Equipe do norte do estado venceu iratienses por 3 sets a 0, no Ginásio Batatão e garantiu o título da competição na tarde deste domingo, 19/Paulo Sava
A equipe do Unilife/Maringá conquistou o título do Campeonato Paranaense de Vôlei Feminino ao derrotar o Irati Vôlei por 3 sets a zero em partida realizada na tarde deste domingo, 19, no Ginásio Municipal de Esportes Agostinho Zarpellon Júnior, o Batatão. As parciais foram de 25 a 19, 25 a 23 e 25 as 19.
A levantadora Marcella, que fez uma cirurgia no joelho logo após a final da Superliga C, partida na qual Irati venceu o SESI/Bauru por 3 sets a 2, não participou da decisão do Paranaense. Durante a partida, a atleta Vivian (Maringá) levou cartão amarelo e um dos auxiliares técnicos do Maringá foi expulso, ambos por reclamação. Com a derrota, a equipe iratiense, que até então estava invicta na competição, ficou com o segundo lugar.
Na partida preliminar, o Vôlei Clube Cascavel venceu o Foz Vôlei no tiebreak por 3 sets a 2 e conquistou a terceira colocação.
Após a partida, o técnico de Maringá, Aldori Gaudêncio Júnior, destacou que o Campeonato Paranaense tem grande relevância por ser o único estadual da modalidade a ser disputado em todo o Brasil. “O Campeonato Paranaense tem uma grande representatividade no nosso estado. Foi um grande jogo, Irati veio para cima e sacou muito bem, e isto mostra todo o nosso trabalho que estamos desenvolvendo. Gostei da postura das meninas, em certos momentos jogamos atrás no placar, mas elas souberam reverter, com a cabeça no lugar, sem perder o equilíbrio, e agora é só comemorar o título de campeão paranaense”, frisou.
Carol Demczuk, que atua como meio de rede e é uma das diretoras do Irati Vôlei, sabia que a partida contra Maringá seria difícil. Apesar disso, na opinião dela, o time de Irati apresentou um bom voleibol. Carol acredita que, no início, a ansiedade e o nervosismo podem ter atrapalhado a equipe.
“Eu acho que, no início, tivemos um pouco de ansiedade e nervosismo para definir algumas bolas, mas depois foi leitura de jogo. O jogo delas é muito acelerado, então às vezes o bloqueio não conseguia chegar bem inteiro, o ataque vem quebrado, leitura de defesa, são detalhes que precisamos ajustar”, comentou.
Para a Superliga B, a equipe iratiense deve contratar outras atletas, uma vez que o nível da competição é mais alto, segundo Carol. “A ideia é reforçar, com certeza 70 a 80% da equipe atual deve ficar e devemos trazer mais uns quatro reforços”, ressaltou.
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A levantadora Natália, que atuou ontem por Maringá, mas jogou a Superliga C por Irati, disse que a equipe maringaense conseguiu superar os próprios erros para vencer a competição paranaense, que serviu de preparação para os jogos da Superliga A. “É uma construção, nós estamos treinando para a Superliga e eu acho que é isto. O time está se entrosando e buscando a melhor formação. Eu acho que foi isto que aconteceu hoje, jogamos em grupo e o resultado veio. Quando as coisas começam a dar errado, temos que nos juntar, nos fechar mais, nos unir e acho que foi o que aconteceu hoje”, comentou.
Jussara, outra das atletas que defendeu Irati e Maringá, atuou no jogo de ontem pela equipe maringaense e elogiou a postura do time em quadra. “Conseguimos nos encaixar no jogo de hoje, sabíamos que Irati era uma equipe difícil, mas conseguimos ter um bom desempenho na quadra e estou muito feliz”, comentou.
Ano intenso – O técnico da equipe iratiense, Rodrigo Dessbesell, ressaltou que o time teve um ano de competições bastante intenso. “Foi um ano muito intenso, de grandes desafios, e a equipe se preparou e se esforçou muito, entregamos o nosso melhor, porém, na final, eu acredito que Maringá tenha jogado melhor e tenha merecido o título. Porém, nada disso anula o que foi construído o ano inteiro no voleibol de Irati”, frisou.
Agora, a equipe de Irati se prepara para disputar as semifinais dos Jogos Abertos, novamente contra Maringá. Rodrigo avalia que o ano de 2023 foi de muitas conquistas para o Irati Vôlei. “Foi um ano inteiro de várias recompensas e também de grandes desafios. Eu acredito que o grupo mereceu chegar onde chegou”, comentou.
Permanência na equipe – Questionado sobre uma possível permanência em Irati para a temporada 2024, Rodrigo disse que esta não é uma decisão somente dele, mas depende de outros fatores. “Não depende só de mim, mas também da gestão e da Secretaria de Esportes e Lazer, mas esta é uma conversa para um outro momento, a partir do encerramento das atividades, quando terminarem os Abertos na próxima semana. Aí, teremos um período de descanso e voltamos focados para os trabalhos da Superliga B”, frisou.
A permanência do técnico Rodrigo Desbessell e das atletas também depende da condição financeira do projeto, entre outros fatores, segundo o secretário de esportes e lazer, André Demczuk (Dedé).
“Já estamos pensando em tudo isto, trabalhando com os nomes que pretendemos que fiquem e aqueles que não. O Rodrigo fez um grande trabalho para este ano, mas temos que entender que a competição que estamos prestes a disputar é totalmente diferente do que já vivemos. Ela necessita de ajustes nos horários e questões financeira e de trabalho. Se queremos que o treinador tenha uma participação 100% dentro do projeto apenas, sabemos que precisamos remunerar ele da forma que ele possa fazer isto, e ainda não sabemos de que forma poderemos fazer. Sem viabilizar a parte financeira, fica difícil de fazer proposta e conversar, e sabemos que esta competição exige isso. É do nosso interesse que o Rodrigo continue junto com a equipe, mas precisamos acertar tudo isto porque sabemos que ele tem outros trabalhos, outras situações que, até este momento, conseguimos uma conciliação. A partir daí, não sabemos, mas estamos confiantes, gostamos muito do trabalho dele e esperamos poder dar uma sequência”, frisou.
Dedé avalia que o ano da equipe iratiense foi positivo. Ele acredita que as atletas tiveram um bom desempenho dentro de quadra, apesar da derrota para Maringá. “Fizemos o que dava para hoje, tivemos o desfalque da Marcella, mas estamos subindo degrau por degrau, e acho que isto é importante para consolidar o projeto. Em 2021, ficamos no 4º lugar, 2022 em 3º, 2023 vice, quem sabe em 2024? Por que não sonhar? Para quem, há 3 anos, não tinha equipe adulta, que se formava para jogar os Jogos Abertos com o pessoal da cidade, e hoje receber jogos deste nível num domingo à tarde com um público deste, sendo que tem vários eventos na nossa cidade, é para ficar feliz. É para coroar o trabalho de todos que estão envolvidos, a equipe da Secretaria, a Prefeitura Municipal, o torcedor que “comprou o barulho” junto, que tem acompanhado e prestigiado, estas atletas maravilhosas e a comissão técnica. Agora, não vamos ter tempo de descansar, pois voltaremos à luta para tentar viabilizar o financeiro e disputar a Superliga B”, pontuou.
Investimentos – O secretário de esportes e lazer confirmou que o Irati Vôlei já está inscrito para a disputa da Superliga B em 2024. Porém, ele reconhece que há a necessidade de reforçar o time para a competição. Para isto, será necessário um investimento financeiro muito alto. A deputada federal licenciada e secretária de Estado da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa, Leandre Dal Ponte (PSD), prometeu um aporte financeiro para auxiliar o projeto na disputa da Superliga B. Mesmo assim, Dedé pede o apoio do empresariado iratiense.
“Aqueles que têm condição, que realmente podem, não é porque você gosta ou não, mas você está devolvendo alguma coisa para a sociedade que te recebeu. Se você tem a sua empresa aqui e ela graças a Deus se consolidou, ela te dá um retorno financeiro, é porque a sociedade abraçou o seu negócio e você tem seus méritos. Coloque a mão na consciência e procure, faz um apoio. Temos muitas pessoas nos procurando, mas sabemos que ainda está aquém. Hoje, temos cerca de 50% a 60% do que precisamos, para que tornemos possível o sonho da Superliga B. Já fizemos a inscrição, tomamos esta decisão em conjunto, estamos inscritos e vamos correr atrás disto. Agora, é contar com nossa sociedade para que possamos tirar do papel e fazer este sonho se tornar realidade”, pontuou Dedé.
Início do projeto – Antes da partida, nossa reportagem conversou com o professor Paulo Roberto Machinski, que ajudou a implantar o voleibol masculino em 1995 e o feminino em 1997. Desde então, a Unicentro e a Prefeitura passaram a organizar um programa de esportes, do qual o vôlei faz parte.
“O voleibol se tornou um projeto permanente desde aquela época. Eu continuo trabalhando com a base, em 2021 e 2022 auxiliei no adulto, dai, por incompatibilidade de horários, com a dificuldade de conciliar o horário da base, que é à tarde, com as aulas da universidade, que são de manhã, e o trabalho do adulto, que é à noite, fiquei só com a base, mas estou acompanhando de perto o adulto, que está fazendo um belíssimo trabalho”, afirmou.
No próximo final de semana, Irati Vôlei e Maringá voltam a se enfrentar, desta vez pela semifinal dos Jogos Abertos do Paraná (JAP´s).
Confira a seleção do campeonato:
Melhor Líbero: Anielly (Maringá)
Melhor levantadora: Vivian (Maringá)
Melhor oposta: Cechetto (Maringá)
Ponteiras: Natália e Karol Tormena (Maringá)
Centrais: Jussara (Maringá) e Manu (Irati)
Ficha técnica
Decisão Campeonato Paranaense de Vôlei Feminino
Irati Vôlei 2×3 Maringá
Irati: Renata Calandrine, Bia, Scarlet, Aninha, Manu e Bea. Entraram durante a partida Laura, Bianca, Pechi, Thainá e Geórgia. Técnico: Rodrigo Desbessell.
Maringá: Vivian, Natália, Jussara, Anielly, Cechetto e Fran Jacintho. Entraram durante a partida Jé Dantas, Beatriz, Mariana e Karol Tormena. Técnico: Aldori Gaudêncio Júnior.
Árbitros: Gabriel Mroczko, de Prudentópolis, e Luciano de Almeida.