Gerente da Sanepar pede que população registre faltas de água junto à estatal

Danilo Raffo participou da sessão da Câmara na última terça-feira, 16, e foi questionado por…

18 de abril de 2024 às 21h49m

Danilo Raffo participou da sessão da Câmara na última terça-feira, 16, e foi questionado por vereadores e moradores a respeito das constantes faltas de água no município/Paulo Sava

Danilo José Raffo, gerente regional da Sanepar em Ponta Grossa, justificou os motivos das faltas de água constantes em Irati durante sessão da Câmara na última terça-feira, 16. Foto: Reprodução YouTube

As constantes faltas de água em Irati levaram os vereadores a solicitarem a presença do gerente geral da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) da região de Ponta Grossa, Danilo José Raffo, para prestar esclarecimentos na sessão da última terça-feira, 16.

Ao ser questionado pela vereadora Teresinha Miranda Veres (PL) sobre os cortes constantes no abastecimento, Danilo pediu que a população registre a falta de água através do telefone 0800-200-0115 ou pelo WhatsApp da Sanepar (41) 99544-0115. Os registros também podem ser feitos pelo aplicativo para celular Sanepar Mobile.

Vereadora Teresinha Miranda Veres (PL). Foto: Reprodução YouTube.

“O que pedimos é que, para cada reclamação, seja feito um protocolo de solicitação pelo sistema 0800, ou no WhatsApp da Sanepar. Gerando este histórico, conseguimos fazer uma análise mais refinada dos locais. Temos um sistema chamado SisWeb, então conseguimos fazer o mapeamento das faltas de água e fazer um direcionamento do volume de água para estes setores”, comentou.

Justificativa – O gerente justificou que a rede de distribuição de água enfrentou frequentes quedas de energia e tempestades nos últimos meses, o que afetou a produção de água tratada no município.
“Quando há queda de energia, acontecem dois problemas no sistema. Primeiro, falta produção, então o impacto é sentido durante algumas horas no sistema porque, até a concessionária de energia retomar o fornecimento e o sistema voltar a produzir e distribuir lá na ponta, o sistema tem uma capilaridade lenta e talvez a percepção seja maior para o cliente lá da ponta”, frisou.

Mesmo com um sistema de monitoramento das pressões das redes sendo utilizado pela empresa, a percepção da falta de água depende somente do cliente, segundo o gerente da Sanepar. “A percepção do cliente só vai depender dele mesmo. Quando o senhor recebe a reclamação, nós não temos como saber exatamente que aquele cliente teve duas ou três faltas d’água sem que ele faça o registro. Nós podemos saber, através do nosso sistema de controle, se uma determinada área está deficiente ou não, mas para este detalhamento do cliente, ainda dependemos do retorno dele”, pontuou.

Medidas – Danilo contou quais medidas estão sendo adotadas para melhorar o abastecimento de água em Irati. “Fizemos a limpeza do Poço 3 (na entrada para o Florestal Iapar, entre Irati e Imbituva), aumentando a vazão, então você para de depender de um só sistema e passa a ter mais sistemas com vazões maiores. A tendência é de você reduza a percepção de falta de água. Estamos fazendo a instalação de um inversor na captação (no Rio Imbituvão), que tira o ruído da parte elétrica do sistema e melhora, pois você consegue fazer um controle melhor da vazão de retomada. Estamos também fazendo um sistema constante de operação da distribuição. Quando acontece alguma falha, hoje temos um sistema de manobra cadastrado, onde conseguimos fazer uma distribuição mais adequada do sistema. A tendência é de que hoje estejamos mais preparados para estas situações. Para interrupções muito longas, dependemos da concessionária de energia para restabelecimento da capacidade de produção”, frisou.

Vereador Jorge Zen (MDB). Foto: Reprodução YouTube

Polêmica – Para o vereador Jorge Zen (MDB), a falta de água em Irati é uma questão polêmica e causa indignação na população. “Eu passei um apuro desse com um eleitor, que disse que nós não fazemos nada. Mas o que nós podemos interferir na Sanepar, se nem o escritório é em Irati, a central fica em Ponta Grossa. Há uma possibilidade de vir para cá? Esta foi uma luta grande e ninguém conseguiu”, comentou.

Falta de comunicação – Zen também reclamou da falta de comunicação da empresa sobre as faltas de água. Danilo explicou que a Sanepar utiliza seus canais para comunicar as manutenções e as interrupções no abastecimento, através do site e de sua Assessoria de Imprensa. Na Rádio Najuá, os comunicados são divulgados nos noticiários, no portal e nas redes sociais da emissora.

“Toda vez que tem uma interrupção no sistema, seja ele decorrente de queda de energia ou manutenção preventiva, a Sanepar faz o comunicado através dos canais, principalmente do site e da Comunicação Social. O que eu posso fazer é me comprometer a conversar com a Comunicação Social e ver qual as ferramentas utilizadas aqui em Irati e repassar para os senhores. Assim, conseguiremos aprimorar este canal de comunicação com as mídias aqui de Irati”, frisou.

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Vereadora Vera Maria Gabardo (MDB). Foto: Reprodução YouTube

Caixa d’água boa – Questionado pela vereadora Vera Maria Gabardo (MDB) sobre o programa Caixa d’água Boa, do Governo do Paraná, que dá uma caixa d’água e um kit de instalação para famílias em situação de vulnerabilidade, Danilo explicou que o levantamento destas famílias precisa ser feito pelos CRAS. Além disso, elas precisam estar inscritas na Tarifa Social da água.

“Feito este levantamento, a Sanepar faz um estudo de viabilidade e, se for possível a instalação das caixas, a Sanepar faz um acordo com estes moradores, mas depende deste levantamento do CRAS”, comentou.

Ligações em Irati – Irati tem 21452 ligações de água e 19191 de esgoto. Destas, 2376 estão inclusas na tarifa social da Sanepar. A capacidade do sistema de produção de água tratada de Irati é de mais de 10 milhões de litros por dia. Em média, cada imóvel recebe 504 litros de água diariamente. Já a coleta de esgoto tem uma capacidade de tratamento de 120 litros por segundo.

Vereador Alcides Cezar Pinto (Batatinha) (União Brasil). Foto: Reprodução YouTube

Segundo Danilo, não houve interrupções superiores a 24 horas no abastecimento de água em Irati. Porém, o vereador Alcides Cezar Pinto (Batatinha) (União Brasil) apontou questionamento de moradores do Conjunto Joaquim Zarpellon, que sofrem com faltas de água frequentes há 10 anos, especialmente nos finais de semana.

“Praticamente quase todos os finais de semana falta água. Você (Danilo) comentou que falta chegar esta informação até vocês, por protocolo, reclamação ou ouvidoria. Lá tem mais de 300 ou 400 famílias que sofrem com a falta de água. Eles levantaram alguns questionamentos de que, principalmente nos finais de semana, os funcionários da Sanepar estão mexendo na bomba. A impressão que dá é que ela sempre apresenta problema e não atende a necessidade do bairro. Na verdade, não atende, porque se não teria água”, frisou.

Investimentos – Além disso, o Conjunto Joaquim Zarpellon chegou a ficar até 72 horas sem água em algumas ocasiões. Por conta deste tipo de problema, a Sanepar irá investir cerca de R$ 40 milhões na ampliação do sistema de abastecimento de água nos próximos anos. Danilo detalhou quais obras serão feitas em 2024, o que inclui a ampliação da Estação de Tratamento de Água (ETA) de Irati, localizada no bairro Alto da Glória.

“Em 2024, estamos fazendo o projeto básico de engenharia que prevê a ampliação da captação no Rio Imbituvão, a nova linha de recalque e a ampliação da ETA para 150 litros por segundo. Estamos fazendo a instalação de um reforço de rede que vai atender o Loteamento Lago Real e bairros próximos, em um investimento de R$ 2,2 milhões. Ainda neste ano, prevemos a melhoria do nosso escritório central, onde fica o reservatório elevado, no centro, junto com o atendimento”, comentou.

Ainda neste ano, deve ser feita a ampliação da Estação de Tratamento de Esgoto do Riozinho, que atualmente trata 10 litros de esgoto por segundo. Para os próximos anos, estão previstas obras no Guamirim, Itapará e a obra elétrica da captação. Também deve ser construída uma nova adutora e a capacidade da estação de tratamento deve ser ampliada para uma vazão de 540m³. Já a obra da Estação de Tratamento de Lodo (ETL) e melhorias nas estações elevatórias dos bairros Canisianas, Fragatas e Riozinho e no Rio das Antas estão previstas para 2029.

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