Governo estadual autoriza licitação para retomada do ginásio José Richa, em Irati

Paralisada desde 2013, obra terá nova licitação no dia 5 fevereiro de 2021. Serão mais…

19 de dezembro de 2020 às 14h32m

Paralisada desde 2013, obra terá nova licitação no dia 5 fevereiro de 2021. Serão mais de R$ 5 milhões de recursos para finalizar a obra, oriundos de uma operação de crédito e verbas do município

Obra do ginásio de Esportes será retomada em 2021. Foto: SECOM

A obra do Ginásio de Esportes José Richa, localizado na Avenida Perimetral João Stoklos, no centro de Irati, será finalmente retomada. Paralisada desde 2013, a obra deve entrar em licitação novamente a partir de fevereiro de 2021 e tem uma previsão de até dois anos para ficar pronta.

A retomada é resultado de um longo processo e batalhas judiciais. A obra começou em 2012, mas foi parada em 2013. Apenas em janeiro de 2017, a Prefeitura de Irati, o Governo Estadual e a empresa responsável pelos projetos (Slomp Arquitetos) realizaram a primeira reunião técnica para discutir a retomada da obra. 

“A empresa, quando parou em 2013, ela entrou com uma ação judicial requerendo a tutela dessa obra dizendo que tinha valores medidos e não pagos pela administração municipal. Durante praticamente oito anos que essa obra ficou parada, ela ficou ainda na Justiça essa questão”, explicou o secretário de Planejamento e Coordenação, João Almeida Junior, durante entrevista à Najuá.  

Somente em fevereiro de 2019, o município conseguiu desjudicializar a obra, que voltou à tutela da Prefeitura de Irati em maio do mesmo ano.  Para retomar a obra, o município enviou o projeto para análise do Serviço Social Autônomo Paranacidade, vinculado à Secretaria do Desenvolvimento Urbano e de Obras Públicas (SEDU), para que fosse homologado empréstimo e nova licitação em 2020.

No dia 11 de dezembro deste ano aconteceu a assinatura da autorização para o início dos procedimentos licitatórios para a conclusão da obra. O documento foi assinado pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior e pelo Secretário de Estado do Desenvolvimento Urbano, João Carlos Ortega, junto ao Sistema de Acompanhamento e Monitoramento de Projetos (SAM) do Paranacidade, e encaminhado para imediata publicação.

Quer receber notícias locais? 

Para o secretário de Planejamento, a retomada é resultado de um trabalho conjunto. “Foi um trabalho conjunto de várias secretarias, praticamente de toda a administração municipal, desde o Jurídico quando pegou essa obra, passando pela Secretaria de Obras e Engenharia e Arquitetura”, disse. 

Ao todo, o montante de recursos necessários para a conclusão da obra será de R$ 5.735.570,44. Os recursos são do próprio município, que colocou verba própria e o valor de uma operação de crédito feita com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano, Sedu/Paranacidade. “Se nós não tivéssemos uma saúde financeira adequada no município, se não tivéssemos todos os créditos que nós temos, a própria Câmara Municipal – e agradecendo os vereadores por terem aprovado essa operação de crédito, por unanimidade de votos, em nome do presidente Nei Cabral e dos dez vereadores – nós não teríamos feito essa operação que viabilizou chegarmos nesse momento”, explicou o secretário. 

No início das obras em 2012, o valor contratado era de R$ 7.323.156,84. A obra paralisou quando tinha pouco mais da metade de sua execução (50,83%), com valores medidos de R$ 3.722.447,69. A licitação para a obra (concorrência) acontecerá no dia 5 de fevereiro de 2021, às 9h, sob regime de empreitada por preço global, tipo menor preço, a preços fixos e sem reajuste.

João Almeida explica que a concorrência é nacional devido ao grande valor empregado na obra. Após a licitação, a ordem de serviço poderá acontecer entre 45 a 60 dias. “Após isso, nós sabemos que como o valor é grande esperamos muita concorrência, nós acreditamos que num prazo de 45 a 60 dias esteja finalizado o processo licitatório, para início das obras. Acreditamos que num prazo de 12 a 18 meses seja concluído toda essa estrutura e nós esperamos para o final de 2022 a conclusão final de toda essa obra do ginásio”, revela. 

Mesmo com a nova licitação, o processo judicial continua com a empresa que iniciou a obra. “Tem um perito judicial, nomeado pelo juiz da nossa comarca, que colocou esse perito para dizer se a empresa tem algo a receber do município, ou não tem nada, ou a empresa que está devendo ao município. Essa questão do perito ainda não foi finalizada, mas essa questão nada impede da retomada”, contou o secretário. 

Estrutura

Para retomar a obra, algumas estruturas do ginásio terão que ser refeitas. Uma delas é uma estrutura metálica que será retirada e substituída por um material mais leve.

Segundo o secretário de Arquitetura, Engenharia e Urbanismo, Adriano Batista, perícias técnicas foram inconclusivas na época, mas a observação de profissionais constatou que essa estrutura compromete a parte estrutural do ginásio. “Essas pericias técnicas eram inconclusivas na época. Apontavam algumas inconsistências do projeto e, nesse momento, nós começamos a direcionar o que fazer. Nós tentamos, primeiramente, preservar toda a parte arquitetônica, para não modificar a arquitetura original do ginásio e, com isso, nós tivemos, junto com o arquiteto original do ginásio, que é a empresa Slomp, junto com os agregados técnicos, a gente chegou em um conceito que aquela estrutura metálica que faz a sustentação da cobertura é um dos causadores de rompimento da parte estrutural”, explicou. 

Essa estrutura metálica deverá ser retirada por um guindaste, mas a arquitetura deverá continuar a mesma. “A estrutura metálica que faz a sustentação dessa cobertura, preservar ela na mesma arquitetura, ou seja, não mudar nenhuma forma construtiva, mas reduzindo em torno de 35% a 40% de seu peso para ser uma estrutura mais esbelta, mais leve, para que sustente um telhado e não possa forçar a base. E também, pontualmente, alguns reforços dessa base estão contemplados neste projeto para dar continuidade nesta para tão aguardada no município”, conta Adriano. 

O projeto deve preservar algumas características, mas também haverá modificações porque o entorno está diferente de quando o projeto foi feito, em torno de 2010. “Ao longo do tempo, temos um Centro da Juventude ao lado, houve uma cessão do terreno ao lado para o Tribunal de Justiça do Paraná e temos a estrutura da Prefeitura. Toda essa arquitetura original que compreendia o ginásio, teria uma calçada única chegando até à Prefeitura. Algumas coisas estamos preservando, principalmente a parte de estacionamento, a parte de arborização, paisagismo, que compreende o ginásio. Talvez as outras partes não consigamos como um todo, mas vamos chegar até o final da obra tentando preservar o máximo possível da arquitetura e de toda a parte paisagística, que compreende a entrada para fazer justamente o estacionamento do ginásio e talvez até fazer um estacionamento na parte de trás”, revela.

Na parte de trás do ginásio estava previsto a realização de um refeitório, que não deverá ser feito. “Esse refeitório talvez não façamos uso, por questões de Vigilância [Sanitária], talvez não seja o momento, mas numa segunda etapa, talvez possamos discutir”, disse o secretário de Arquitetura. 

A obra possui mais de 4.500 metros quadrados de área construída e a capacidade projetada é para 3 mil pessoas. No projeto, o ginásio terá quadra poliesportiva e entorno, arquibancadas, palcos interno e externo, camarins masculino e feminino, coxias, lavanderia, depósitos, vestiários masculinos e femininos, sala de lutas, de yoga, de ginástica, de diretoria, de professores, de reuniões, sanitários masculinos, femininos e para portadores de necessidades especiais (PNE), galeria de troféus, salas multifuncionais, sala de primeiros socorros, sala de árbitros, biblioteca com internet, área administrativa, pátio coberto com 234,5 metros quadrados e calçadas externas.

A altura do ginásio será a mesma que a do projeto original. Isso fará com que o ginásio esteja disponível para eventos como competições nacionais de futsal, vôlei, handebol ou basquete. “A única competição oficial que não poderia acontecer nesse ginásio seria uma competição homologada pela Federação Internacional de Vôlei. Então, uma partida de Liga Mundial de Vôlei, tanto feminino quanto masculino, mas por exemplo, um Campeonato Brasileiro de Vôlei, uma competição de basquete, de futsal, de qualquer outra competição a nível nacional, ela poderia acontecer. A única que não pode é a da Federação Internacional para competição oficial, nada impede de uma partida de exibição entre dois países, por exemplo, nesse ginásio”, explica o secretário de Planejamento. 

Texto de Karin Franco, com reportagem de Paulo Sava

Obra do ginásio de Esportes está paralisada desde 2012. Foto: SECOM

Este site usa cookies para proporcionar a você a melhor experiência possível. Esses cookies são utilizados para análise e aprimoramento contínuo. Clique em "Entendi e aceito" se concorda com nossos termos.