A Prefeitura de Irati realizou na última quarta-feira, 21, mais uma audiência pública sobre o Plano de Drenagem Urbana do município. Durante o evento, foram apresentadas as obras que vêm sendo realizadas para reduzir o impacto dos alagamentos nas áreas baixas da cidade.

O engenheiro da empresa Ferma e coordenador geral do Plano de Macrodrenagem, André Luciano Malheiros, comenta que as ações estudadas são planejadas para evitar impactos de chuvas fortes e outras intempéries. O plano está dividido em etapas, com pelo menos metade das ações já realizadas, como as canalizações, construção de bacias de contenção e de um novo parque, na Vila São João. No entanto, o Plano leva em consideração a possibilidade de aumento na quantidade de construções nos próximos 30 anos.

“Se desprezarmos as obras que estão sendo feitas e as outras ações do Plano, o problema só iria aumentar porque estamos cada vez mais impermeabilizando os terrenos. Algumas ações têm que ser imediatas a fim de evitar este aumento do problema. Temos que tomar algumas medidas o quanto antes e prever o futuro da cidade da melhor forma”, pontuou.

Os alagamentos vêm ocorrendo historicamente na cidade. Por este motivo, algumas mudanças nos parâmetros urbanísticos estão sendo implantadas para diminuir a geração de águas pela impermeabilização do solo. Mesmo assim, áreas próximas às margens dos rios e córregos continuarão sendo inundadas naturalmente. Por isto, o engenheiro comenta que as obras realizadas pela prefeitura não irão solucionar o problema das enxurradas. Ele opina que o ideal é que cada morador mantenha uma área de drenagem ou encontre uma forma de reaproveitar a água da chuva em seu terreno. “São várias ações, tanto de regulamentação, envolvendo tudo o que é de responsabilidade do munícipe e da prefeitura, que serão colocadas dentro de um planejamento”, comentou.

Malheiros salienta que, no caso da construção de novos loteamentos, o empreendedor precisa providenciar um sistema de drenagem para evitar alagamentos, uma vez que ele deve ter consciência de sua responsabilidade sobre este assunto. “A prefeitura está participando da elaboração do plano e nós, em conjunto, vamos encontrar as medidas que são viáveis e que são suficientes e necessárias para que o impacto causado pelos empreendimentos não atinja as outras pessoas, pois temos que pensar na população em geral”, frisou.

O principal questionamento a ser feito é o seguinte: como aplicar a legislação a respeito dos novos loteamentos? O engenheiro afirma que as leis atuais são muito genéricas. Neste sentido, dentro do Plano está sendo desenvolvida uma ferramenta que pode auxiliar na fiscalização da aplicação da lei nos loteamentos, com regras fáceis de serem executadas e bem estabelecidas. Desta forma, será possível colaborar com a prefeitura na sua forma de atuação.

 O Arroio dos Pereiras foi citado por diversas pessoas durante a Audiência Pública, sendo o que mais tem recebido ações estruturais e não-estruturais, como o processo de canalização até o Rio das Antas. Bacias de contenção devem ser implantadas ao longo da margem do arroio, o que deve ser feito também nas demais microbacias de Irati. Malheiros ressalta que terrenos baldios também podem auxiliar na redução dos alagamentos. Audiência Pública 

A última Audiência Pública sobre o tema deve ser realizada entre fevereiro e março de 2019. Nesta, serão feitas proposições para regulamentação e alteração de leis de uso e ocupação de solo e parâmetros urbanísticos de Irati.