Servidores do setor de obras e conservação das rodovias paralisaram atividades nesta segunda-feira, 24. Eles reivindicam reajuste salarial, pagamento integral de vale refeição, entre outras reivindicações/Paulo Sava

Funcionários do setor de pavimentação, obras e conservação de rodovias da empresa Via Araucária entraram em greve na manhã desta segunda-feira, 24. Eles reivindicam reajuste salarial e pagamento integral de vale-refeição, entre outras reivindicações.
Em entrevista coletiva, o funcionário Paulo Schnaider contou que os próprios funcionários chamaram o Sindicato dos Trabalhadores do setor de Pavimentação (SINTRAPAV) para participar das negociações. Eles reivindicam melhorias também em outras situações, como café da manhã, lanche da tarde e kit criança, por exemplo.

“Este é o motivo da paralisação, pois o sindicato da concessionária tem menos benefícios. Para nós, a paralisação é dos funcionários da pavimentação e conservação de rodovias. Isto não teve incentivo de ninguém, fomos nós mesmos. Desde junho e julho do ano passado, os gestores falam para os líderes segurarem os funcionários que amanhã ou depois, ou daqui a três meses o salário vai subir, mas nunca sobe. Por isto, estamos reivindicando. Por último, chegou uma carta de um tal de Sindecrep-PR (Sindicato dos Empregados nas Empresas no Ramo de Rodovias e Estradas em Geral do Paraná, com sede em Ponta Grossa) que nenhum dos funcionários reconhece. Eles falaram que iriam fazer vários descontos referentes ao salário dos funcionários”, frisou.
A greve está acontecendo em Irati e Campo Largo, onde estão as sedes da empresa. Paulo reclamou dos descontos feitos nos vales alimentação dos trabalhadores. “A gente recebe um ticket alimentação que a empresa impôs lá no início do contrato, de R$ 612. Só que, eu não sei por qual motivo, dos R$ 612, eles descontam R$ 30 em folha de pagamento, referente ao ticket alimentação. Então, já não é R$ 612, mas sim R$ 582. Como é que um pai de família, recebendo um salário-base de R$ 1.518, vai pagar um aluguel, água, luz, telefone? Não vai sobreviver”, comentou.
Proposta do Sindicato
A proposta do Sintrapav-PR prevê o pagamento de um salário diferenciado, fornecimento de café da manhã e lanche da tarde, cesta básica, almoço e hora extra diferenciada em 50%, 80% e 110%, além de participação nos lucros e resultados, seguro de vida e adicional por tempo de serviço em caso de demissão.

O diretor do Sintrapav, Jocimar Correia Lopes, ressaltou que o serviço de pavimentação e conservação de rodovias não deveria ser realizado pela empresa Via Araucária, mas sim por uma empresa terceirizada contratada especialmente para essa finalidade. “A CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) da empresa, está escrito que não pode mexer com manutenção da estrada, tapa-buraco, que é o que eles fazem. A empresa veio, trouxe um sindicato, que não conheço, e colocou as normas deles. É a norma do Sindicrep-PR que está agindo dentro da empresa”, comentou.
Jocimar confirmou o que o funcionário Paulo já havia dito, que a média salarial paga aos servidores grevistas é de R$ 1.518, o valor do salário mínimo pago no Brasil. O sindicato exige que o valor pago aos trabalhadores seja de R$ 2.068. A diretoria do Sintrapav iria acionar a Via Araucária na Justiça, porém os trabalhadores se anteciparam e decidiram entrar em greve nesta segunda-feira.
“Nós iríamos entrar na Justiça e esperar o juiz decidir, mas os trabalhadores, por opção deles, fizeram a paralisação e um documento acionando o Sintrapav para assumir a greve. A partir de agora, assumimos a greve, já entramos em contato com a empresa tentando explicar como é que funciona e todo o trâmite que precisa fazer. Num primeiro momento, a empresa não quis conversar, mas estamos chamando ela amanhã (terça-feira, 25), às 11 horas da manhã, no Ministério do Trabalho, para termos uma mesa redonda e tentarmos resolver a situação”, comentou.
O diretor do Sintrapav-PR espera que a mobilização traga bons resultados para os trabalhadores. “Esperamos que corra tudo bem. A greve tem início, agora o fim, só Deus sabe”, finalizou.
Nós procuramos a Assessoria de Comunicação da concessionária, mas até o fechamento desta reportagem ainda não havíamos conseguido retorno sobre o posicionamento da diretoria em relação à greve.