Hemepar de Irati está com estoque baixo e necessita de doadores de sangue

Uso de bolsas de sangue aumentou desde o fim do ano passado. Em entrevista à…

27 de abril de 2023 às 21h49m

Uso de bolsas de sangue aumentou desde o fim do ano passado. Em entrevista à Najuá, a média responsável pela unidade, Larissa Mazepa falou quais são os requisitos para ser um doador/Texto de Karin Franco, com reportagem de Paulo Sava e Rodrigo Zub

Bolsas de sangue coletadas no Hemepar de Irati. Foto: Rodrigo Zub/Arquivo


O Hemepar de Irati está com o estoque de sangue baixo após a redução do número de doações nos últimos dias. Em entrevista à Najuá, a médica responsável pela unidade de Irati, Larissa Mazepa, explicou que o estoque baixo é comum no inverno, mas que neste ano, a diminuição foi antecipada por causa do aumento do uso do banco de sangue. “Temos mantido uma média de 200 transfusões por mês. E com isto, deveríamos ter pelo menos 200 bolsas coletadas por mês para que nós possamos ser autossuficientes. Infelizmente, por enquanto não estamos conseguindo tirar o suficiente e gostaríamos de chamar a população, convidar a toda a comunidade para que nos ajude nessa nova empreitada no inverno”, disse.

Podem realizar a doação de sangue pessoas maiores de 18 anos. Larissa relata outros critérios necessários para ser um doador. “Normalmente podem doar pessoas a partir dos 18 anos até 59 anos, para a primeira doação. A partir dos 16 anos, acompanhado dos pais ou de um responsável legal, e acima dos 59 anos, para quem já é doador pode doar até 69 anos 11 meses e 29 dias, ou seja, até um dia antes de completar os seus 70 anos. Se estiver bem de saúde, se não estiver utilizando nenhum tipo de medicamento que seja impeditivo como medicamentos anticonvulsivantes ou até mesmo de coagulantes. Esses são os impeditivos”, conta.

Quem usa medicamento pode doar, mas precisa verificar se está tomando a dose correta ou se não há uma restrição. “Os medicamentos para pressão não há impedimento para doação e tampouco aqueles medicamentos que são para ansiedade”, explica.

O uso de Roacutan também pode impedir a doação. “Ele é muito hepatotóxico e ele tem um período [de espera], assim como uma tatuagem, que é o período de seis meses”, esclarece Larissa.

Já o uso de medicamentos para diabetes impede a doação. O mesmo acontece com o uso de antibióticos. “Temos antibióticos de até sete dias no organismo. Esses antibióticos ficam metabolizando por sete dias e precisamos esperar essa metabolização do antibiótico e a eliminação dele pelo nosso organismo para que nós possamos fazer a doação de sangue e não para que o receptor não receba essa carga de antibiótico ou de antirreta viral”, conta.

A médica responsável pelo Hemepar de Irati, Larissa Mazepa, falou sobre os critérios necessários para realizar a doação de sangue. Foto: Rádio Najuá

A pessoa que irá doar também precisa pesar mais de 51 quilos. A médica conta que o peso mínimo é estabelecido porque o corpo precisa ter condições para fazer a doação de sangue. “Quando vamos fazer a aferição da hemoglobina, que é o principal para sabermos se a pessoa tem insuficiente hemoglobina para poder doar, eu não vou poder tirar uma coisa que vai fazer falta para os doadores. Uma relação entre a altura e o peso é realizada automaticamente pelo site do Hemepar e através dessa aferição, sabemos se existe possibilidade dessa pessoa poder estar suprindo a sua necessidade, mas também doando para outra pessoa que precisa e que tenha necessidade desse sangue. Por isso, que o peso é determinante”, disse.

Outro detalhe que a pessoa precisa estar atenta antes de fazer a doação de sangue é que o doador precisa estar bem alimentado. “Se a pessoa não estiver bem alimentada, a tendência é da hemoglobina baixar. Se essa hemoglobina baixa demais, não podemos tirar o sangue. A hemoglobina, muitas pessoas chegam e fala assim: ‘Eu fiz exames faz uma semana e estava tudo bem’. Deu uma semana para cá, passou por alguns exames e não comeu direito, não dormiu direito, não se alimentou direito e é claro que, infelizmente, a hemoglobina vai baixar. Por isso, que a pessoa tem que estar bem alimentada. Tem que ter tomado os seus remédios. Principalmente, as pessoas que fazem uso de anti-hipertensivos precisam estar com sua medicação em dia. Toda a rotina que você faz normalmente, você vai fazer para ir doar sangue”, explica.

Antes da doação de sangue, é indicado que o doador evite alimentos gordurosos e consuma mais água. “Precisamos aumentar a ingestão de água. Se aumentarmos a ingestão de alimentos copiosos, que chamamos a gordura e alimentos que fazem um aumento de calorias muito grande, acaba fazendo com que o sangue fique mais viscoso. Isso dificulta para que ele saia do vaso e entre na nossa bolsinha de sangue. A melhor coisa que pode ser feita é tomar bastante líquido, uma alimentação bem saudável antes da doação e, no mínimo, dois copos de água antes da doação, que são mais ou menos uns 400 ml, um pouco mais que é o que normalmente é indicado numa bolsa de sangue”, disse Larissa.

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Em relação às vacinas, podem doar sangue pessoas que fizeram algum tipo de vacina há 30 dias, em média, especialmente as virais. “A maior parte das vacinas com 30 dias e as vacinas virais, como é o caso da Covid, como é o caso da gripe, com 48 horas, no máximo, sete dias, já podem estar doando sangue”, conta a médica responsável do Hemepar de Irati.

Quem for diagnosticado com Covid precisa esperar sete dias após o término dos sintomas para realizar a doação de sangue. No dia da doação, a pessoa passará por uma avaliação para verificar se está em condições. “Quando chega até à nossa unidade, ele faz o cadastro. Do cadastro, ele passa para uma triagem clínica, aonde são feitas as perguntas sobre o estado de saúde dele, sobre o que ele utiliza todos os dias, nessa triagem clínica já é feita a triagem hematológica, onde fazemos a aferição da hemoglobina. Saindo da hemoglobina, ela vai até à sala de coleta e na sala de coleta onde é realmente retirada o sangue, em uma bolsinha, que pode variar entre 400 ml a 470 ml. O máximo das nossas bolsas são 480 ml, mas procuramos não retirar tanto sangue dos nossos doadores. Saindo da sala de doação, se tiver tudo bem com o doador, ele vai para o refeitório onde é ofertado um café, suco, chá, bolachinha, mimos que o Hemepar dá para os doadores. Com isso, se encerra a doação de sangue”, explica Larissa.

Após a doação de sangue, as pessoas precisam ter alguns cuidados, como evitar o esforço do braço em que houve a coleta de sangue. “Esse braço, de preferência, não fazer esforço físico por pelo menos 24 horas. Além disso, como foi retirado uma quantidade grande de hemoglobina, que é a proteína que transporta o oxigênio para o nosso organismo, a pessoa pode sentir de vez em quando uma tontura. O que ela deve fazer? Repouso e bastante água. Em 48 horas, o nosso organismo, que é tão perfeito, ele já se muniu novamente dessas hemoglobinas, já produziu elas novamente e, com isso, já pode ter uma vida normal, de ir para academia, de fazer corrida, de andar de bicicleta”, disse.

Depois que o sangue é coletado no Hemepar de Irati, ele segue para Curitiba, onde é processado. “Depois que a bolsinha sai da sala de coleta, ela é refrigerada, embalada e vai para o processamento. O processamento fica em Curitiba. Infelizmente, ainda não temos um processamento aqui em Irati. Espero que logo tenhamos. De Irati vai para Curitiba onde ela é separada em concentrado de hemácias, plasma, plasma fresco, congelado e é de lá, é realizado todos os testes dessa bolsa. Em 24 a 48 horas, essa bolsa já está pronta para o consumo. Ela retorna para nós e volta aqui para o banco de sangue, aonde estocamos na geladeira, nos refrigeradores que são próprios para o sangue e ele já está pronto para ser utilizado”, conta.

A doação de sangue pode levar de 15 minutos a 90 minutos dependendo de quantas pessoas estiverem doando. Quem for doador de sangue tem direito a ter uma folga no trabalho no dia da doação para poder se recuperar.

O Hemepar de Irati também firmou uma parceria com empresas que agendam um horário para que funcionários possam realizar a doação. “Essas empresas amigas agendam e vem normalmente num dia específico só para empresa ou fazemos coletas estendidas. Nós temos uma coleta estendida programada para o dia 5 de maio, que vai das 17 até às 19 h ou 20 h, que também são empresas parceiras que vêm”, disse.

A pessoa que for doar sangue também pode se cadastrar para ser doador de medula. Ao contrário da doação de sangue, a doação de medula também pode ser feita por pessoas diabéticas.

Larissa explica que o doador autorizará o uso da amostra de sangue para o cadastro. “Primeiro, coletamos uma amostra de sangue que é mandado para o instituto que se chama Redome, que é aonde existe um Cadastro Nacional de Sangue. Este Redome processa o sangue e extrai toda a sequência genética, que vai ser cruzada com o receptor. Quando as pessoas doam a medula óssea, elas estão automaticamente vendo, cruzando o DNA com o receptor. Por isso, que se torna tão caro e por isso que nós temos poucos kits por mês para chamar o pessoal para doação de medula. Se não me engano, hoje temos entre 10 kits a 20 kits por mês aqui na nossa regional. Todos aqueles que quiserem se cadastrar no Redome, que é o Cadastro Nacional da Medula Óssea, pode estar fazendo”, disse.

A doação de sangue no Hemepar de Irati precisa ser agendada no site www.saude.pr.gov.br/doacao. A doação pode ser feita nas segundas, quartas e sextas-feiras no período da tarde, das 13 às 16h, ou nas terças e quintas, no período da manhã, das 8h ao meio-dia. Já a doação de medula óssea pode ser feita em qualquer dia ou qualquer horário da semana, pois não precisa da presença de um médico.

A Unidade do Hemepar de Irati fica na rua Coronel Grácia, número 761, ao lado do colégio Duque de Caxias. Mais informações pelo telefone (42) 3422-6240 (WhatsApp).

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