Em entrevista à Najuá, integrantes da diretoria do Independente comentaram sobre custos para participar da competição, formação do elenco do time principal, apoio de empresas, entre outros assuntos/Texto de Karin Franco, com entrevista realizada por Rodrigo Zub
O Independente Esporte Clube, de Rio Azul, estreia neste fim de semana no Campeonato Amador da Liga de Futebol de Guarapuava. O adversário será o Danúbio, no distrito de Entre Rios, em Guarapuava. No sábado, às 15h30, será realizado o jogo do time juvenil sub-17. Já no domingo, no mesmo horário, acontecerá a partida da equipe principal.
A nova diretoria do clube está trabalhando desde abril para conseguir patrocinadores e recursos para disputar a competição. Para participar com a equipe principal, também há exigência de inscrever um time na categoria Sub-17. O treinador Luiz Antônio Sá, de Mallet, será o responsável pelo time juvenil. Ele contará com auxílio de Jovenal Souza (Corinthians) e Junior Pavan na comissão técnica. “Nós trouxemos o treinador que já estava trabalhando com Luiz [Zuconelli, que era o presidente do Independente] no ano passado, que é o Luiz Antônio. Ele faz um trabalho na AMEC [Associação Mallet Esporte Clube], lá em Mallet. Ele gosta muito de esporte, é professor. Também buscamos em Rio Azul, o Jovenal, o Corinthiano, que todo mundo conhece. Ele já participou de algumas competições, tem uma experiência. Já levou o futebol feminino do próprio Tigres adiante, que é um time bem conhecido aqui da cidade. E passamos para eles essa parte da seleção”, conta o presidente do Independente, Elismar Corosque.
O time Sub-17 conta com jogadores de Rio Azul e também de outros municípios da região, conforme Elismar. “Nós aproveitamos o máximo de atletas que já estavam federados no ano passado. Só que estoura a idade. Passou de 17 anos, você não pode jogar mais no sub-17. Nós buscamos junto com o Luiz Antônio, num trabalho em conjunto, mais 11 jogadores. Isso é mérito do Luiz Antônio. O Luiz Antônio correu e buscou em Rio Azul, buscou em Mallet, buscou em Paulo Frontin, buscou em Irati, em Prudentópolis, para que montasse a equipe porque temos que montar uma equipe competitiva. O campeonato é bastante pesado”, disse o presidente.
A equipe principal do Independente também conta com jogadores de outros municípios da região, como Irati e São Mateus do Sul. Segundo o tesoureiro do Independente, Junior Pavan, a decisão de ter atletas de fora no elenco levou em conta a competitividade do campeonato de Guarapuava. A diretoria também conversou com o treinador Ari Andrade para saber que tipo de atleta ele pretendia contar. “Passamos pela primeira reunião nossa, o Ari perguntou que tipo de time que vocês querem? ‘Vocês querem um time para competir ou vocês querem um time para ganhar?’. Nós falamos que queremos um time para ganhar. Estamos dando toda a credibilidade e tudo o que está no nosso alcance para os três [da Comissão Técnica] irem atrás dos jogadores”, afirmou o tesoureiro.
Pavan ainda destaca que o objetivo do clube é conquistar o título inédito do Campeonato Amador da Liga de Guarapuava para conseguir a classificação para a Taça Paraná. Em 2022, o Independente foi vice-campeão perdendo o título na final contra o Ajax, de Guarapuava. “Estamos tentando e trazendo o pessoal de fora para poder compor uma equipe forte porque esse campeonato é muito forte, a visibilidade de você jogar uma Taça Paraná, é muito boa. Estamos tentando, junto com essa diretoria, com todos, estamos tentando montar uma equipe muito competitiva, para que se tudo der certo, nós queremos trazer esse título para Rio Azul”.
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Apesar de ter jogadores de fora, o Independente segue apostando nos chamados “pratas da casa”, ou seja, atletas de Rio Azul, especialmente na busca de novos talentos. “Nós estamos federando mais quatro novos de Rio Azul. Estamos trazendo para dentro do elenco novidades. É importante fazermos esse grande trabalho dentro do sub-17 também para que eles ganhem experiência, que muitos deles que jogaram o ano passado, hoje estão subindo para o time principal e, com certeza, o ano que vem vamos ter mais jogadores à disposição”, disse Elismar.
O desafio para mais investimentos está na situação financeira do clube. A estimativa é que o clube tenha um custo de R$ 20 mil para participar do campeonato se chegar até às finais. No entanto, o orçamento do clube ainda é insuficiente.
A nova diretoria começou o ano com um caixa de R$ 2.551 e com a busca de patrocínios, o valor subiu para R$ 8.294,48. Segundo o presidente, é preciso ainda mais apoio para que se consiga disputar a Liga de Futebol de Guarapuava. “Nós precisamos de dinheiro. O Independente não tem fins lucrativos, a não ser a venda de bebida que é cedido pela secretaria de Esportes. É cedido o espaço do campo e o botequim para levantarmos recurso. O Independente vive disso, mas tem o custo de arbitragem e outras coisas. O Independente vive de patrocínio. Essa é a verdade”, conta Elismar.
Para angariar recursos, o objetivo é lançar campanhas de patrocínios e venda de camisas do clube. No primeiro jogo em casa no dia 17, o clube apresentará a nova camisa, listrada e nas cores preta e branca, inspirada na camisa antiga do Independente. “Nós conseguimos três patrocinadores másters para estar na camisa e como vamos divulgar esses patrocínios na camisa, também temos essas divulgações que serão com os outros patrocinadores”, relata Pavan.
A nova camisa estará disponível a venda após o jogo do dia 17 contra o IFAD, de Guarapuava, no estádio Municipal Orestes Pallú, em Rio Azul. “Temos a ideia de estrear essa camiseta e mostrar para o nosso torcedor no jogo da abertura. Temos umas homenagens também para fazer, de jogadores que passaram pela nossa equipe. Nesse jogo, vamos fazer a apresentação dessa camisa e anunciarmos para o torcedor, para quem quiser aderir a essa camisa, vamos estar disponibilizando para poder fazer as arrecadações, para podermos nos manter nesse campeonato”, explica o tesoureiro do Independente.
Outro objetivo da diretoria do Independente é buscar novos patrocinadores. A cota por empresa está estipulada em R$ 500. Elismar afirma que a empresa que patrocinar terá divulgação nas redes sociais e em banners que serão apresentados durante os jogos. “Esse é o meio que iremos dar como uma contrapartida para o patrocinador. Mas é claro que tem aquele cidadão, aquele amigo nosso, que por muitas vezes, não quer que divulgue o nome dele. Ele pode sim contribuir com o Independente. Qual são os valores? Não tem um valor [pode contribuir com qualquer quantia]”, disse o presidente.
Uma das dificuldades para participar do campeonato é que o clube deve manter uma equipe Sub-17, aumentando os custos. “A Liga de Guarapuava, a CBF, exige também que nós tenhamos o time juvenil. Não é só o titular que você vai levar para jogar. Você tem que levar a garotada. Esse é o projeto social que fazemos, tirando aquele jovem, aquele menino que está no domingo, que pode estar lá com muita energia e acabamos levando para praticar o esporte, para tomar um refrigerante, para dar uma alimentação para ele. Tudo isso é preocupação nossa”, explica Elismar.
O presidente do Independente destaca que a diretoria é voluntária e que não há remuneração. “O Independente não tem fins lucrativos. Eu não ganho nada, o Juninho [Pavan] não ganha nada, não temos salário. Estamos aqui para disputar uma liga de amador do campeonato de Guarapuava. O que o Independente ganha é um acesso para Taça Paraná. É exatamente isso”, disse.
No caso dos jogadores que não moram em Rio Azul, a diretoria do Independente afirma que eles recebem apenas uma ajuda de custo. De acordo com o presidente, não há condições de pagar um valor mais alto aos atletas. “Não existe essa possibilidade de pagar R$ 500 por jogo. Não tem como. O clube não tem esse fundo financeiro para fazer isso. Que bom se nós conseguíssemos pagar todo mundo. Nós precisamos dar uma ajuda de custo, mas é uma ajuda de custo para o combustível, a alimentação deles. Para os jogadores daqui, se nós for jogar fora também vamos ter essa ajuda de alimentação. O transporte, a prefeitura vai ceder. Mas se tiver algum outro custo, temos que estar calçando também. Acontece isso. Não sabemos a situação financeira de cada jogador. Mas não é R$ 500, isso para deixar bem claro. É muito menos. É uma ajuda de custo para o combustível e alimentação, para eles virem jogar nos dias de jogos aqui em Rio Azul”, conta.
A nova diretoria do Independente busca trazer o torcedor mais perto do time. Por isso, entre as ações para atrair os torcedores ao estádio está o sorteio de brindes do clube nos dias de jogos.
A diretoria também tem buscado se reunir para planejar a segurança em dias de jogos para disponibilizar um ambiente seguro para torcedores e jogadores. “Trazer a família. Não só o pai, a mãe, os filhos, mas o tio, a tia, o avô, a avó para que venha prestigiar porque é um evento diferente. É um jogo, para quem gosta de futebol, nós assistimos na televisão, mas se você assistir um jogo é diferente. É um jogo mais pegado, é uma disputa mais graúda”, analisa o presidente.
A diretoria do Independente enviou um ofício à Prefeitura de Rio Azul e à Câmara Municipal solicitando melhorias no estádio Municipal Orestes Pallú, que atualmente não conta com arquibancada para os torcedores. Segundo o presidente, foram realizadas algumas melhorias, mas ainda não são suficientes. “O nosso estádio está muito carente. Não estou culpando essa gestão, são várias gestões que já vem abandonado. Isso foi deteriorando. Hoje não temos condições nos vestiários. Nós estamos participando do campeonato municipal, nós entramos com a equipe lá. Os banheiros, vaso. Não tem uma estrutura dentro do vestiário. Não tem uma estrutura para receber uma equipe de fora. Sem falar nas arquibancadas. Lógico que, rapidamente, dentro das possibilidades, tivemos uma resposta. O pessoal trocou, fez alguns bancos, fez algumas modificações. Nós agradecemos muito por isso, mas tem muito ainda a desejar”, afirma.
Elismar destaca que é preciso melhor estrutura para incentivar a participação de torcedores da região. “Nós estamos sediando um campeonato regional. Nós estamos representando uma região. Nós também estamos representando Rio Azul, mas também uma região. Não queremos trazer só o torcedor da casa, mas também que as pessoas vêm dos outros municípios assistir e para isso precisa estrutura”.