Feira agroecológica da Unicentro passa a comercializar produtos pela internet

Alunos da Unicentro ajudaram a construir um site para que os produtos sejam vendidos de…

21 de fevereiro de 2022 às 20h06m

Alunos da Unicentro ajudaram a construir um site para que os produtos sejam vendidos de forma online e auxiliam na organização do programa/Karin Franco, com reportagem de Herivelton Lourenço


Alface, tomate, beterraba, feijão, mimosa, entre outros produtos são comercializados na feira agroecológica da Unicentro. Foto: Divulgação

Há mais de 20 anos, Claudinei Cipriano teve que sair do interior de Rebouças para ir até a cidade conseguir um emprego. Por duas décadas, ele trabalhou na área urbana, mas sonhava em poder voltar para o interior. Até que um programa realizado em conjunto com a Prefeitura de Rebouças e a Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (Unicentro) permitiu que Claudinei voltasse às origens e cultivasse produtos na propriedade de seus pais.

A feira agroecológica da Unicentro está em funcionamento desde 2014 e proporciona um local para que pequenos agricultores comercializem a sua produção. Atualmente, seis agricultores participam da feira. Para Claudinei, o projeto mudou a sua vida. “A minha vida mudou da água para o vinho. Hoje sou uma pessoa muito mais feliz, muito mais agradecida por estar vivendo esse mundo da agroecologia que é um mundo maravilhoso, um mundo com saúde”, disse o agricultor que foi entrevistado no programa “Espaço Cidadão” da Super Najuá.

Com o programa, Claudinei faz a sua colheita, que é transportada com a ajuda da Prefeitura de Rebouças até o local onde é realizada a feira na Unicentro. Contudo, a pandemia de coronavírus fez com que a feira presencial tivesse que ser interrompida. A solução foi levar a feira para as redes sociais.

Alunos da Unicentro ajudaram a construir um site para que os produtos sejam vendidos de forma online e auxiliam na organização do programa. “Agora a gente faz pelo site da Unicentro, aonde a pessoa entra no site pelo Facebook. Clica no link do site e logo após aparece a opção dos produtos”, explica o agricultor.

O pagamento que antes era realizado com dinheiro, agora pode ser feito por meio do PIX. Depois que o consumidor faz a compra, o agricultor organiza os produtos que serão levados para uma central e depois entregues ao consumidor em um local pré-determinado. “Faz a coleta dos produtos todos fresquinhas diretamente da horta, vai para o [Centro Comunitário de Produção] CCP e do CCP que vai para o agricultor, eles trazem até aqui na APP, onde é entregue os produtos”, conta Claudinei.

O CCP é uma espécie de agroindústria que prepara os alimentos para serem comercializados. “Eles entregam e eles beneficiam, separam todos os materiais, tudo que tiver, por exemplo, a gente faz a classificação na casa. Chega no CCP, eles fazem outra classificação para manter a qualidade 100% que garanta a qualidade são eles que fazem. Eles guardam na câmara fria, garantindo a qualidade para não estragar, eles fazem as notas, eles fazem toda a logística para a gente”, explica o agricultor de Rebouças.

Ponto de entrega dos produtos vendidos na feira agroecológica fica na sede da APP Sindicato, em Irati. Foto: Fernanda Ikuta

 Diversos produtos como verduras, legumes e frutas são vendidos pelos agricultores de acordo com a época de colheita. “Por exemplo, no verão produzimos mais folhosas, tomates que são mais da parte mais quente do ano. A minha produção, eu produzo mais beterraba, cenoura, tubérculos, abobrinha, maracujá. Temos várias coisas. Tem uma rede de produtores. Um agricultor produz um tipo de produto e outros produtores produzem outros tipos de produtos. Faz a diversidade da feira”, disse.

De acordo com Claudinei, a diversidade da feira é resultado do contato que os agricultores tiveram com os consumidores. “A feira da Unicentro deu essa oportunidade de entrar em contato com os consumidores. Essa coisa mais humana, entregar diretamente para o consumidor. Isso é muito prazeroso, é muito gratificante para gente. Deu mais diversidade também para gente plantar que, às vezes, no projeto a gente planta só um tipo produto. A feira é diversidade da agroecologia. Ela nos ajudou muito a crescer nesta parte”, explica.

Os produtores que participam da feira possuem certificados que comprovam que os produtos são orgânicos. O certificado orgânico pode ser feito individual ou em grupo. Claudinei explica que os agricultores fizeram o certificado em grupo porque traz mais segurança ao produto produzido. “A certificação em grupo tem uma segurança. É diferente de uma certificação sozinha. Por exemplo, a certificação sozinha, deu problema, você perde o certificado. A certificação em grupo deu problema em um, todo mundo perde o certificado. O que fazemos? Cada um fiscaliza o outro. Todo mundo vai uma vez por mês na casa de cada um, a gente vai na casa e vê se está tudo certinho. Ao mesmo tempo, incentivamos a pessoa para não desanimar porque precisamos de ânimo”, disse.

O agricultor de Rebouças destaca que o preço dos produtos orgânicos da feira tem uma distinção de outros porque ele não funciona da mesma forma que outros produtos. “É diferente de mercado. O preço do orgânico tem um patamar, um piso, onde a gente fica com aquele preço no começo do ano e mantém durante o ano inteiro”, conta.

Claudinei diz que manter o preço do produto é uma forma de garantir a comercialização. “Está justo o preço? Então deixamos nesse preço. Não vamos ficar subindo ou descendo porque o que o consumidor faz? Ele junta aquele dinheiro para fazer a compra de verduras duas vezes no mês. E ele vai chegar no dia da feira e vai saber que vai poder comprar aquela lista de produtos. Agora não adianta a gente fazer um preço injusto que nós vamos se quebrar. Depois vai ter que subir lá em cima o preço de novo e o consumidor vai sofrer com isso. Então, mantemos um preço justo para gente e para o consumidor”, explica.

O projeto ocorre somente em Irati, mas a experiência foi tão positiva para os agricultores que eles estão se organizando para implementar o mesmo modelo em Rebouças. Algumas feiras já foram organizadas na cidade e o grupo pretende expandir o modelo. “Como já pegou experiência e já viu que o produto tem qualidade, tem segurança nos consumidores, nos produtores de alimentos, além de um grupo, viramos grandes amigos mesmo, nós ajudamos uns aos outros, então surgiu essa oportunidade de entregar lá em Rebouças”, conta.

O consumidor que deseja adquirir algum produto pode acessar a feira agroecológica virtual por meio da página do Facebook, no endereço https://www.facebook.com/feiraagroecologicaunicentro. Nesta página, semanalmente são publicadas as listas com os itens disponíveis e preços.

O pedido é realizado em um formulário que é disponibilizado nas postagens semanais, publicadas às sextas-feiras. O pedido de compra precisa ser feito até terça-feira. Caso o link não esteja disponível, significa que não há mais produtos à venda nesta semana e somente estarão disponíveis na semana seguinte.

O pagamento pode ser feito por PIX ou com dinheiro no momento da entrega do produto.

As entregas são realizadas nas quintas-feiras, das 8h30 às 10h30, na APP Sindicato de Irati localizada na Rua Barão do Rio Branco, nº 43, em Irati. Também é possível entregar a compra na residência do consumidor, com o acréscimo de taxa de entrega de R$ 10.

Confira mais fotos dos produtos comercializados na Feira Agroecológica da Unicentro

Tomate. Foto: Divulgação

Beterraba. Foto: Divulgação

Cenoura. Foto: Divulgação

Feijão. Foto: Divulgação
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