Gomyde comenta sobre propostas para a área logística, educação, agricultura, entre outros setores

Candidato ao governo estadual falou sobre propostas que pretende implantar durante entrevista à rede AERP…

27 de setembro de 2022 às 18h38m

Candidato ao governo estadual falou sobre propostas que pretende implantar durante entrevista à rede AERP de Notícias/ Texto de Karin Franco, com reportagem de Juliana Sartori/AERP

Ricardo Gomyde já exerceu cargos de vereador em Curitiba e deputado federal. Além disso foi presidente da Paraná Esporte e Assessor do Ministério do Esporte no governo da ex-presidente Dilma. Foto: AERP

O advogado Ricardo Gomyde (PDT) é um dos candidatos ao Governo do Paraná neste ano. Em entrevista à Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná (AERP), ele comentou sobre suas propostas para uma possível gestão no Executivo estadual.

Gomyde destacou que se considera um fator novo dentro da disputa estadual que atualmente está polarizada entre o atual governador Ratinho Junior (PSD) e o ex-governador Roberto Requião (PT). “É também um fator novo porque ela veio alicerçada em um amplo debate que houve por dois anos em todos os cantos do Paraná, com movimento social, com o setor produtivo, com as nossas universidades, com a nossa sociedade de maneira geral, para compor um plano de governo que nós damos o nome de Projeto Paraná. Ele é um plano de governo que foi feito a inúmeras mãos, foi trabalhado ao longo do tempo e é verbalizado pela minha candidatura”, disse. 

O candidato também comentou sobre a atual proposta para os pedágios no Paraná. Segundo ele, a proposta atual é ruim para o estado. “O atual governador teve a oportunidade de refazê-lo. Veio uma proposta muito ruim do governo federal que, na prática, aumentava o valor do pedágio por conta do degrau tarifário, das 15 novas praças de pedágio que iriam se instalar. Houve uma reação unânime de todo o Paraná, setor produtivo, nossa Assembleia Legislativa e o governador nada fez. Não discutiu a questão, não fez uma contraproposta para o Governo Federal, varreu a discussão para debaixo do tapete. Hoje ela está escondida no TCU [Tribunal de Contas da União] e na ANTT [Agência Nacional de Transportes Terrestres] para licitar novamente só em março de 2023, já longe dos holofotes da eleição”, afirma. 

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Gomyde comenta que o principal problema da proposta antiga eram as obras, o que encarecia o pedágio. “Ele tinha não só a manutenção e a conservação das nossas rodovias, mas tinha também as melhorias. E o paranaense pagou caro numa tarifa completamente diferente do que se paga por aí afora, justamente para que houvesse as melhorias. Acontece que essas concessionárias de pedágio, elas são muito insinuantes, tem muito trânsito no mundo político do Paraná e, ao longo do tempo, o paranaense pagou a tarifa e eles não fizeram as melhorias. Tiravam dos contratos as melhorias que estavam contratadas para que fossem feitas, por conta de detalhes nos reajustes que aconteciam ao longo do tempo. Pagamos muito caro, foram pagas as melhorias e as melhorias não aconteceram”, disse. 

A proposta do candidato é fazer um pedágio de manutenção, para se ter uma tarifa abaixo de R$ 5. “Para o novo contrato, o que eu quero fazer é só manutenção e conservação porquê dessa forma conseguimos fazer, por exemplo, o que ocorre no pedágio federal de Santa Catarina, no pedágio federal de São Paulo, onde o pedágio custa menos que R$ 5. Eu estudei esse assunto, fui conversar com o professor Fábio Scatolin que é do núcleo da nossa Universidade Federal do Paraná que discute o pedágio. Fui falar na Assembleia Legislativa com os deputados que conhecem a fundo essa questão, por exemplo, o deputado [Luiz Cláudio] Romanelli. Fui falar com o César Silvestre, ex-prefeito de Guarapuava, que era candidato ao governo, que infelizmente tiraram, que estudou esse assunto também, ele propunha o Free Flow que é como se fosse um Sem Parar, onde a pessoa pagaria pelo quilômetro rodado – eu acho que não. Estudei isso tudo e acho que o melhor é fazer o que Santa Catarina e São Paulo fazem, colocar só a manutenção e a conservação. A melhoria não adianta a gente pôr porque se colocarmos, vamos pagar e as empresas não vão fazer. Basta aprender o que aconteceu no contrato passado”, explica. 

Na área de educação, o candidato do PDT disse que irá procurar diminuir a evasão escolar, provocada durante a pandemia. “A taxa de evasão escolar cresceu muito, com a pandemia nem se fale, e é preciso e necessário que seguremos o nosso aluno nas escolas. Primeiro, nós vamos ampliar oferta de vagas do ensino integral. É uma marca do PDT, desde do [Leonel] Brizola com Cieps, o Darcy Ribeiro, que foi o relator da Lei de Diretrizes de Base da Educação Nacional”, conta.

Gomyde ainda destacou que é preciso valorizar o professor. “Nós temos que valorizar os nossos professores, diferentemente do que se faz hoje, que é muita terceirização, é muita coisa fora do estamento burocrático concursado. E isso nós não vamos fazer. Só PSS. Não, é ao contrário, é dar força, fazer concurso e valorizar os nossos professores”, disse. 

O candidato também disse ter um trabalho de valorização com as universidades estaduais. “Nós vamos valorizar as nossas universidades que estão hoje aviltadas com a Lei Geral das Universidades que fere, de plano, a autonomia universitária e parametriza as nossas universidades como se elas fossem uma coisa só. As novas que, evidentemente, tem algumas demandas e as anteriores, como a UEM, a UEL, a UEPG, que já tem uma outra condição. Essa Lei Geral da Universidade foi uma coisa mal feita, uma coisa que não chamou as universidades para discutir”, conta. 

Para realizar alguns projetos, o candidato explica que irá rever gastos do Estado. “Eu estudei o orçamento do Estado e há vários gastos que se faz, que não deveriam se fazer, e há fontes que poderiam estar a serviço de projetos sociais à disposição da nossa população. Eu tenho vários. Os investimentos necessários não só na educação, mas também na descentralização da saúde e na atração de mais médicos. Por exemplo, publicidade. Tem a publicidade institucional, que eu acho que é um direito do cidadão, aliás, tenho certeza, mas também tem publicidade laudatória, publicidade do governante, publicidade do governo e não publicidade institucional. Foram mais de R$ 160 milhões já no ano que passou. Portanto, dali você retira recursos necessários para fazer esse investimento”, explica. 

Gomyde ainda explica que também há outros espaços no orçamento estadual que podem ser revistos. “Fundamentalmente eu vi que nós temos R$ 17 bilhões no ano de 2022 de renúncia fiscal, de benefício fiscal para empresas. Evidentemente que deve ter coisa boa ali, nós temos que passar o pente fino, separar o joio do trigo e o que for ali um benefício para pequena empresa, para geração de empregos, evidentemente, que isso fica mantido. Mas deve ter muita gordura, não há transparência”, conta. 

Uma das propostas do candidato é fazer com que as empresas de fora paguem o salário mínimo regional. “Nós temos um bom salário mínimo regional, da ordem de mais de R$ 1.800. Só que diversas empresas não estão atreladas a esse salário mínimo. Eu vou fazer com que os benefícios fiscais, os legítimos, não esses todos que forem contratados por empresas que vierem para o Paraná para acessar esse benefício, eles nesse contrato terão que aderir também ao nosso salário mínimo regional, porque assim vamos gerar mais emprego, mais renda e vai proteger o nosso trabalhador”, disse. 

Na área de segurança, o candidato disse que pretende trazer a experiência de quando foi assessor no Ministério do Esporte, no governo de Dilma Rousseff, e gestor da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016. O candidato destacou que durante esse período pode verificar experiências que podem ser levadas para a segurança pública no estado, como o uso de tecnologias. “Com equipamento e tecnologia, você consegue não só impedir que o crime aconteça, mas depois solucionar com mais rapidez, aonde quer que ele tenha acontecido. O caso de Guarapuava é típico. Hoje, nós temos câmeras espalhadas pelo país todo. Você tem como fazer uma gestão disso. Onde houve um assalto a um banco lá no interior de São Paulo, você sabe quais carros que passaram por ali, depois você vê novamente um roubo a banco lá no interior do Ceará, rapidamente você sabe quais carros. Há alguma coincidência? Imediatamente vai ser investigado. A gestão de segurança passa por tecnologia, ela passa por equipamento, mas ela passa também pela valorização dos nossos policiais e isso é fundamental”, conta. 

O candidato ao governo estadual destacou que pretende trabalhar na valorização dos policiais, inclusive sobre os casos de saúde mental. “Não há como prover uma política de segurança pública adequada, com a desvalorização completa que se faz dos nossos policiais como hoje. Seis anos sem reposição, o nosso quadro de policiais, tanto civis, quanto militares, diminuiu muito. A Polícia Civil, os concursados clamando para poder adentrar na corporação e são chamados a conta gotas. Na Polícia Militar, os casos de stress são inúmeros porque não há assistência psicológica. Não há plano de saúde. Não há plano de saúde geral para os nossos policiais, eles têm que contratar na rede privada, pagando do seu salário. Isso faz com que haja uma perda de qualidade de vida de todas as nossas polícias, dos nossos policiais, eles estão morando longe, na periferia, próximo do traficante, tendo que secar a farda atrás da geladeira para não a colocar no varal e assim ficarem expostos”, conta. 

Gomyde disse que pretende implantar um projeto de renda mínima no estado. “Nós vamos complementar as bolsas do Governo Federal com um projeto que eu tenho apresentado que se chama Paraná Dignidade. Ele vai dar renda imediata para o nosso trabalhador, para o nosso desempregado, para a nossa população, de maneira geral. Será temporário, evidentemente, porque essa situação, nós imaginamos que com o desenvolvimento da economia, consigamos superar. Mas não é só que vai dar o dinheiro. Vai dar o dinheiro junto com a qualificação profissional e a recolocação no mercado de trabalho. Vai ser temporário exatamente por isso”, disse. 

Na agricultura, o candidato disse que deve usar sua experiência no auxílio da elaboração do Código Florestal para valorizar o pequeno agricultor e a agricultura sustentável. “Vamos ajudar, como se fazia no passado, com os nossos institutos, fazendo pesquisa para desenvolver a nossa agricultura. Teremos parceria fechada com a nossa produção, defender o meio ambiente, coisa que quem acha que é incompatível, não entende da economia do Paraná. Dá para fazer como nós fizemos no Código Florestal”, conta. 

Na saúde, Gomyde explicou que pretende implantar o programa Mais Médicos Paraná, para fazer parcerias com faculdades de medicina e atrair mais profissionais ao estado. Ele também destacou que deve fazer parceria com os consórcios regionais de saúde para descentralizar a saúde no estado. Para o candidato, o desafio da construção de novos hospitais depende do planejamento para manter a estrutura funcionando. “Porque o mais barato do hospital é construir. O mais caro é manter”, salienta. 

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