Greve dos funcionários da Transiratiense entra no oitavo dia

Funcionários da Transiratiense continuam em greve por conta do atraso nos pagamentos dos salários e…

03 de fevereiro de 2025 às 16h01m

Funcionários da Transiratiense continuam em greve por conta do atraso nos pagamentos dos salários e vales alimentação de dezembro e janeiro e do 13º salário/Paulo Sava, com edição de Rodrigo Zub

A greve dos funcionários da Transiratiense entrou hoje, 03, no 8º dia. Eles reivindicam o pagamento dos salários e vales alimentação de dezembro e janeiro e do 13º salário.

Em entrevista coletiva na semana passada, o responsável pela empresa, Sérgio Ricardo Zwar, ressaltou que faria os pagamentos devidos e que os ônibus poderiam voltar a circular na manhã de hoje. Porém, os ônibus não saíram da garagem e a greve continua. Em contato com nossa reportagem nesta segunda-feira, Sérgio disse que os advogados da empresa estão trabalhando para que a situação seja resolvida o mais rápido possível.

O advogado Renato Hora, que representa a Transiratiense, afirmou que há uma expectativa de que haja uma definição sobre os pagamentos dos atrasados ainda hoje. “A empresa está buscando recursos para regularizar o débito e voltar as atividades. Nossa expectativa é que hoje tenhamos definições conclusivas”, destacou Renato.

Sindicato

A Najuá procurou o presidente do sindicato que representa motoristas e cobradores de ônibus em Ponta Grossa e região, Luiz Carlos de Oliveira, na manhã de hoje, mas ele também não respondeu às nossas mensagens.

Na entrevista coletiva de quinta-feira passada, o proprietário da Transiratiense disse que os reajustes da passagem de ônibus solicitados por ele durante o mandato dos ex-prefeitos Odilon Burgath e Jorge Derbli foram negados. A justificativa, segundo Sérgio, seria de que isso causaria prejuízo político aos ex-prefeitos. “Quem começou a “pintar este pavão” foi o Odilon, na sua gestão. Antes dele, não se falava nisto, de prejuízo político por dar um aumento de passagem. A empresa opera o sistema desde 1973. A minha família adquiriu ela em 1985, ou seja, há 40 anos, e passou pela administração de diversos prefeitos. Nenhum deles anteriormente ao Odilon falou em prejuízo político por dar um aumento de passagem, isto está sendo supervalorizado. Pela experiência que eu tenho, isto não dá um prejuízo político tão grande quanto se pensa”, comentou.

Posicionamento dos ex-prefeitos sobre a Transiratiense

Em contato com nossa reportagem, Odilon foi questionado sobre sua relação com a empresa de transporte coletivo Transiratiense durante seu mandato, entre 1º de janeiro de 2013 e 31 de dezembro de 2016.

Neste período, Odilon ressaltou que sempre tratou a empresa com muita cordialidade e que buscou recompor as perdas com a inflação no preço da passagem de ônibus. “Eu tenho que dizer que nossa relação foi de absoluta cordialidade, nós buscamos nos quatro anos fazer adequações de recomposição do que havia de perdas da inflação, com números expostos pelo sócio-proprietário da empresa, Sérgio Zwar. Ele e todos os demais empresários que sempre me procuraram eu sempre atendi de maneira acessível, escutando as suas demandas e vendo o que cabia dentro do orçamento da Prefeitura, dentro da legislação, do que nos competia. As recomposições e reajustes sempre foram com bastante equilíbrio”, frisou.

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Durante o seu mandato, Odilon já havia comentado com Sérgio sobre a necessidade da elaboração de um Plano de Mobilidade Urbana e de uma nova licitação para o transporte coletivo, que a própria empresa poderia participar. “A própria Transiratiense poderia participar do certame licitatório e outras empresas que viessem para modernizar o transporte público, com veículos mais novos, bilhetagem eletrônica, com wi-fi e ar condicionado. Poderíamos discutir em audiência pública possíveis subsídios da Prefeitura para que pudéssemos ter mais conforto e modernização e não o que estamos vivendo agora, que é lamentável”, comentou.

Sobre este assunto, Odilon disse que deixou o Plano de Mobilidade Urbana aprovado ainda em 2016, com orientações a respeito do transporte público. “Nós já sabíamos onde havia mais fluxo de pessoas, onde havia menos fluxo, como trabalhar expansão de linhas e restringir algumas. Tudo foi feito com organização para que os próximos prefeitos pudessem fazer esta licitação e trabalhar com a Prefeitura possíveis subsídios, dentro da legalidade, e que não acontecesse o que estamos vendo hoje, lamentavelmente de pessoas desassistidas”, frisou.

Nossa reportagem também procurou o ex-prefeito Jorge Derbli para saber como era a relação dele com a Transiratiense. “Nossa relação era de respeito e cordialidade, sempre buscando soluções para a situação”, destacou Derbli.

Questionado sobre os motivos de não aceitar os pedidos de reajustes de passagem, Derbli justificou que o valor cobrado seria suficiente para suprir os custos do transporte. “Porque acho que os valores já eram suficientes, pois aumentar é fácil, porém a população é quem paga. Quem ganha o salário é quem mais usa o transporte. São 22 dias ida e volta a 5,15, ou seja, um custo de R$ 226,60 ou seja 15% do salário mínimo. Quem não tem vale transporte, como faz?, questionou.

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