Informações úteis para compreender a pandemia da covid-19

A Deutsche Welle – DW, empresa pública de comunicação da Alemanha, apresenta um resumo dos…

11 de maio de 2020 às 14h10m

A Deutsche Welle – DW, empresa pública de comunicação da Alemanha, apresenta um resumo dos principais e mais úteis informações.

Taxa básica de reprodução

A taxa básica de reprodução indica o potencial de disseminação de um vírus. Se ela for maior do que 1, uma pessoa infectada passa a doença a pelo menos mais uma pessoa – ou seja, o vírus se propaga. Se for menor do que 1, isso significa que cada vez menos pessoas são infectadas, e o número total de contaminados diminui.

Ou seja, para restringir a propagação de um vírus, sua taxa básica de reprodução deve ser menor do que 1.

O Instituto Robert Koch, que monitora doenças infecciosas na Alemanha, calcula que a taxa básica de reprodução do Sars-Cov-2 esteja entre 2,4 e 3,3. Ou seja, cada doente infecta de dois a três outros indivíduos.

Dito de outra maneira: para ter a epidemia sob controle, é necessário impedir cerca de dois terços das infecções. Como ainda não há vacina nem proteção eficazes disponíveis, é provável que de 60% a 70% da população de um país seja infectada. Aí o número de infectados será maior do que o de não infectados, e o vírus não conseguirá mais avançar.

Incubação e contágio

O tempo de incubação é o tempo que leva da infecção até os primeiros sintomas aparecerem. No caso do novo coronavírus, o tempo de incubação vai de 5 a 6 dias, em média, mas pode abarcar de 1 a 14 dias.

No momento, parte-se do princípio que um infectado pode começar a infectar outras de 24 a 48 horas antes de manifestar os primeiros sintomas. Cientistas chineses supõem que em um quarto de todas as infecções os que contagiam ainda não apresentaram qualquer sintoma.

Depois que os sintomas aparecem, o paciente é contagiosa de 7 a 12 dias, em caso de sintomas leves, e até mais de duas semanas, nos casos mais graves. O vírus é transmitido através de gotículas de saliva ou muco, expelidos pela boca ou narinas quando o portador tosse ou espirra.

Se o vírus vem de regiões mais profundas do pulmão, ele permanece mais tempo ativo, ou seja: muco é pior do que saliva. A transmissão também pode ocorrer através de partículas virais transferidas ao apertar as mãos ou compartilhar um objeto, como por exemplo beber do mesmo copo que um portador do vírus.

Razão caso-fatalidade (CFR, na sigla em inglês)

Depende se o sistema de saúde está preparado e equipado de formas diferentes, afetando diferentes faixas etárias, pacientes com diferentes históricos de doenças e onde a convivência social é diferente.

Está fortemente influenciada pelo “recorte” no tempo considerado no seu cálculo e ao fato de que muitos contágios não são conhecidos ou não foram registrados.

Especialistas no assunto estimam que de 100 doentes, 1 ou até 2 morrem.

O número real das infecções não é conhecido, dependem do número dos que se submetem a um teste ou de quantos exames estão disponíveis num país.

O número de mortos ajuda a dar uma ideia de quantos estão de fato infectados.

Crescimento exponencial

Para um cidadão comum, é difícil entender ou visualizar um crescimento não linear. O crescimento linear é simples de entender: hoje o valor é 1, amanhã é 2, em uma semana são 7. Mas um vírus não se propaga dessa forma, pois um doente infecta duas pessoas, que também infectam duas cada uma, e estas quatro por sua vez também infectam duas cada uma, no total de oito.

Para acompanhar a propagação de um vírus, é útil observar sua velocidade de duplicação – crescimento exponencial. No caso do coronavírus, ele precisa de cada vez menos tempo para duplicar o número de infectadas. Quando essa velocidade diminui, o número de infectados cai.

O objetivo, no momento, é “aplanar a curva”, para que o número de doentes não sobrecarregue o sistema de saúde, forçando os médicos a ter que decidir quem receberia tratamento e quem não.

Os estudiosos partem da premissa de que as chances de se contaminar são maiores no ambiente de trabalho e concluíram que a CFR aumenta à medida que aumenta o número dos que trabalham e moram juntos com os pais, ou seja, quanto maior o contato entre as gerações.

Mas essa tendência não pôde ser verificada nos países asiáticos. Bayer supõe que haja a influência de outros fatores, como padrões de limpeza e formas de convívio social.

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