de gripe. Jussara recomenda que, se a pessoa tiver qualquer um destes sintomas, procure uma unidade de saúde em até dois dias para que o medicamento Tamiflu (distribuído gratuitamente pelo SUS) tenha maior eficácia. Em cinco dias, o paciente estará curado. Todos os profissionais das unidades estão devidamente preparados para prestar este tipo de atendimento.  
Jussara ressalta que houve uma redução no número de mortes por gripe na região entre 2016 e 2017. No ano passado, neste mesmo período, ocorreram seis óbitos. Neste ano, até agora, foram registradas três mortes. “Este ano, apesar de [a gripe] estar controlada, gostaríamos que não tivesse ocorrido nenhum caso, mas não tivemos muito o que fazer”, comentou. 
Sobre a campanha de vacinação contra a gripe, realizada em junho, Jussara diz que a procura nos postos de saúde foi baixa. “Tivemos que sair e fazer busca ativa mesmo, porque as pessoas de mais idade não querem se vacinar, então a gente tem que ir nas casas. Foi feita uma busca pelos municípios, em casas de pessoas mais idosas, acamados, busca ativa mesmo. Eu pedi muito que as crianças fossem procuradas nas creches e escolinhas, porque os pais não acreditam muito na eficácia da vacina”, frisou. 
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Confira o áudio completo da reportagem no fim deste texto

Jussara comentou ainda que muitas pessoas podem contrair a gripe ao tomar a vacina, o que, segundo ela, não é verdade. “A gripe tem mais de 200 vírus. Então, a vacina vem para proteger mesmo, ela é muito importante”, frisou.  
Jussara ressalta que a preocupação após as mortes registradas é grande. “Estamos em constante estado de alerta. A gripe está aí e a gente não tem o que fazer a não ser a prevenção mesmo”, frisou. 
Para o médico clínico geral Aleixo Guerreiro, a primeira questão no combate à gripe é a conscientização a respeito da doença e de suas consequências. Ele recorda que, em gerações anteriores, nenhuma pessoa seria hospitalizada por conta de uma gripe. Porém, nas últimas décadas, aumentou a capacidade de virulência e de infectividade da doença.  
“Hoje, a gripe não é uma doença simples, comum. Então, é muito importante esta conscientização da população que procurou muito pouco a vacina neste ano”, frisou.
De acordo com o médico, quando a pessoa procura uma consulta, já está com sintomas como febre alta, comprometimento pulmonar e até já chegando a pneumonia. No entanto, ele afirma que não é necessário fazer nenhum tipo de alerta, pois a sociedade não está sofrendo com uma epidemia de gripe. “Nós temos que estar conscientes de que a gripe não é mais a mesma de algumas décadas atrás e hoje, você deve procurar um médico, um tratamento desde o início e prevenir com a vacina, com a consulta médica, o uso do Tamiflu, se for preciso, e de todos os cuidados necessários”, comentou. 
O secretário municipal de saúde, Agostinho Basso, comenta que, a cada ano, são produzidas vacinas contra até três tipos de vírus da gripe, que apresenta frequentemente diversas mutações. “Hoje em dia, temos uma mudança muito significativa, principalmente no final do século passado e agora, que é a distância, que não existe mais. Antigamente, para um vírus se deslocar da Ásia ou de outro continente, por exemplo, era quase que impossível. Hoje, em 24 horas, se a pessoa está na China, pode chegar aqui em Irati com muita tranquilidade, e ela pode estar trazendo, dentro do seu organismo, um tipo de vírus novo que nós não conhecemos”, frisou. 
Agostinho confirmou as mortes por H1N3 em Irati e Imbituva. Ele pede que, a qualquer sintoma, como dificuldade para respirar, dor nas costas, febre ininterrupta ou dores musculares, a pessoa procure imediatamente um posto de saúde para atendimento. “Pelo protocolo, agora [o paciente] não precisa nem fazer os exames: você já vai entrar com o Tamiflu, que é o único medicamento para combate à H1N1, mas quanto antes você iniciar o tratamento, melhor será o resultado”, citou. 
Segundo o secretário, as pessoas que morreram em decorrência da gripe demoraram demais para procurar atendimento. Uma delas apresentava ainda outras doenças junto. “A gente não quer que ninguém morra porque, para nós não é um número: são vidas, órfãos, viúvos e parentes que choram”, finalizou. 

Vacinas estão disponíveis

A Secretaria de Saúde de Irati comunica que a vacinação contra gripe continua no município, em todas unidades de saúde que dispõem de sala de vacina, e no horário normal de atendimento.
A vacina está disponível para gestantes, puérperas, crianças entre 6 meses a 10 anos, idosos com mais de 60 anos, cuidadores de pessoas acamadas, profissionais de saúde, motoristas e cobradores de transporte coletivo, pessoas que trabalham em escolas (independente da função), pessoas entre 10 e 59 anos com comorbidades e moradores de rua.
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