Decisão foi tomada em virtude da perda da produção, que registrou uma queda de 70% em relação ao volume esperado, conforme informações divulgadas pela Prefeitura de Irati nesta terça-feira/Texto da Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Irati
A Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Irati informou na manhã de hoje que a Festa do Pêssego, que acontece anualmente no mês de dezembro, não será realizada neste ano devido à perda na produção, que registrou uma queda de 70% em relação ao volume esperado. Na nota, a secretaria citou que o efeito das geadas intensas que ocorreram no inverno atrapalhou o desenvolvimento das gemas das frutíferas, o que comprometeu a colheita e inviabilizou a realização do evento.
De acordo com o secretário de Agropecuária, Abastecimento e Segurança Alimentar, Alessandro Trybek, o cenário climático em Irati causou danos irreparáveis. “As geadas deste ano foram muito intensas e afetaram diretamente a formação das gemas, que são essenciais para o desenvolvimento dos frutos. Esse processo afeta diretamente a quantidade e desenvolvimento dos pêssegos, limitando o volume disponível para a colheita e para a realização da Festa do Pêssego”, esclarece o secretário.
O prefeito Jorge Derbli disse que o objetivo é auxiliar os produtores locais. “A Festa do Pêssego é um dos eventos mais queridos pelo povo iratiense, um símbolo do trabalho e da dedicação dos nossos agricultores. Infelizmente, este ano, as condições climáticas não permitiram que uma tradição fosse mantida, mas estamos empenhados em apoiar os produtores e buscar alternativas para comercializar o que foi colhido”, afirmou.
Como alternativa, a Prefeitura disponibilizou um espaço para que os pêssegos sejam comercializados a partir do dia 18 de novembro (próxima segunda-feira) na Feira do Produtor Iratiense.
A Secretaria Municipal de Agropecuária e Abastecimento de Irati anunciou que neste ano realizará uma enxertia de 1.600 mudas de porta-enxerto de pessegueiro.
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Segundo o engenheiro agrônomo da Secretaria de Agricultura, Antônio Sidnei Martins, o projeto teve início em 2018, quando sete seleções de porta-enxerto foram recebidas pela Universidade Federal de Pelotas/RS. “Essas coincidências são resultado de cruzamentos controlados pelo Professor Doutor Valmor João Bianchi, dentro de um programa de melhoria de porta-enxertos voltados à cultura de pessegueiros e ameixeiras. O principal foco da pesquisa foi desenvolver mudas mais resistentes ao nematóide das galhas e adaptadas às condições climáticas do sul do Brasil”, explica o engenheiro agrônomo.
Após anos de desenvolvimento e propagação clonal por exercício, uma das seleções foi aprovada por sua resistência e capacidade de frutificação, marcando um avanço significativo para os pomares locais. “O processo de produção segue um cronograma específico. Em janeiro, os frutos dos porta-enxertos são colhidos e, após a remoção da polpa, seus caroços são armazenados em areia. Em abril, os caroços são colocados em caixas com camadas alternadas de areia e armazenados em câmara fria a 5°C por 45 dias. Em seguida, são plantados em canteiros para germinação e, quando alcançam de 5 a 10 cm, são transplantados para o solo. A enxertia por borbulha é realizada em novembro, e, em julho do ano seguinte, as mudas são podadas, retiradas do solo e distribuídas aos fruticultores para a criação de novos pomares”, afirma Antônio.