Cristina Bittencourt alerta para que os criadores de gados e bufálos regularizem sua situação até a próxima quarta-feira, 30, quando será encerrada a segunda fase da vacinação contra a Febre Aftosa
Rodrigo Zub
Criadores de gados ou búfalos devem estar atentos. Termina na próxima quarta-feira, 30, a segunda etapa de vacinação contra a Febre Aftosa. Em Irati, devem ser vacinados 12.744 animais, desde terneiros recém-nascidos até animais de grande porte, ou seja, todo o rebanho deve ser imunizado.
Recomendações
– Quando adquirir a vacina levar uma caixa de isopor com gelo para conservar o produto;
-Antes de aplicar a vacina, o produtor deve ferver na água durante 10 minutos todas as agulhas e xeringas para matar as bactérias;
– A dose que deverá ser aplicada é de 5 ml, seja para bezerros recém nascidos ou animal grande;
– A vacina deve ser injetada em baixo do couro, na frente ou atrás da paleta que são os lugares onde ocorre maior absorção e é mais fácil de recuperar o animal;
– O produtor deve comparecer a SEAB com o comprovante de vacinação até o dia 30 de novembro para regularizar sua situação;
– Os produtores que abateram ou tiveram algum problema de morte em sua propriedade também devem comparecer a sede da Seab para comunicar o problema para não ficar inadimplente;
– É permitido que os produtores dividam os vidros que são para 10 cabeças entre vizinhos, mas cada um deve fazer o seu comprovante separado.
A vacinação é obrigatória. Por isso os criadores que não comprovarem a vacinação até o prazo estipulado poderão ser autuados. Essa autuação realizada pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab) se transforma em uma multa de R$ 96,06 por animal não vacinado. Além disso, o criador não consegue retirar a GTA (Guia de Trânsito Animal) documento necessário para transportar os animais.
Comprovação
A Seab alerta que até agora o índice de comprovação está bem abaixo do esperado. O último levantamento feito pelo órgão mostra que somente 60% da vacinação foi comprovada no Paraná.
© Rodrigo Zub
Cristina Bittencourt alerta para que os criadores façam a comprovação da vacinação
Para a médica veterinária da defesa animal de Irati, Cristina Barra do Amaral Bittencourt, muitas vezes acontecem casos de produtores que não estão irregulares, mas que por algum descuido deixam de apresentar os comprovantes. Desta forma, eles se encontram pendentes com a Seab.
“Muitas vezes, o produtor está com esse comprovante no porta luvas do carro, guardado em alguma gaveta ou ainda jogado em casa. Isso atrapalha muito porque puxa nossos índices para baixo, porque nós perdemos muito tempo e combustível indo atrás de gente que deveria estar certa. Por isso quem não comprovou será autuado e receberá uma multa“, lembra Bittencourt.
De acordo com ela, outro grave problema são os criadores que estão sem gado e não comunicam a defesa animal de Irati.
“Eles permanecem na lista como se fossem inadimplentes, mas na verdade eles não têm mais animal”, constata Bittencourt, que pede para que os produtores mantenham o cadastro do rebanho de bovinos e bubalinos atualizado, conforme exigência da Defesa Sanitária Animal.
Em Irati, o número de animais imunizados está longe do esperado desde a primeira etapa da campanha, que foi finalizada no final do mês de maio, quando foram vacinados somente os bovinos e bubalinos com idade entre 0 e 24 meses de idade.
Segundo Bittencourt, em Irati, houve um índice de 92 % de imunização, número abaixo da média estadual, que ficou em torno de 97 % na etapa inicial da campanha.
Prejuízos
Um dos objetivos da Campanha contra a Febre Aftosa é evitar que o vírus provoque prejuízos aos produtores e à economia do Estado, como aconteceu em 2005, quando houve a suspeita de infecção do rebanho bovino paranaense. Para Bittencourt, casos de contaminação comprometem não só os criadores de gado, mas toda a comercialização da carne suína, de aves e de outros setores da agropecuária, pois os compradores têm receio de comprar um animal infectado.
“Temos diversos prejuízos porque o animal acaba morrendo ou ficando inutilizado. Além disso, perdemos carne, leite e atrapalha também a comercialização da nossa carne lá fora”, lembra a veterinária.
Situação no Paraguai
A preocupação aumentou, sobretudo após serem registrados focos da doença no Paraguai, no mês passado. Estima-se que até o momento cerca de 820 animais já foram sacrificados no país vizinho.
Desde que foi anunciado o foco de febre aftosa no Paraguai, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Seab implantaram uma fiscalização mais rigorosa na região de fronteira, com inspeção e desinfecção de veículos.
Outra forma de prevenção adotada foi o controle do trânsito de animais nas barreiras interestaduais e internacionais, conforme explica Bittencourt.
“O Paraná tomou providências na hora certa. Estas medidas de fiscalização na região de fronteira e através de abordagens com barreiras fixas e volantes foram importantes para não trazer os animais infectados para outras regiões do Estado”, comemora.