O descarte incorreto do óleo de cozinha pode causar danos ambientais e à saúde humana. Foto: Preserve Ambiental/ Divulgação |
Em entrevista à Najuá, a Engenheira Florestal, Daniele Ukan, relatou quais são os danos ambientais causados pelo descarte inadequado do óleo de cozinha. “Nós utilizamos o óleo para fritar diversos alimentos. Tanto em casa, como em estabelecimentos comerciais, após o uso, a gente não sabe como descartar esse óleo. Muitas vezes eles acabam na pia, no vaso sanitário ou em sacolas plásticas. Essas formas de descartes são erradas e prejudicam o meio ambiente, pois as redes de esgoto não são feitas para coletar esse tipo de resíduo. Então o óleo se solidifica e fica duro, causando obstrução das tubulações. Se a tubulação não funciona corretamente, ela vai precisar de manutenção e isso vai encarecer a nossa conta de água. Outro problema é que o resíduo que fica na superfície, impede a entrada de luz e oxigênio na água, causando a morte de plantas e animais. Jogar o óleo no lixo também não é correto, pois ele vai entrar em contato com o solo, criar uma camada e impedir que a água se infiltre no solo, podendo causar enchentes ou indo parar em rios”, explica Daniele.
O Tecnólogo em Meio Ambiente e gerente comercial da Preserve Ambiental, Gilberto de Cristo, alerta que o recolhimento do óleo por empresas não licenciadas pode fazer com que o material retorne para a cozinha do consumidor, podendo causar danos graves à saúde. “Em nenhum momento esse óleo pode retornar para área alimentícia, pois depois que ele está saturado, ele se transforma em um polímero e se torna cancerígeno. Por isso é preciso que se tome todos esses cuidados para mandar o óleo para uma empresa que trate da maneira correta. Se ele acabar voltando para a alimentação humana, ele vai causar um dano muito grande. É preciso ter muito cuidado com a ilusão do descarte correto. É comum vermos carros de som recolhendo óleo usado, mas essa pessoa vai fazer o descarte correto?”, indaga Gilberto.
O sócio-fundador da Preserve Ambiental, Rodrigo Reis Almeida, explica como a empresa faz a reciclagem do óleo de cozinha. “A destinação correta começa na coleta. Depois, na reciclagem dos resíduos da fritura. Após isso, é destinado 5% do óleo para a produção de sabão ecológico e 95% para a produção de biodiesel”, diz Rodrigo.
Para ele, a falta de fiscalização é o principal obstáculo no combate ao descarte incorreto de óleo usado. “Existem leis, mas eles não conseguem fiscalizar todos os estabelecimentos e isso fortalece as empresas autônomas que não oferecem segurança para o cliente. Por isso, empresas como a nossa, que tem toda a documentação e a rastreabilidade desse resíduo até o seu destino final, sofre muito pela falta de fiscalização”, relata.
Gilberto explica como deve ser feita a destinação correta do material. “Você aguarda o óleo esfriar, com a ajuda de um funil você coloca em uma garrafa pet e leva até o ponto de coleta voluntário mais próximo. Não precisa peneirar, nem tirar os sedimentos da fritura. A panela pode ser limpa com um lenço umedecido e, após isso, ela pode ser lavada. Dessa maneira você não estará jogando nem um grama de óleo na rede [de esgoto]”, explica o tecnólogo.
Em Irati, os pontos de coleta de óleo usado são os supermercados G-Center e as agências do Sicredi, que oferecem uma unidade de sabão ecológico para cada litro de óleo entregue. Gilberto diz que outras parcerias podem ser estabelecidas para aumentar os pontos de coleta. “A gente está procurando novos parceiros. Quem tiver interesse em ser um ponto de entrega voluntário, o critério é ter um comércio onde tenha grande circulação de pessoas”.
Quem tiver interesse em saber como é o processo de reciclagem do óleo de cozinha pela Preserve Ambiental, ou também em como ser um ponto de coleta voluntário, pode encontrar todos os detalhes acessando o site da empresa.