Prédio onde funcionava o Consórcio de Saúde está passando por reformas e adequações para abrigar a unidade do banco de sangue/Paulo Sava
O Hemepar de Irati passará a contar em breve com novas instalações. O prédio onde antes funcionava o Consórcio Intermunicipal de Saúde (CIS/Amcespar) está sendo reformado e adaptado para abrigar a unidade.
Em entrevista, a chefe da 4ª Regional e responsável técnica pelo Hemepar, Larissa Mazepa, destacou que o processo para transferência da unidade teve início na primeira gestão de Ratinho Júnior no Governo do Paraná.
“Havia a necessidade de que o Banco de Sangue saísse daquela “garagem” que existe ali e passasse para um prédio maior. Naquele momento, ainda o CIS funcionava ao nosso lado, tendo em vista de que o prédio é pertencente à Secretaria de Estado da Saúde (SESA). Quando o Consórcio devolveu (o prédio) para o meu antecessor (Walter Henrique Trevisan, ex-diretor da 4ª Regional de Saúde), em reunião eles já decidiram que, ao invés de alugar um estabelecimento para a mudança do Hemepar, poderíamos readequar este prédio e o repassarmos ao novo Hemepar, onde gostaríamos de fazer, inclusive a parte de processamento do sangue, que hoje é feita em Curitiba”, frisou.
Já existe um protocolo em andamento para que seja feita a adequação do prédio, que poderá receber equipamentos para processar o sangue. Com isso, o Hemepar teria condições de fornecer um material de melhor qualidade para os pacientes. As adequações também irão proporcionar maior comodidade e conforto para os doadores, de acordo com Larissa. “Com isso, conseguimos fazer com que o prédio fique melhor para os doadores e, principalmente: fazendo o processamento, teremos uma qualidade de sangue melhor para os receptores, que são os pacientes que precisam de sangue e seus componentes”, comentou.
Atualmente, a UCT de Irati não possui um local adequado para o processamento do sangue. Com a ampliação, o Hemepar de Irati passaria a ser um hemobanco, ou seja, um banco de sangue propriamente dito. “Estaríamos dando um passo a mais para melhor atender a população com sangue de qualidade”, frisou.
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Reforma anterior – Antes do prédio ser devolvido à SESA, ele já havia passado por outra reforma, custeada pelo Consórcio de Saúde, pois apresentava problemas estruturais. Para abrigar o Hemepar, o local receberá salas de coleta e de espera e uma ala de processamento de sangue. Um elevador também deve ser colocado no prédio. Os recursos utilizados na obra são do Governo do Estado. “Primeiro foi feita uma reforma para a entrega do edifício, e agora tem que ser feita uma pequena reforma de adequação para que o Hemepar possa receber este edifício e o colocar em funcionamento”, pontuou.
Não há prazo definido para que a reforma do prédio fique pronta por conta da tramitação dos projetos dentro da SESA, conforme Larissa. “É um prédio da SESA e que vai servir para ela própria. Então, não existe um prazo, infelizmente. Tudo iniciou no governo anterior do Ratinho, e agora, neste mandato novo, retomamos o processo. Na semana passada, estive com o secretário de obras Adilson, que é o responsável. Agora, estamos retomando as conversações para que eles venham fazer um estudo para adequação e, tendo isto, acredito que tudo seja mais rápido”, frisou.
PSS – Nos próximos meses, a SESA deverá abrir um Processo Seletivo Simplificado (PSS) para a contratação de novos servidores, uma vez que há alguns anos não estão acontecendo concursos públicos na área da saúde e muitos profissionais estão se aposentando ou trocando de trabalho, segundo a chefe da 4ª Regional.
“Precisamos readequar não só o espaço físico, mas também o RH, o departamento pessoal. Se vai comportar mais cadeiras e o processamento vai demandar mais bioquímicos, teremos que fazer uma nova contratação de pessoal, porém só depois que o prédio estiver pronto”, afirmou Larissa.
Tempo de funcionamento – Com a inauguração da nova unidade e a contratação de mais servidores, o Hemepar de Irati terá condições de fazer coletas de sangue por 8 horas diárias. Atualmente, a unidade funciona apenas no período da tarde, das 13h às 17 horas de segunda a sexta-feira, o que totaliza uma carga horária de 20 horas semanais. Já a transfusão de sangue funciona 24 horas por dia. Este serviço precisa estar disponível, pois a qualquer momento alguém pode necessitar dele. Como existe a possibilidade de aumentar a demanda por sangue, a unidade necessita de uma ampliação.
“Precisaremos de mais pessoal, vamos coletar mais sangue, aumentar o número de coletas que hoje está muito bom para a região. Porém, temos capacidade de aumentar mais a nossa coleta e ajudar mais pessoas”, frisou Larissa
Coletas e transfusões – Atualmente, são feitas de 10 a 20 coletas de sangue por dia, o que dá uma média mensal de 200 a 230 bolsas por mês. A chefe da 4ª Regional lamenta que, no inverno, a quantidade de doadores diminua. O Hemepar faz também cerca de 150 a 200 transfusões por mês. O excedente de sangue estava sendo enviado para Curitiba, que está em déficit em relação às doações. Com a ampliação, outras cidades também recebem sangue da unidade iratiense.
“Estávamos emprestando bolsas de sangue para Curitiba, Ponta Grossa, União da Vitória e Guarapuava. Até uns 3 anos atrás, nós emprestávamos sangue de Curitiba porque a nossa captação não dava conta de conseguir doadores suficientes para os nossos hospitais. Hoje em dia, somos autossuficientes e podemos emprestar este sangue para outras regionais”, frisou.
Adesão da população – A adesão da população iratiense e da região à doação de sangue foi o principal fator para o aumento na quantidade de coletas, de acordo com a médica. “Com isso, precisamos de um novo local para que as pessoas estejam melhor acomodadas e para que possamos aumentar cada vez mais a nossa captação, não deixando decair as transfusões aqui na nossa região”, comentou.
Atendimentos – Larissa continua respondendo como responsável técnica pelo Hemepar. Já os atendimentos estão sendo prestados por um médico cedido pela Secretaria Municipal de Saúde de Irati até que seja feita a contratação de um profissional através de PSS. Com isso, os doadores e pacientes não deixaram de ser atendidos. “É um serviço pelo qual temos um carinho enorme e, em hipótese nenhuma, poderíamos deixar que os pacientes da Santa Casa de Irati e dos outros hospitais da região ficassem sem sangue. Então, corremos atrás para que essa captação não caísse”, finalizou.