Proibição já completa dois anos e foi aderida pela população. Fogos de artifícios com efeitos visuais estão permitidos/Karin Franco, com reportagem de Paulo Henrique Sava
Soltura de fogos de artifício com barulho em Irati continua proibida. Foto: Arquivo Najuá |
Segundo o secretário de Segurança Pública e Patrimônio, Edson Luiz Elias, mais conhecido como Soldado Elias, a legislação tem tido efeito no município. “Notamos que no dia de Nossa Senhora Aparecida, nos grandes jogos de futebol, bem como o natal foi praticamente zero a soltura desses foguetes”, explica.
A lei foi criada para evitar danos às pessoas e animais que são sensíveis ao alto barulho feito pelos fogos de artifício, como é o caso de bebês, crianças, idosos, doentes, além de animais domésticos. O não cumprimento da lei pode causar uma multa de mais de R$ 800 e apreensão do material.
De acordo com a comandante do Corpo de Bombeiros de Irati, Carla Adriana Spak Sobol, quem quer fazer um evento com fogos de artifícios precisa ir à instituição pedir autorização. “Tem que vir até o Corpo de Bombeiros para dar entrada numa situação de risco mínimo para que possamos solicitar e orientar quais os fogos que podem comprar para que não tenha, por exemplo, a necessidade de ter o blaster”, disse.
O blaster é uma pessoa treinada e certificada para ajudar a evitar um incêndio ou acidente com os fogos de artifícios. Segundo a comandante, fogos de artifícios abaixo de 3,5 polegadas não precisam desse profissional, mas se o produto for acima, é preciso contratar. “Todos os fogos de artifícios que tem a bitolagem acima de 3,5 polegadas necessitam de um profissional que seria como se fosse um engenheiro de fogos de artificio. Pela legislação, quando a pessoa fosse adquirir o próprio comerciante deveria dizer que para aquela utilização daquela polegada de fogos de artifício necessita do blaster. Mas é um profissional que tende a encarecer o evento”, explica Spak.
De acordo com a capitã, se o organizador do evento não contratar o profissional exigido, a licença para a realização do evento não pode ser emitida. “O grande problema da maioria dos eventos é justamente quando se utiliza fogos que há necessidade desse profissional. Então, quando precisa, ele é inviabilizado. O Bombeiro não consegue liberar o evento sem a presença do blaster”, afirma.
Por isso, a indicação é que o organizador vá até o Corpo de Bombeiros para se certificar das orientações, explica Spak. “Cada polegada tem uma distância. Distância de escola, distância de público, em distância de tudo, no qual a gente vai orientar para que a pessoa possa fazer também fazer o seu evento de uma maneira que seja segura”, disse.
Quem não seguir as orientações pode ser responsabilizado em caso de acidente. “Essas responsabilidades em caso de acidente mais grave, caso não tenha se tomado esse cuidado com essa questão são responsabilidades que são divididas em todos os níveis desde o fabricante, do comerciante e quem adquiriu”, afirmou a capitã.
Pessoas que usem fogos de artificio abaixo de 3,5 polegadas não precisam de profissional. Mas nesses casos, é preciso estar atento às orientações das embalagens. “Todas as vezes que as pessoas forem fazer a utilização de fogos, elas têm que seguir à risca o que diz o fabricante justamente na embalagem daqueles fogos de artifícios que a pessoa está adquirindo ou comprando”, conta a comandante.
Uma das razões é que cada produto terá suas características. “Existem várias bitolas, existem vários calibres de fogos de artifício e isso irá fazer com que cada um irá fazer seu cuidado próprio distanciamento, onde pode, onde não pode, se tem que ser em local aberto, longe de algumas situações. Então, tudo isso são normas previstas justamente na prevenção de acidentes que geralmente quando acontece eles são graves justamente porque foge do controle as queimaduras, a explosão disso é uma coisa que se avoluma. Então, tem que tomar cuidado com as pessoas que estão perto, de maneira correta”, explica Spak.
O produto não pode ser reutilizado se houve uma falha. “Procurar tentar não reutilizar porque na verdade se ele já teve algum problema é porque ele não serviu para o seu uso. Então, as pessoas tentam fazer de alguma outra maneira, criar aquelas ideias que não devem ser tomadas naquele momento”, conta a comandante.
Se o produto for usado novamente, poderá haver uma explosão. “Alguns acidentes tendem a ser mais graves justamente pela questão da explosão. Acontece ferimentos mais graves. Pedimos toda a atenção da população em relação a essa questão de utilizar realmente as instruções do fabricante”, disse Spak.
Elias destacou que o ideal é que a população respeite a lei e não solte o fogo de artificio com barulho. “Evite. Não solte foguetes com estampido, com barulho. Com esse dinheiro você pode fazer uma criança feliz com o presente, uma família carente com alimento, sem contar o risco que você corre de se machucar ou machucar uma pessoa que está próxima e não tem nada a ver com a atitude”, explica.