Exposição “Além do Visível”, do fotógrafo Rodolfo Aziliero Duda, está na Casa da Cultura até o dia 15 de agosto/Paulo Sava

Resumo – Exposição retrata as sutilezas do cotidiano que passam despercebidas no dia a dia das pessoas;
- Aproximadamente 100 Fotos estão em exposição no local
- Fotógrafo contou à nossa reportagem como foi o processo de produção da exposição.
Formado em artes cênicas pela Uninter e com um olhar sensível e criativo, o fotógrafo Rodolfo Aziliero Duda convida o público a explorar as sutilezas do cotidiano que muitas vezes passam despercebidas em sua exposição “Além do Visível”, que está na Casa da Cultura de Irati até o dia 15 de agosto. A mostra reúne imagens que vão além da técnica fotográfica, revelando sentimentos, texturas e histórias ocultas sob a superfície das coisas.
Aproximadamente 100 fotos produzidas por Rodolfo estão em exposição na Casa da Cultura. Além disso, diversas máquinas fotográficas também estão expostas no local. A Casa da Cultura fica aberta de segunda a sexta-feira, no horário das 08h às 12h e das 13h às 17 horas.
Em entrevista à Najuá, o artista fala sobre o processo criativo e as inspirações por trás das imagens. Ele conta que começou a gostar de fotografia por acaso. “Foi mais uma brincadeira mesmo, daí eu fiz o primeiro curso no Senac, com o professor Estêvão. Ele deu aula lá e eu fui vendo como fazia com as configurações da câmera, fui aprendendo sobre as lentes. Quando eu peguei mesmo a câmera, foi quando eu abri o armário de casa, daí nunca mais parei”, frisou.
Rodolfo conta que o primeiro registro fotográfico que fez foi numa das noites em que a super lua vermelha apareceu no céu de Irati. “Eu me lembro que era uma noite que ia ter a super lua vermelha. Nós fomos nas torres de comunicação, inclusive ela não está aqui, mas ficou feia porque foi a primeira, nem tinha o zoom ainda”, contou.

Escolha das fotos
A fotógrafa Patrícia de Paula e o jornalista e funcionário da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, Leonardo Schenato Barroso, ajudaram Rodolfo a organizar a exposição, que recebeu recursos da Lei Aldir Blanc. Patrícia contou como funcionou todo o processo para organizar a exposição. “Este foi um desafio muito interessante porque tivemos que visitar o Rodolfo, conhecer ele, juntar todas as milhares de fotos que ele tem e, particularmente, escolhemos as 100 melhores. Então, tudo o que você vai ver são só fotos bonitas. Este processo incluiu bastante produtores culturais e fazedores de cultura, porque tem desde a pessoa que imprimiu, que fez as molduras, tem toda a estrutura de montagem. Então, é uma exposição que, particularmente, tem bastante envolvimento cultural de todo mundo e muitas mãos”, comentou.
Com a ajuda de Patrícia e Leonardo, Rodolfo reuniu os arquivos e selecionou as fotos para a exposição. “Eu reuni todos os arquivos, gravei em pen-drive e mandei para a Patrícia, e foram feitas assim as escolhas”, pontuou.
Fotografia do trem
Rodolfo mostra, através de suas imagens, aspectos da cidade que a maioria das pessoas não percebe no dia a dia, como um pássaro no alto de um poste ou um trem passando pelo centro da cidade. Ele conta como surgiu a inspiração para produzir a foto do trem, nas proximidades da estação ferroviária. “Eu fui visitar minha tia Eliane, daí estava voltando e eu sempre levo as câmeras na bagagem. Era um sábado, eu me lembro como se fosse hoje, o trem estava vindo e eu estava bem pertinho do trilho, não podia perder a oportunidade. Peguei a câmera e fiquei esperando o trem vindo. Quando ele estava mais ou menos perto e vi que tinha um ângulo bom, eu bati a foto três vezes, uma ficou um pouco para lá, outra para cá, e a última deu certo”, comentou.
Acervo do município
Assim como um quadro com a foto da fachada da Casa da Cultura, a fotografia do trem vai fazer parte do patrimônio da Prefeitura. Ambas fazem parte de uma contrapartida ao projeto que foi custeado pelo Governo Federal, através da Lei Aldir Blanc. Rodolfo recebeu aproximadamente R$ 25 mil para a exposição. Patrícia avalia que a foto é bem impactante e espera que ela fique exposta no gabinete do prefeito Emiliano Gomes.
“É a nossa segunda contrapartida, ela vai ficar no patrimônio da prefeitura, espero que fique na sala do prefeito. É uma fotografia bem impactante e legal, é o trem vindo de frente, uma foto em preto e branco. Você olha e representa muito de Irati, e eu espero que o prefeito a use em sua sala”, comentou.
Rodolfo também fotografou outros locais, como a ponte e o trenzinho do Parque Aquático, a nova cruz no alto da torre da Paróquia São Miguel, a fachada da Paróquia Nossa Senhora da Luz, imagens de Irati registradas do alto do Morro da Santa, e também de aspectos da natureza, como animais e plantas.
Resultados
O jornalista e funcionário da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, Leonardo Schenato Barroso, destacou que a aplicação de recursos destinados pela Lei Aldir Blanc para Irati tem dado bons resultados para a arte do município. “Ficamos orgulhosos dos resultados e da execução da Política Nacional Aldir Blanc aqui, porque permitimos que o recurso que veio do Governo Federal chegasse em quem merece e em quem precisa. O Rodolfo merece, essas fotografias contam uma história, demonstram o talento que ele tem e o quanto ele merecia fazer esta exposição. Ele precisava porque há muito tempo ele queria fazer esta exposição e não tinha tido oportunidade. Então, este recurso chegou nele, que conseguiu executar isto e está mostrando isto para o público todo o talento que tem, melhorando a vida das pessoas. Tenho relatos de pessoas que saíram daqui com uma outra cara, vivendo uma tarde muito diferente do que quando tinham chegado aqui. Isto tem um significado que vai muito além do recurso executado, mas sim o quanto a arte tem o poder de transformar a vida do Rodolfo, da Patrícia, do público e também a nossa Casa da Cultura num lugar que cada vez mais possa ter este perfil do Rodolfo, de uma pessoa maravilhosa e que nos faça sentir bem o tempo todo”, comentou.

Exposição de máquinas fotográficas
Quem for até a Casa da Cultura também vai ver uma exposição de máquinas fotográficas, desde as mais antigas até as mais atuais. Patrícia, que está no ramo fotográfico há pouco mais de 10 anos, contribuiu com alguns equipamentos para esta exposição. Algumas das câmeras pertencem à família de Rodolfo, outras foram emprestadas pela família Stroparo, que tinha um estúdio fotográfico no centro de Irati.
Rodolfo contou quais equipamentos ele utiliza para produzir suas fotos. “Eu uso meio variado, o celular, e para fazer fotos de longa distância, eu uso a câmera digital e as lentes que pegam captura de longe. Para fazer coisas de perto, eu uso o celular, e toda a parte de edição está no meu celular mesmo”, contou.
Além das fotografias, Rodolfo também produz montagens e logomarcas, inclusive a sua própria, que está no site onde ele exibe suas fotos. “Na verdade, eu já tinha todo o projetinho, eu só mudei o nome, mas este aqui foi ideia minha”, finalizou.








