Jovem, de 16 anos, se afogou na tentativa de salvar algumas crianças. Uma adolescente, de 11 anos, prossegue desaparecida

Um familiar encontrou o corpo do adolescente Eduardo dos Santos Lima, de 16 anos, que faleceu após se afogar no rio Iguaçu, em São Mateus do Sul, na tarde de domingo. Ele foi localizado no fim da noite de segunda-feira, por volta das 23 h, após os bombeiros concluírem o trabalho das equipes de resgate.
O rapaz havia se afogado durante a tentativa de salvar algumas crianças. Segundo informações do Corpo de Bombeiros de Irati, o corpo do jovem estava na beira do rio, a aproximadamente dois quilômetros do local onde afundou.
Nesta terça-feira, os bombeiros prosseguiram as buscas para tentar localizar o corpo de Tissiane Ferreira Nizer, de 11 anos, que continua desaparecida.
Conforme nota do Corpo de Bombeiros, o caso teve origem quando quatro meninas brincavam no local, sem acompanhamento de responsáveis, e começaram a se afogar. Dois jovens que perceberam a situação de emergência entraram na água para ajudar, sendo que um deles conseguiu retirar três crianças do rio, que foram deixadas no barranco. O Corpo de Bombeiros prestou os primeiros socorros no local e encaminhou as crianças para o hospital de São Mateus do Sul. Todos estavam conscientes e apresentando tosse, quadro de afogamento de grau 1, considerado leve.
Entretanto, o outro rapaz posteriormente identificado como Eduardo dos Santos Lima submergiu junto com a menina que ele tentou salvar.
Quer receber notícias pelo WhatsApp?
Os trabalhos de resgate dos jovens contam com a participação de dez bombeiros, dois barcos e uma moto aquática. “Há ainda o apoio de dois barcos de uma empresa privada e de um barco particular, de um bombeiro que estava de folga. Todos estão devidamente equipados, com coletes salva-vidas, e seguindo orientação do Corpo de Bombeiros. Como a correnteza na região é muito forte, as buscas já se estendem por 30 quilômetros. Apesar de ser chamado popularmente de prainha, o local não é propício e nem tem aprovação para ser usado com essa função. Pelo contrário, não é indicado o uso do espaço para nadar. Por esse motivo, não há posto de guarda-vida naquela área. Vale destacar ainda que é inviável dispor de bombeiros para cobrir os mais de 1.300 quilômetros de extensão do Rio Iguaçu”, alertou o Corpo de Bombeiros em nota divulgada ontem.
A corporação ainda reforça o alerta para os perigos de se banhar em locais inapropriados, como cavas, represas e rios, em que a profundidade e a correnteza das águas não são os únicos riscos para a população, mas também a presença de objetos submersos que possam causar ferimentos, prender ou dificultar os movimentos do banhista.
Em média, o Paraná tem 290 afogamentos por ano. Destes, 92% ocorrem em água doce, sendo 85% das vítimas do sexo masculino, com predomínio de fatalidades entre os jovens. A recomendação do Corpo de Bombeiros é sempre escolher um local protegido por guarda-vidas ou por profissional especializado.
“Para evitar o afogamento em rios, é importante seguir uma série de orientações. Primeiro, não entrar em rios de corredeiras e, quando embarcado, usar colete salva-vidas. Em rios sem corredeiras, manter-se com água no máximo na altura dos joelhos ou com colete salva-vidas. Ter sempre supervisão de alguém capacitado para ajudar em caso de emergência e nunca entrar na água alcoolizado ou mergulhando de cabeça. Em caso de ocorrência, é fundamental manter a calma, flutuar e acenar por socorro, não nadando contra a correnteza para economizar energia. Por fim, nunca se deve entrar na água para efetuar salvamentos. O correto é ligar para 193 e, quando possível, jogar material flutuante para quem está na água”.