Inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho é tema de Dia D na Agência do Trabalhador de Irati

Evento teve como foco a importância da conscientização a respeito da capacidade das pessoas com…

22 de setembro de 2022 às 11h40m

Evento teve como foco a importância da conscientização a respeito da capacidade das pessoas com deficiência para o mercado de trabalho/Paulo Henrique Sava

Advogado e vice-presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Rondinelli Rodrigues participou de uma roda de conversa sobre a inclusão na manhã desta quarta-feira, 21. Foto: Paulo Henrique Sava

A Agência do Trabalhador de Irati promoveu nesta quarta-feira, 21, o Dia D de inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho. Diversas entidades dos setores público e privado participaram do evento, que teve como objetivo conscientizar as pessoas a respeito da capacidade das pessoas com deficiência para o mercado de trabalho. 
O advogado Rondinelli Rodrigues, que é vice-presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, participou de uma roda de conversa sobre o tema durante a manhã. Para ele, a dignificação dos deficientes através do trabalho é um tema de suma importância por conta das barreiras a serem enfrentadas por eles.

“Infelizmente hoje, para você entrar no mercado de trabalho, você encontra inúmeras barreiras. A partir do momento em que você consegue se inserir, está rompendo estas barreiras e mostrando que, mesmo com a deficiência, você tem capacidade de concorrer em igualdade de condições com qualquer pessoa”, comentou o advogado.

Para o gerente da Agência do Trabalhador, Marcelo de Ávila Francos, este assunto precisa ser muito debatido pela população. “Precisamos nos conscientizar, mas quando eu falo em conscientização, não falo só na questão das empresas e dos trabalhadores que se incluem no perfil da pessoa com deficiência, mas sim da sociedade como um todo, de enxergar a diferença e que todos somos diferentes. É um dia para lembrarmos e nos conscientizarmos do nosso papel ante a sociedade, destas questões que envolvem a deficiência e seu entorno”, frisou.

Rondinelli acredita que nenhuma pessoa pode ser conceituada culturalmente e profissionalmente somente por conta da deficiência que possui. “Você tem toda condição de desenvolver seu trabalho, assim como qualquer outra pessoa. A partir do momento em que a pessoa com deficiência se insere no mercado de trabalho, vai recuperando um pouco de sua dignidade, pois é uma insegurança que você carrega quando tem uma deficiência e isto acaba nos deixando temerário com nossas vidas. Inserido no mercado de trabalho e vendo que está compartilhando de sua experiência, você vai se reerguendo para a vida e segue”, frisou.

O advogado sofreu um acidente, fraturou a coluna vertebral e ficou paraplégico há 17 anos. Ele contou que, naquele momento, surgiram diversas dúvidas sobre o que aconteceria no seu futuro. Quando percebeu que era capaz de produzir, procurou se desenvolver com a ajuda de outras pessoas, como a vice-prefeita Ieda, que abriu as portas do seu escritório para o primeiro emprego do recém-formado advogado Rondinelli sem questioná-lo sobre a deficiência. “Eu fui crescendo, de modo que eu acho importantíssimo que os empregadores deem a importância ao trabalho da pessoa com deficiência para que ela possa alçar novos ares”, frisou.

Cotas – A Agência do Trabalhador oferece atualmente uma vaga para pessoa com deficiência. A maioria das empresas abre vagas nestas condições somente para cumprir cotas estabelecidas pela legislação. Por conta disso, Marcelo ressaltou que os portadores de necessidades especiais podem se candidatar às demais vagas disponíveis. “Quando nós falamos em conscientização, é justamente sobre este aspecto, tanto da pessoa com deficiência quanto do empregador que necessita atender uma cota. Por que não colocarmos pessoas com deficiência nas vagas ditas normais? Existem inúmeras espécies de deficiência, então vamos enxergar as pessoas com as suas diferenças, mas como integrantes de uma sociedade que podem estar exercendo tranquilamente sua vida laboral”, comentou.

Em seu discurso, o prefeito Jorge Derbli (PSDB) disse ser contra a existência de cotas tanto para deficientes quanto para outras classes de pessoas. Ele classificou a existência delas como uma forma de preconceito. “Quando se diz que quer ter cotas para índios trabalharem na Agência do Trabalhador, já está os colocando de uma forma preconceituosa porque eles não teriam espaço. Eu acho que não deveria existir cota”, comentou.

Além da conscientização, as empresas precisam dar condições de trabalho para as pessoas com deficiência, na opinião de Rondinelli. Cabe aos empresários adaptar os locais para dar suporte estrutural aos trabalhadores com deficiência. “Elas têm por obrigação oferecer um ambiente totalmente acessível dentro do mercado de trabalho, com tecnologias para que a pessoa possa desenvolver seu trabalho. Se a empresa não oferecer esta condição, pode ser considerada uma discriminação, e ela pode ser responsabilizada e condenada a uma indenização por dano moral coletivo”, frisou.

Fotos: Paulo Henrique Sava
Prefeito Jorge Derbli (PSDB)

Gerente da Agência do Trabalhador de Irati, Marcelo de Ávila Francos

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