Família de Guamiranga comemora recuperação de menino com aplasia medular

Menino sofria com a aplasia medular, ou seja, não produzia células sanguíneas suficientes e dependia…

18 de fevereiro de 2016 às 11h47m

Menino sofria com a aplasia medular, ou seja, não produzia células sanguíneas suficientes e dependia de muitas transfusões para controlar a anemia e o baixo número de plaquetas

Edilson Kernicki, com reportagem de Élio Kohut


Como se tornar um doador de medula óssea?

O cadastro no banco de dados de doador de medula óssea pode ser feito em qualquer Unidade de Coleta e Transfusão do Hemepar, Hemonúcleo ou Hemocentro. Para o portador de uma doença do sangue, como a leucemia e a aplasia, as chances de encontrar um doador compatível são de uma em cem mil.

Para doar, basta:

– ter entre 18 e 55 anos;

– estar em boas condições de saúde;

– doar 5ml de sangue para a realização da tipagem genética;

– assinar um termo de consentimento para que sua tipagem seja cadastrada no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME).

Quando a compatibilidade for confirmada, você será convidado a fazer a doação da medula.
Menos de 10% da medula óssea é retirada do interior dos ossos da bacia, através de punções, sob anestesia. Em apenas 15 dias, a medula do doador estará recomposta. Para o paciente receptor, em poucas semanas o volume da medula óssea doada se multiplica e se reconstitui.

Algumas unidades na região

UCT Irati – Coronel Grácia, 761 – (42) 3422-3119
Hemonúcleo Ponta Grossa – General Osório, esquina com Coronel Dulcídio (atrás do Pronto Socorro Municipal) – (42) 3223-1616
Hemocentro Regional Guarapuava – Afonso Botelho, 134 – (42) 3622-2819
UCT União da Vitória – Castro Alves, 26 – (42) 3522-1365  
 
{/block} A família do pequeno Hugo Henrique Paduki, de apenas três anos, comemora, aliviada, a recuperação do menino, que sofria com aplasia medular. Há seis meses eles encontraram um doador 100% compatível. Os pais de Hugo Henrique, que moram em Guamiranga, fizeram uma campanha no ano passado em busca de novos doadores para os bancos de medula, depois que descobriram não serem totalmente compatíveis e, portanto, não poderiam transplantar a própria medula para o filho.

Em julho do ano passado, quando a reportagem da Rádio Najuá conversou com Cirineu Francisco Paduki, pai da criança, o menino precisava fazer uma transfusão mensal de sangue e transfusões semanais de plaquetas. O tratamento era feito no Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba.

A reportagem voltou a conversar com os pais do garoto recentemente. Para a mãe, Maila Cristiana Lopes Paduki, ter encontrado um doador compatível – quando a possibilidade é de uma em 100 mil – foi como ganhar numa loteria. “A primeira coisa que você pensa é que vai perder essa luta. Se você não tiver Deus, na hora, no momento, você se desespera”, comentou a mãe sobre o momento que descobriu que a sobrevida do filho dependia do transplante de medula e que ela e o marido eram incompatíveis.

Ao todo, foram nove meses de tratamento, mas os cinco primeiros foram os mais difíceis, de acordo com a mãe. “Todo mundo ficou nervoso, chorava, a gente tentava passar força para ele, mas era ele quem passava força para nós. Foram os cinco meses mais difíceis de nossas vidas, até descobrirmos que tinha sido achado o doador. Aí pensávamos que daria tudo certo e, graças a Deus, deu”, conta Maila.

Sobre a descoberta do doador compatível, Maila diz que é a segunda melhor notícia que recebeu na vida. “A primeira foi quando descobri que estava grávida dele. Quando recebi essa segunda notícia, pensei: vou ter meu filho de novo, vou ter meu filho pela segunda vez, vou ter a chance de ter meu filho de volta, recuperar desse sofrimento. Deus me deu uma segunda chance de ter meu filho comigo. Foi a melhor notícia do mundo. A hora que a médica falou, eu e meu marido ficamos sem palavras”, relembra.

Tudo o que a família de Hugo Henrique sabe sobre a origem da medula transplantada é que veio de uma doadora da Alemanha. Maila relata que tem o sonho de um dia poder encontrar a doadora para agradecê-la pelo gesto que teve ao salvar a vida de seu filho. A identidade da doadora não foi revelada para a mãe de Hugo Henrique, apenas suas iniciais.

Maila conta que, aos poucos, Hugo Henrique vai retomando a rotina normal de uma criança, com brincadeiras e uma dieta alimentar sem muitas restrições. “Alimentos para ele precisam ser bem cozidos, da hora, verduras bem lavadas, deixadas de molho. Ele já está tendo uma vida normal, como tinha antes. Está podendo comer, brincar, correr”, explica a mãe. Por enquanto, ainda são necessários alguns cuidados, como evitar lugares com aglomeração de pessoas e ainda deve permanecer alguns meses em casa, nessa fase de recuperação. A expectativa da mãe é que, logo, logo, vai poder levar Hugo Henrique para brincar nos parques e passear.

A mãe de Hugo Henrique também expressou sua gratidão a todos que rezaram para que a doadora fosse encontrada e aos que se dispuseram a se cadastrar na Rede Hemepar para que, eventualmente, possam salvar a vida de outra pessoa com a doação de medula. “Quando a gente descobriu que o Hugo precisava de um doador, eu e meu marido fomos, mas não deu a compatibilidade que precisava. Quando estávamos em Curitiba e tivemos um tempinho, lá mesmo já fui [ao Hemepar] e doei [a amostra de sangue]. Claro que sabemos que a chance de nos chamarem algum dia é muito difícil, mas se eu tiver algum dia a oportunidade de salvar uma vida, não interessa onde eu tenha que ir, eu vou, sim. Já sou cadastrada [no REDOME] e vou doar, sim, se sabemos que podemos salvar a vida de uma pessoa, não só com medula, mas se cadastrar para ser doador de sangue e, principalmente, de plaqueta. Quando ele estava internado em Curitiba, tem dias que o hospital não tem. Isso é muito importante”, enfatiza a mãe.

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