Museu de Geociências da Unicentro fica no bairro Riozinho e foi revitalizado em 2022. Visitação pode ser agendada em qualquer dia/Marina Bendhack com entrevista de Paulo Henrique Sava
O Museu de Geociências da Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (Unicentro), localizado no bairro Riozinho, está recebendo uma exposição com diversos animais empalhados e amostras da flora local. Confira um álbum com fotos do local no fim do texto
O local tem a finalidade de retratar a floresta de araucárias, que possui a fauna e flora típica da região e assim apresentar aos visitantes o ecossistema local e principalmente educar as crianças sobre o cuidado e a preservação da natureza. “É interessante para as crianças, para os visitantes, conhecerem e entenderem um pouco desse ecossistema tão importante e, com isso, a gente acaba trabalhando com eles essa questão da preservação, a questão dos cuidados e a questão da conscientização ambiental. É um trabalho de alfabetização científica”, relata a coordenadora do museu, Ana Maria Charnei, que contou detalhes da exposição durante entrevista ao repórter da Najuá, Paulo Sava.
O museu recebe todas as semanas excursões escolares, mediante agendamento. Ele conta com um espaço externo que foi pensado para as crianças poderem fazer um lanche, além de brincar e realizar a contação de histórias.
A exposição conta com diversos exemplares da fauna e da flora local, como um disco de madeira da imbuia que se encontra no Parque Aquático, a qual o departamento de Engenharia Florestal da universidade cedeu para a exposição. Também possui um disco de araucária, no qual é possível contar os 90 anos pelos seus anéis.
Várias instituições cederam artigos para complementar o acervo. Uma das doações feitas pelo Colégio São Vicente são borboletas típicas da região que são dos anos de 1945 a 1960, sendo um material raro. No local ainda há insetos provenientes da coleção de insetologia do curso de Engenharia Florestal da Unicentro, que emprestou alguns exemplares bem típicos da floresta de araucárias.
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O museu conta com vários animais taxidermizados (empalhados) como o macaco bugio-preto e o macaco bugio-ruivo, que são típicos da região e possíveis de encontrar na Flona. Outras espécies são a coruja das torres, irara, três exemplares de veados catingueiros, cutia, furão, cachorro do mato, tamanduá, e até um ninho de ave chamada guaxe, que usou crina de cavalo para fazer sua estrutura. Alguns exemplares estão em risco de extinção. Por isso, a exposição é um jeito de ensinar e encantar as crianças, ou seja, as futuras gerações, sobre a natureza e a rica biodiversidade da região.
Os animais são levados ao museu por diversos órgãos como a concessionária Via Araucária (responsável pela concessão dos pedágios na região), Polícia Ambiental, Instituto Água e Terra (IAT) e funcionários da Flona. Todos os animais tem que ter procedência, esclarece Ana Maria: “A gente explica que todos os animais que vem para cá têm procedência, eles são trazidos pela empresa do pedágio, que são animais que são atropelados na BR, são trazidos pela Polícia Ambiental, pelo IAT, pelo pessoal da Flona que às vezes eles estão lá, encontram animais mortos nas florestas e acabam trazendo para gente. Então esses animais têm que ter procedência”. Ana Maria destaca a importância do registro que o museu faz de cada animal, importante para que o conhecimento científico seja mantido no futuro, para a evolução das pesquisas.
Agendamento de visitas: O Museu de Geociências fica no bairro Riozinho e está aberto a todos os públicos. O agendamento para visitação pode ser feito em qualquer dia da semana. Os telefones para contato são da Unicentro 3421-3000 e 3421-3210.
Histórico: O Museu de Geociências da Unicentro, que também é conhecido como museu do bosque, era um antigo escritório da família Anciutti e foi doado à prefeitura como um museu rural do bairro Riozinho. Porém, o projeto não teve continuidade e a construção foi doada à Unicentro em 1994. Recentemente, em 2022, por conta de uma infestação de cupins, o local foi restaurado, sendo preservadas suas características originais tais como os lambrequins, característicos da imigração ucraniana da região.
Confira imagens do Museu de Geociências. Foto: Paulo Sava