Integrantes do Sambão contam história do grupo

Alguns integrantes do grupo participarão de evento promovido pelo SENAC com parceria da Najuá em…

14 de julho de 2025 às 22h28m

Alguns integrantes do grupo participarão de evento promovido pelo SENAC com parceria da Najuá em homenagem ao Dia dos Pais, no dia 7 de agosto/Marina Bendhack, com entrevista de Jussara Harmuch, Juarez Oliveira e Rodrigo Zub

Integrantes do Sambão, Vergílio Trevisan (violão), Cícero Gomes (Xiru) (pandeiro) e Walter Trevisan (atabaque). Foto: Diego Gauron

No dia 7 de agosto, o Senac de Irati e a Rádio Najuá promoverão um workshop com tema comida de boteco em homenagem ao Dia dos Pais. O Workshop será realizado na Rádio Najuá. O evento terá participação do “Sambão”, de Irati. Os integrantes Vergílio Trevisan (violão), Cícero Gomes (Xiru) (pandeiro) e Walter Trevisan (atabaque) contaram a história do grupo, em participação no programa Meio Dia em Notícias da Super Najuá.

Vergílio relata que a história do Sambão é bem longa. “Nós continuamos a tocar samba, mas já com outro nome até porque o nome do Sambão mesmo a gente deixou de lado por algum motivo que foram morrendo os os primeiros integrantes. O sambão vai fazer 60 anos, acredito que 2026 ou 2027 deve fazer 60 anos. E tem um um dos primeiros, que foi até o irmão dele que começou, que foi o Tatá, que era jogador de futebol do Iraty Sport Club e tinha um irmão que tocava muito violão. Ele ficou uma temporada aqui em Irati e o Petchak tocava cavaquinho. Aí eles começaram a fazer o sambão no bar do Malazo”, relembra.

Depois que o irmão de Tatá saiu de Irati foram adicionados novos integrantes como Chocolate e Braulio Gomes, o mamadeira. Eles chegavam na casa do seu Bráulio, o pai dele, e diziam ‘dona Alice, dá a mamadeira que nós vamos levar o piá fazer samba’. Então, eles levavam pros botecos e ele fazia o samba. Eu falei do quibe [comida de boteco preferida] porque nós fazíamos muito samba no bar do Maluf. Teve outros, vários lugares, porque nós não ficávamos num só, nós gostávamos de prestigiar todos os os botecos da época, que tinha. Então tinha o Seu Remilho, tinha vários botecos aqui em Irati”, continua o violonista.

Na sequência, os novos integrantes do grupo foram Xiru, Biduca e Acir. O grupo viajava e até teve participações na televisão. Vergílio ressalta a diferença daquela época para os dias atuais. “A gente toca samba, a gente chama, vamos dizer assim, samba raiz, porque depois veio o pagode também, muito bom, teve muito samba muito bom. Só que pouca gente sabe, mas o samba ficou muito tempo. Naquele tempo as músicas ficavam um ano tocando, não era como hoje que faz sucesso duas, três semanas e ninguém mais lembra da música. […] No nosso tempo, antigamente, as músicas ficavam tocando na rádio porque não tinha televisão, pegava televisão mas não era assim. Então ouvia-se muito mais rádio. E as músicas ficavam um ano, até mais de um ano, às vezes, na parada do sucesso, então aquilo ficava meses e meses e tal”, relata.

Walter conta que atualmente o grupo se reúne quando são convidados para algum evento, como o Dia dos Pais, da Najuá e SENAC, ou com familiares e amigos. Sobre as apresentações do grupo, Walter relata que a última é sempre a que fica marcada. “As composições, sempre teve o tocador de violão, que é o puxador do samba, que no caso é o Vergílio, e a gente vem junto brincando, fazendo uma percussão e fazendo as coisas. Então, dizer qual foi a melhor, olha, a gente viajou bastante por aí e teve muitas reuniões assim que eu acho que cada vez que a gente consegue fazer uma apresentação, aquela para nós foi o melhor dia”, reflete o atabaqueiro.

Aos olhos de Vergílio, seu amigo Petchak era uma alma rara. Na entrevista à Najuá, Vergílio contou um causo do músico. “Quando começou o sambão, que era o Tatá, o Biduca, o Acir, o Braulinho Zarpelon e o Orlando Petchak, esse samba era muito interessante. A gente ia junto, e daí a gente pegava o violão. Eu começava a aprender as músicas, porque eu gostava de cantar. Tinha hora que eu tocava chocalho. Então era um negócio muito interessante. E a gente ia pros botecos mesmo. E o Petchak inventou uma vez, na cabeça dele, que ele gostava de fazer as pessoas cantarem. E ele queria fazer uma festa, num clube, que tivesse palco, pra pegar a pessoa que nunca tivesse cantado antes. Ele criou o Valores da Terra”, relembra Vergílio.

A participação de Xiru na banda se deve a proximidade que tinha com os integrantes, conta o pandeirista. “Eu sempre fui amigo deles, até porque o próprio Tatá jogava no Iraty e eu era mascote. Mas naquela época ainda acompanhava mais assistindo. Mas de uma altura em diante comecei a me interessar. O Biduca começou a me dar umas dicas de percussão. Mas na época em que eu entrei já tinha Orlandinho, Chocolate, Braulinho, Virgílio, o Acir no surdo. E aí já eram amigos meus mais chegados, então aí a gente começou a participar”, conta Xiru.

Walter pondera sobre a força que um bom samba pode ter. “O samba tem muitas letras. Que são histórias de vida. São coisas que as pessoas estavam passando naquele momento. Então elas transferiam isso pro papel. E levavam isso pra música. Se você pegar Toquinho e Vinícius, que fizeram sambas que até hoje a gente escuta. E se você prestar bem atenção. Tem letras de músicas que até hoje são inéditas, no sentido que elas tocam, vão fazer as pessoas cantarem. Vão fazer as pessoas se sentirem bem”, expressa.

O grupo também participou de alguns carnavais na cidade, diz Vergílio. “Eu fiz parte quando era jovem, do conjunto dos snakes, bem lá em 1972, 1973, 1974, aí eu cantava, então claro que nós tocávamos no carnaval. O pessoal do sambão, de vez em quando subia lá, o Petchak fazia uma música. Então, o samba, carnaval, é tudo, aquela coisa de marchinhas e os sambas. Tem muito samba que saía daquela época, a gente tocava, era uma beleza”, conta.

O violonista também salienta a importância do samba na vida das pessoas. “Às vezes a pessoa está meio deprimida, meio triste, lembrando da morte de alguém ou de perder alguém de um relacionamento, sempre tem uma porta aberta e a música é uma boa porta”, convida Walter. “Um povo que canta é um povo que reza”, Xiru cita a frase de Biduca.

Os instrumentos musicais do grupo são variados, assim como os integrantes do grupo, que já tiveram inúmeras participações, diz Walter. “Nós temos o atabaque, pandeiro, violão, chocalho, nós temos, às vezes, gaitinha de boca que entra, as harmônicas, o sopro, o baixo […]. Alguém pergunta, quantos vocês são? Na verdade, nós somos em quatro, mas daí tem o Tigrão [Luiz Carlos Gomes do Vale], que é o quinto, que tá entrando, assim, sempre conosco agora, aí tem a Cisa, minha prima e a Sandra”, cita.

O samba em grupo em Irati já possuiu integrantes, diversos nomes e diversas estruturas diferentes, conta Vergílio. “Nós viemos aqui pensando mais com o nome de sambão. O sambão, inclusive o seu Tobias, o Denizar, o Alaor do trompete, aqui de Rebouças. Se a gente for lembrar todos, sinceramente eu vou ficar uns 15 minutos lembrando de nome aqui com quem a gente já tocou. O Guaraná, o Denis Jurk. Outro dia, teve uma homenagem pro Petchak, alguns anos atrás lá no Samuara, nós compusemos o sambão mais ou menos da época. Ali ficou o Braulio, eu, o Xiru, o Denis e convidamos o Guaraná também, que o Guaraná também tinha tocado com o sambão. E daí nós fizemos algumas músicas da época”, conta.

O evento Comida de Boteco, promovido pelo Senac em parceria com a Rádio Najuá, ocorrerá na sede da Radio Najuá, dia 7 de agosto, com participação especial do Sambão. O evento será um workshop em homenagem ao Dia dos Pais. “Comida de boteco, é um workshop mais rápido, vão ser duas horas das 18 às 20 horas com o SENAC, o SENAC que está promovendo, na verdade. Os experts, a chefe Larise [Mazur], é que vai desenvolver o prato, vai ter harmonização com cerveja e para combinar com tudo isso, não poderia ser diferente, não poderia ser outra coisa que nem um sambinha”, convida Jussara, diretora da rádio.

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