Inscrições para Conferência Municipal de Políticas Sobre Drogas terminam nesta segunda-feira

Conferência acontece no dia 13 de dezembro na Faculdade São Vicente, em Irati/Texto de Karin…

27 de novembro de 2023 às 20h19m

Conferência acontece no dia 13 de dezembro na Faculdade São Vicente, em Irati/Texto de Karin Franco, com reportagem de Rodrigo Zub e Juarez Oliveira

Secretário do Conselho de Política Sobre Drogas, Edimar Antônio da Silva (Jhonys), que é o administrador da Comunidade Bethânia de Irati, e a vice-presidente do Conselho de Política Sobre drogas, Carla do Rocio Mosele Ragugneti (em destaque na imagem), relataram quais são os assuntos que serão discutidos na Conferência durante entrevista à Najuá. Foto: João Geraldo Mitz (Magoo)

As inscrições para a 3ª Conferência Municipal de Políticas Sobre Drogas terminam nesta segunda-feira (27). O evento acontece no dia 13 de dezembro, às 13 h, na Faculdade São Vicente, em Irati. O tema desse ano é “Construindo Caminhos para Política sobre Drogas em Irati”.

Para se inscrever no evento, é preciso que a pessoa seja vinculada a uma entidade civil, que tenha CNPJ constituído. “Os representantes da sociedade civil precisam ter uma entidade que represente, no caso comunidades de recuperação, instituições religiosas, conselhos, o Conselho da Comunidade, movimentos, associações e organizações sociais. Todo movimento, associações de moradores, representantes das faculdades e universidades particulares serão bem-vindos, representantes do AA, Al-Anon, representantes da APMF, tanto escolas estaduais, quanto escolas municipais, representantes da Ordem dos Advogados”, explica a vice-presidente do Conselho de Política Sobre Drogas, Carla do Rocio Mosele Ragugneti.

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O objetivo da conferência é discutir projetos que possam auxiliar na construção de políticas sobre drogas. O evento também será uma oportunidade de reativar o Conselho. “Vamos voltar novamente para que esse conselho esteja ativo para que possamos receber verbas oriundas para projetos para a saúde e para assistência social para poder estar trabalhando com essas pessoas, para dar suporte até mesmo à [Comunidade] Bethânia, que vem fazendo um trabalho maravilhoso dentro da cidade de Irati e que é uma coisa que os munícipes de Irati deveriam abraçar realmente essa instituição porque é uma instituição que tem sido de grande valia nessas questões”, conta Carla.

A inscrição deve ser realizada online por meio de um formulário do Google, disponibilizado neste link: https://forms.gle/eC8RTRG6tVYfUXD66. Quem se inscrever antecipadamente poderá participar da eleição de delegados. No dia, haverá inscrições, mas somente para ouvinte convidado. “Ela não vai ter o direito a ser delegado. Para votar ou para querer uma cadeira. A pessoa vai decidir se ela vai como ouvinte ou ela vai querer como delegado, vai querer pleitear a cadeira. São oito gestores na cadeira e oito da sociedade civil. Precisa ter essa paridade para que tudo que for votado esteja de acordo e que possamos estar realmente junto nessa causa”, explica.

As pessoas que se inscreverem pelo formulário terão que apontar em qual dos seis eixos de discussão irão participar durante a conferência. Um dos primeiros eixos é o de prevenção, que discutirá meios de prevenir o uso de drogas. “A prevenção é a sensibilização. Nós trazermos projetos dentro das escolas, nós fortalecermos aquelas pessoas que já atendem essas pessoas que vêm dependentes, seja do álcool, seja de drogas que são ilícitas. Nós precisamos fortalecer o AA, a Bethânia. Precisamos trazer esse respaldo. Além de trabalharmos nas escolas, fazer palestras, trazer um cuidado maior com as nossas crianças. Sabemos que tem o Proerd, sabemos que os policiais fazem um excelente trabalho, eles estão de parabéns”, disse a vice-presidente do Conselho de Política Sobre Drogas.

O segundo eixo que será discutido na Conferência é sobre estudos e pesquisas. “Nós sabemos que tem várias questões de drogas lícitas em lista surgindo, virando moda no meio da juventude. Isso é uma questão que precisa ser estudado e outros projetos para ver como que podem amenizar o retorno dessa pessoa que já está e que precisa desse atendimento. Questões de médicos, questões de atendimento psicológico. Tudo isso nós precisamos”, conta Carla.

O terceiro eixo é sobre tratamento e reinserção social. “É muito importante vermos o tratamento. Os filhos acolhidos na nossa casa, propomos um caminho para eles de 11 meses, para que eles façam esse percurso e depois nós vamos preparando para reinserção. Não é só tirar a pessoa, colocar lá e resolve o problema. É mais do que combater a droga pela droga. É você dar algo para aquele ser humano, de oportunidade. Por isso, que, às vezes, caímos no descrédito da sociedade, por exemplo, temos a pessoa que diz: ‘Por que ajudar aquela pessoa? Foi para a casa e já está ali de novo’. Nós acabamos em descrédito, mas nós temos que entender que é um processo. Por isso, que durante o tempo que fica conosco naquele tratamento é justamente para que a pessoa vá tomando consciência, afirmando melhor suas decisões, para que quando ele sair dali, a família acolha e sai encaminhado, com a proposta de emprego”, explica o secretário do Conselho de Política Sobre Drogas, Edimar Antônio da Silva (Jhonys), que também é o administrador da Comunidade Bethânia de Irati.

O quarto eixo é de redução de oferta. “Para nós minimizar o máximo possível do impacto daquilo que a droga vai causando na pessoa. Quanto mais procurar se antecipar, mais vamos fazer a redução de danos. Vai chegar um ponto que zeramos em determinados lugares. ‘Já diminuímos aqui, dentro da cidade’. Diante das pesquisas, que foi do eixo 2, foi levantado, já começou a ter uma redução diante da prevenção. É um acúmulo. Um braço ajuda o outro. Diante do complemento que tem, chegamos no final e dizemos: ‘Já teve uma redução daquilo que estava em excedente’. O número de apreensões caiu, o número de pessoal que estava dando diminuiu. Nós percebemos que a sociedade está mais leve. As pessoas estão tomando mais consciência”, conta Jhonys.

Carla afirma que são realizadas discussões sobre a infraestrutura de atendimento. “Muitas vezes, nós não temos casa para atendimento dessas pessoas. Nós não temos leito para pessoas hoje. Para você internar pessoas tem que tirar de Irati, mandar fora daqui, devido à vaga, muitas vezes precisa urgente colocar dentro do hospital. Nós também não temos essa questão. Mas se nos unirmos, podemos fazer com que estejamos junto e possamos auxiliar em projetos e ter esse recurso”, explica.

O quinto eixo é próximo do anterior, que é o de redução de danos. “É com a sensibilização, com o trabalho, porque eu sei que as pessoas dizem: ‘Ele não quer nada’. Mas a família é doente junto. Quando uma pessoa adoece, a casa fica doente também. As pessoas vão cansando, vão ficando doente junto e acabam desistindo”, conta a vice-presidente do conselho.

Neste eixo também podem ser discutidos apoios às famílias. “A família também precisa de suporte porque a família cansa, a família fica doente, a família se entristece, a família se sente derrotada, porque ninguém quer um filho dentro da drogadição. Ninguém quer um filho alcoólatra. Todo mundo quer que as pessoas estejam bem. Por isso que eu digo, de nada adianta eu internar uma pessoa, mas eu não colocar a família em tratamento. Tudo isso precisa ser trabalhado”, destaca Carla.

O sexto eixo está ligado à legislação. “A questão da legislação pertinente hoje. Qual é a nossa legislação? O que fala sobre toda essa questão? Nós sabemos que está muito em discussão a liberação ou a não liberação. Será que se liberar, a pessoa vai ter consciência, até que ponto ela pode usar, até que ponto vai ser bom para ela? Será que todo organismo aceita tanta quantidade de drogas? Ou isso ou aquilo sabe? Como que vai ser, vamos dizer, a maturidade das pessoas que vão estar fazendo uso, se for liberado como que vai ser? Tudo isso sabemos que pais, escola, a sociedade em si está preocupada. Só que não sabemos ao certo, o que vai acontecer”, disse Carla.

No momento da inscrição pelo formulário, o participante também poderá dar contribuições sobre discussões que podem ser feitas na conferência. “Ele vai ter a oportunidade de dizer, de uma contribuição. O que ele acha que precisa ser discutido. Dá a sua contribuição dele. Nós vamos compilar as suas ideias, para quando chegar na conferência, já passarmos nos grupos que teve pessoas que contribuiu dizendo o que deveria ser, como que deveria ser na questão de redução de danos, o que poderia fazer de melhor, qual projeto, essas questões”, destaca a vice-presidente do Conselho.

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