Primeira etapa será no dia 16 de fevereiro, na localidade do Caratuva, interior de Irati/Texto de Karin Franco, com entrevista de Rodrigo Zub e Juarez Oliveira

A cidade de Irati foi incluída no Circuito de Caminhadas do Paraná. A primeira etapa no município acontece no dia 16 de fevereiro, na localidade do Caratuva, no interior de Irati. Durante o ano, outras etapas serão realizadas nas localidades do Pinho de Baixo e Gonçalves Junior, além de eventos como o Festival de Verão e a Festa do Pêssego.
O Circuito de Caminhadas do Paraná é um calendário de caminhadas e trilhas atestada pelo Governo Estadual, onde é possível calcular um ranking das pessoas que fazem as caminhadas. “Cada caminhada que fazemos na natureza, nós recebemos um carimbo. Nós temos uma carteirinha, com esses carimbos, e, claro, nós não temos nenhum prêmio sobre isso. Mas existe um ranking dos caminhantes. Cada vez que você faz a sua inscrição, fica tudo no sistema. Quando você chega na caminhada, você faz o seu check-in, que você está comparecendo à caminhada, e quando você termina, você recebe esse carimbo na carteirinha. Então, é bacana. Você pode acompanhar pelo site todo o seu progresso na caminhada”, conta o representante da equipe “Irati Caminhar”, Fábio Schwab, que foi umas pessoas que lutou para incluir o município no Circuito.
Além da primeira etapa, estão programas as etapas no dia 27 de abril, com o Circuito Pinho de Baixo; no dia 29 de junho, a Rota dos Colonizadores, em Gonçalves Junior; no dia 09 de novembro, o Trekking Festival Verão; e no dia 07 de dezembro, a etapa dos Caminhos do Pêssego. As etapas devem ter a participação de 500 pessoas.
A expectativa é que no próximo ano mais localidades estejam no calendário estadual. “Para 2026, nós pretendemos colocar no Itapará, em Guamirim. Tem mais localidades aqui que têm paisagens. Quem anda de bike sabe. Tem vários lugares. Mas, de início, foram essas que tivemos que escolher. Escolhemos as que são mais próximas e já tinha alguma coisa já sendo feita”, disse.
A iniciativa de incluir essas etapas começou em 2023, quando membros de grupos de caminhada de Irati (Acordei, Irati Caminhar e Bota Pra Andar) começaram a se mobilizar para incluir o município no calendário estadual. “Ano retrasado, nós conseguimos incluir pelo menos uma caminhada, que foi a Caminhos do Pêssego, que percorreu próximo ao Parque Aquático, algumas propriedades rurais ali. E foi bem bacana. Teve uma boa participação. Vieram mais de 700 pessoas de outras cidades, vieram prestigiar a Festa do Pêssego e aproveitaram para fazer essa caminhada também”, explica.
Fábio conta que o objetivo final das caminhadas é explorar a natureza ao redor de Irati e incentivar o turismo. A inclusão das novas datas aconteceu após conversas com a nova gestão. “Nós procuramos os órgãos responsáveis, no caso a nova gestão que assumiu esse ano. Nós procuramos o Emiliano (Gomes, novo prefeito de Irati), primeiramente, para falar sobre o assunto. E na sequência, tudo foi acontecendo. As reuniões com os novos secretários, que adoraram a ideia também, porque isso bem ou mal fomenta tudo, além do turismo rural, também o nosso comércio local. E graças a Deus, eles aceitaram. E de lá para cá, as coisas estão tomando corpo e estão funcionando”, disse.
As caminhadas do circuito estadual seguem regras especificas e exigem que se tenha uma infraestrutura para receber os participantes. “Essas regras são ditadas pelo IDR. O IDR tem uma metodologia pronta. Todas as caminhadas têm um padrão para se seguir. A questão de quilometragem, a questão de segurança, as questões de banheiro, água. Tudo isso já faz parte. Nós temos que seguir à risca todos esses quesitos. Além de incluir também o produtor rural. Não basta só fazermos a caminhada. O intuito das caminhadas é mostrar que esses agricultores produzem um tomate, um milho. Enfim, diversas situações. Fazem alguma coisa em casa caseira. Eles podem comercializar esses produtos e mostrar para todos os caminhantes que têm esses produtos disponíveis em cada localidade”, conta.
O padrão estipulado é que as caminhadas sejam de, no mínimo, 10 quilômetros e, no máximo, de 15 quilômetros. Segundo Fábio, as caminhadas serão contemplativas e as pessoas podem seguir no seu ritmo. “Eu, particularmente, já participei de 25 caminhadas esse ano que passou. São vários locais. Um local é diferente do outro. E alguns, os quilômetros são menores, tipo 10 km, alguns com 12km, alguns com 13km. Mas são todos circulares. A pessoa não precisa se preocupar que eu vou começar aqui e vou terminar em tal lugar. Não. Você vai começar e vai terminar no mesmo lugar. É tudo circular. E tudo com segurança. Com banheiro, com água. A cada 3 km, 4 km tem banheiro. A cada 3 km, 4 km tem água. A pessoa caminha tranquilo. É uma caminhada mais contemplativa do que você pegar e caminhar assim. Não tem aquele fator de tem que chegar. Vai no teu ritmo, tranquilo, bem descontraído. Alguns caminhantes tiram bastante fotos. Outros tiram fotos de passarinho. Outros de flor. Outros apreciam só o caminho. Então, são várias coisas que acontecem”, explica.
Os circuitos são montados com trilhas na natureza, passando por estradas e propriedades rurais. Normalmente, as caminhadas acontecem aos domingos, a partir das 7h30, com chegada próximo às 13h30.
As caminhadas são liberadas para todas as pessoas, a partir dos seis anos. Contudo, há percursos que podem não ser indicados para crianças por causa das dificuldades. “Cada caminhada, você tem que fazer inscrição. Dentro dessa inscrição, você vai entrar no site, é chamado EcoBooking, que vamos estar colocando nas redes sociais na sequência. Lá tem se dá ou não para levar a criança. Porque cada circuito, um é diferente do outro. Tem um grau de dificuldade que pode ou não ser permitido levar criança e animais também. No caso, tem pessoas que levam cachorrinho junto. Algumas caminhadas são permitidas, algumas não. É importante ressaltar isso de sempre dar uma lida na inscrição, antes de você efetuar, se pode ou não. Dependendo do percurso, é perigoso”, disse.
Quem nunca participou de algumas caminhadas, precisa se preparar para começar. “Geralmente, no início, tem que começar devagar. Dar uma caminhada no parque. Uns dois, três quilômetros. Uma, duas, três voltas. Tomar bastante água. Ir no médico, ver se não tem nenhum problema de saúde porque é importante. Você vai fazer uma caminhada, a pessoa passa mal, questão de pressão, pressão alta, pressão baixa. É importante primeiro consultar o médico, depois começar porque tem pessoas que estão aptas, mas, ao mesmo tempo, tem algum problema de saúde que impede. Então, não é bom forçar”, explica.
Nas caminhadas na natureza, é importante que se lembre de levar alguns objetos. “Água, geralmente, nas caminhadas da natureza tem os pontos para você fazer a reposição. Então, sempre leve uma garrafinha. Pode levar cheia, na medida que você vai bebendo a água, você passa os pontos de apoio e já preenche elas. Repelente. No verão é essencial. Tem pernilongo à beça. Um protetor solar. Chapéu. E, olha, o que eu bato em cima sempre das caminhadas: usem uma botinha, pelo amor de Deus. Caminhada na natureza, o tênis é bom, mas você vai pegar uma trilha que tem toco, tem barro. O pessoal fica: ‘Ah, vou sujar meu tênis’. Não tem o que fazer. Você vai numa trilha, você vai sujar o pé, vai molhar. Então, põe uma botinha mais tratoradinha ou um tênis mais tratorado e vai tranquilo. Porque, ocorre de chover. Você está no meio da trilha e despenca a água. Não tem o que fazer. Você vai ter que caminhar na chuva. Você vai para frente ou você volta para trás, não tem”, conta.
Outro item importante é um bastão de caminhada para dar apoio. “Se tiver, pega uma mochilinha, põe tudo isso na mochila. De repente, leva uma roupa reserva que se chover, uma capa de chuva também. Se você vê que a previsão do tempo é chuva. Uma coisa importante também, nas inscrições, quando tem previsão de chuva, o pessoal avisa, dependendo do grau que vai ser a chuva, se vai ser forte, fraco ou não, a caminhada é cancelada. Daí é prorrogado para outra data, é mudado. Mas, às vezes, ocorre e vai com chuva e tudo”, explica.
Fábio ainda alerta para outros objetos que não precisam ser levados. “Não precisa levar facão. Não precisa levar nenhum outro acessório, fora você ter um bom calçado, uma calça leve, que não seja jeans, que senão vai até acabar dando assaduras, e uma camiseta fresquinha. E tranquilo. Vai-se embora. Põe um chapéu na cabeça, um boné. Eu falo do bastão, porque o bastão ajuda bastante na questão dos joelhos, não forçar. Você pega um barranco para você subir, você consegue tracionar. Como se fosse uma tração. Daí, o calçado, que é muito mais importante, ser leve, confortável e tratorado. No mais, vai-se embora”, conta.
Para participar das etapas do circuito estadual é preciso fazer uma inscrição, que é gratuita. Ainda não há datas oficiais para a inscrição, mas estima-se que a inscrição para a primeira etapa deve abrir a partir do dia 16 de janeiro. “Ainda falta nós definirmos algumas coisas na questão de almoço e café da manhã com a comunidade e terminarmos de traçar a rota. Ela está, mais ou menos, hoje com uns 10% da rota pronta do circuito. Ainda temos muito trabalho até lá. Mas acredito que, geralmente, as inscrições abrem um mês antes. Então, acredito que até 16 de janeiro as inscrições estejam abertas. O povo pode entrar ali, fazer as inscrições”, explica.
A primeira etapa terá almoço na igreja da comunidade do Caratuva, que também promoverá o café da manhã. Os valores das refeições ainda serão divulgados. A etapa terá apoio da Prefeitura de Irati, que auxiliará com banheiros químicos, água, segurança e ambulância.